sábado, 29 de outubro de 2011

Non abbiata paúra!!!

Beata Chiara Luce Badano - 29 de Outubro de 1971






“Não tenhais medo de assumir as vossas responsabilidades: a Igreja tem necessidade de vós, precisa do vosso empenho e da vossa generosidade; o Papa tem necessidade de vós e, no início deste novo milênio, pede-vos que leveis o Evangelho pelas estradas do mundo.”

(Beato João Paulo II)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma metáfora

O cenário avistado na Alameda D. Afonso Henriques, bem perto da Fonte Luminosa, em Lisboa, é uma metáfora da vida do país. Duas crianças a brincar nos baloiços do parque infantil e mesmo ali ao lado estão dezenas de idosos a jogar às cartas sentados nas mesas ou em pé a ver os trunfos dos outros. O desequilíbrio entre o número de gente jovem e mais velha está diante dos olhos de todos. Uns e outros avistam-se mas não se misturam. Cada um está no seu mundo, na sua vida, no seu mundo. Real ou faz de conta.

Sílvia Júlio, in Revista Família Cristã, Outubro 2011, pág. 29

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Da Carta a Diogneto

Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas estranhos, não levam vida extraordinária(...) Mas habitando, conforme a sorte de cada um, cidades gregas e bárbaras, é acompanhando os usos locais em matéria de roupa, alimentação e costumes, quer manifestam a admirável natureza da sua vida, que todos reputam extraordinária. Habitam as suas pátrias, mas como estrangeiros(...) Tudo suportam(...) casam-se e procriam, jamais lançam fora o que geraram(...) Vivendo na carne, não vivem segundo a carne(...) O que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos por todas as cidades do universo(...) habitam no mundo, mas não são do mundo...



FOLCH GOMES, pág. 110, "Carta a Diogneto", in Carlos Verdete e Senra Coelho, "História da Igreja: das origens até o Cisma do Oriente (1054), vol I, Ed. Paulus, Lisboa, 2009, pág. 143

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pode descobrir-se que Deus é trinitário pela simples lógica?

Não. A Trindade de Deus é um mistério. Só através de Jesus é que a descobrimos. [237]


O ser humano, com as capacidades da sua razão, não consegue atingir Deus. Ele reconhece, todavia, a razoabilidade deste mistério ao aceitar a Revelação de Deus em Jesus Cristo. Se Deus fosse só e solitário, não poderia amar desde toda a eternidade. Iluminados por Jesus, encontramos sinais da Trindade de Deus já no Antigo Testamento (por exemplo em Gn 1, 2; 18, 2; 2Sm 23, 2) e até em toda a Criação.


YOUCAT, nº 36, 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A propósito das imagens da criança chinesa

Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?»Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?»
O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.»Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.»
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?»Tomando a palavra, Jesus respondeu:
«Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando-o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: ‘Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.’Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»


Lucas 10, 25-37

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uma alegria estranha...

Na fluidez do dia de ontem, a notícia ia chegando, ao mesmo tempo que ia sendo comentada e transmitida de boca em boca que Muammar Khadafi tinha sido morto.Quantos e quantos não desejaram este dia... quer líbios, quer mesmo a comunidade internacional?

Compreendo a angústia vivida durante anos, por um povo que estava sujeito, às loucuras de um homem, que afinal, é como todos os outros: amava o Poder!

Ainda assim, condeno o assassinato de Muammar Khadafi. A vida é um bem essencial a todo o ser humano, seja esse homem bom ou mau. Havia outros métodos, talvez até mais eficientes que este. Para que serve o Tribunal de Haia? E os assassinos de Muammar Khadafi, o que lhes vai acontecer?

A nossa dita, sociedade civilizada e democrática, em pleno séc. XXI, comporta-se tal e qual como nos tempos da Inquisição ou das Cruzadas.

Desde o ínicio, que acompanho, a revolta líbia, pela imprensa. E uma questão me tem assaltado: que legitimidade tem os EUA, NATO, e outros Senhores da Guerra para invadirem um território, que não lhes pertence, e começar aos tiros? Entre outras questões... Porque, para estes Senhores da Guerra, impôr a democracia é um sinal de civilização. Mas a civilização e a cultura de um povo não provém da democracia, nem muito menos é imposta. Tenho curiosidade para ver as cenas dos próximos capítulos na Líbia. E tenho a impressão que já vi este filme, algures por aí...

E não podia deixar de comentar e condenar a falta de ética jornalística que ontem se pôde assistir ao longo do dia. Onde estava o Código Deontológico dos Jornalistas? Mas quando a crise aperta vale tudo...

josé miguel

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acerca do momento presente

Nestes últimos dias gerou-se uma onda de contestação não só em Portugal, mas à escala global. De tal maneira, que quem não estiver com a Revolução, não está na moda. E este é um problema. As revoluções não são modas. As revoluções acontecem por espontânea vontade popular, não porque outros querem e instigam o Povo a vir para a rua. Nada do que se está a passar é semelhante a um Maio de 68, ou Abril de 74. E essas foram revoluções que partiram da espontânea vontade popular. Em boa verdade, havia uma Europa rejuvenescida, e em que Brigadas do Reumático tinham que cair, porque em boa verdade, os antigos regimes caíam de velhos.

Hoje, a Europa, e neste caso Portugal, não vive esse tempo. Na verdade, há um modelo de Regime que terá que cair, e uma nova geração terá que ser resposta a esse novo modelo. E aqui é o epicentro do problema. Não existe em Portugal, nem na Europa, uma geração consciente que é preciso fazer cair um novo modelo de Regime. Uma geração que "agarre o touro pelos cornos". Por outro lado, faz falta sangue novo para que se possa suceder uma Primavera Europeia, à boa maneira árabe. Porque por este andar a "Geração à Rasca" é um caso perdido. Não temos que ser saudosistas, nem imitar nada nem ninguém, porque os factos sucedem-se, não porque se pressione para fazer acontecer, mas porque o Povo quer que aconteça.

Além disso, como já terei dito anteriormente, a nossa geração tem um problema em mãos (tal como em 1974, e eles conseguiram resolver porque lutaram com as armas que tinham, porque agarraram o touro pelos cornos) e/ou agarramos o touro, com o momento presente (e deixarmos a histeria jornalística), com as armas do presente, ou então não vale a pena sequer começar...


josé miguel

domingo, 16 de outubro de 2011

A propósito da crise

Que esta (...) é a ordem de Deus; e estou persuadido de que não há para vós maior bem na cidade do que esta minha obediência a Deus. Na verdade, não é outra coisa o que faço nestas minhas andanças a não ser persuadir a vós, jovens e velhos, de que não deveis cuidar do corpo, nem das riquezas, nem de qualquer outra coisa antes e mais do que da alma , de modo que ela se torne óptima e virtuosíssima; e de que não é das riquezas que nasce a virtude, mas da virtude nascem a riqueza e todas as outras coisas que são bens para os homens, tanto individualmente para os cidadãos como para o Estado.


in Platão, Apologia de Sócrates

sábado, 15 de outubro de 2011

Santa Teresa de Ávila

Santa Teresa (1515-1582), natural de Ávila (Espanha), entrou no Carmelo com vinte anos e teve uma vida marcada pela santidade e profunda espiritualidade. Sentiu-se impulsionada e dar ínicio a uma grande reforma nos numerosos Carmelos de Espanha e enfrentou com coragem as dificuldades provindas desse ofício. Morreu em 1582, com 67 anos de idade, passando à história como Teresa, a grande. Por causa dos seus profundos ensinamentos espirituais deixados como herança doutrinal à Igreja, foi proclamada doutora da Igreja.

in Litúrgia Diária, Ed. Paulus, 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Viver sem memória...

Há poucos dias, ouvia dizer que havia determinados simbolos, determinadas tradições, assim como, uma certa memória que já não fazia mais sentido existir. Ao fim ao cabo, deduzi que esta pessoa defendia o fim da História e o fim da Memória. Um pensamento típico, para uma sociedade, que quer viver sem memória.

Na rua ouvimos declarações, por parte da geração mais jovem: "Estudar História para quê?" Logicamente, que a resposta será: "Para estudar o passado!" Mas não ficando contentes com a resposta, replicam: "Para que me interessa o passado? O que importa é viver o presente..."

Na verdade, é esta a sociedade que estamos a formar à nossa mão. Uma sociedade que esquece o passado. Se esquece o passado, como pode viver o presente? Como posso saber quem sou no presente, se me esqueci do dia de ontem?

Uma sociedade que viva sem Memória, é uma sociedade em alienação total, do que se passa à sua volta. E isso interessa... sobretudo ao Poder!

Viver numa sociedade, sem compreender de onde veio e para onde vai, é como um boi a olhar para um palácio.

E em boa verdade, convém apagar-se o passado. Porque no preconceito social, os historiadores são aqueles que vivem encovilados dentro das velharias. Quem faz afirmações destas, fala de si próprio, pois vive alienado do mundo, encovilado no seu mundo.

A História é de um presente, de um hoje! E o Passado jamais poderá ser apagado, ainda que exista factos e acontecimentos que quisessemos apagar. Mas teremos de saber viver com esses factos.

A nossa vida é feita de memória: positiva ou negativa! Saibamos viver com ela...

josé miguel

terça-feira, 11 de outubro de 2011

De ânimo leve...

Dias após as eleições na Madeira, os resultados já esperados...

O Dr. Alberto João Jardim ganhou com maioria absoluta. E, sinceramente, há uma linguagem que os agentes políticos têm de aprender na política: ser, ou estar na política, é estar no meio do Povo, sentir o pulsar o Povo. E o que irrita a politica-politiqueira do continente é que o Dr. Alberto João Jardim, sabe isso muito e tira proveito disso. Facto que em Portugal, já há muito tempo isso é uma miragem...

Também não vejo com bons olhos, o buraco financeiro colossal da ilha. Assim como, também não vejo com bons olhos os buracos, buraquinhos e buracões que este país arrasta à alguns anos. E aí, não é só o Dr. Jardim o responsável. Há mais...

Mas isso, já não importa falar, porque já não vende jornal, nem audiências na TV...

Quando olho para tudo isto, vejo que existe uma enorme histeria, iniciada em grande parte por uma imprensa jornalística, também ela em crise financeira, e que qualquer tema/assunto é empolgado aos extremos.

No entanto, ainda não podemos inventar factos, pessoas... Ou será que podemos?

sábado, 8 de outubro de 2011

Acabou-se o dinheiro!

"Como afirmou Cavaco Silva, vivemos "o fim das ilusões". A maioria do país caiu, por fim, na dura realidade que muitos, não obstante, recusam ainda admitir. É destes, os que ainda pensam que que os fundos não têm fundo, que se ouve ao longe a reivindicação do aumento, do subsídio, do prémio. Apesar desta evidência triste mas extraordinariamente simples: Acabou-se o dinheiro!"


Henrique Monteiro, in "Expresso", 08/10/2011, pág. 40

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cremos num Deus ou em três deuses?

Cremos num Deus em três pessoas. "Deus não é solidão, mas perfeita comunhão." (Bento XVI, 22.05.2005) [232-236, 249-256, 261, 265-266]


Os cristãos não adoram três deuses diferentes, mas um único Ser que dsabrocha em três, permanecendo, contudo, um. Que Deus seja trinitário sabemo-lo por Jesus Cristo: Ele, o Filho, fala do Seu Pai que está no Céu ["Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30)]. Ele ora ao Pai e concede-nos o Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho. Por isso, somos baptizados "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt. 28, 19)


YOUCAT, nº 35, 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uma homenagem em 05 de Outubro...




"Em consequência dos acontecimentos, e também como já vimos monsenhor Tonti partiu de Lisboa para Roma, deixando os negócios da Santa Sé e a Nunciatura Apostólica de Lisboa, à custódia do jovem secretário, monsenhor Benedetto Aloisi Masella. A missão de monsenhor Aloisi-Masella em Lisboa foi delineada pelo secretário de Estado, card. Merry del Val, a 21 de Outubro de 1910. Este deveria orientar-se por sete propostas de trabalho, que relembramos: Máxima reserva; guardar silêncio até novas normas da Santa Sé; permanecer discretamente como simples custódia da Nunciatura em Lisboa, não declarando a sua qualificação pessoal diplomática, excepto em caso de ser necessário para sua defesa pessoal; abster-se de qualquer acto que pudesse interpretar-se como reconhecimento, ainda que implícito, do novo Governo; que tivesse em ordem as caixas do arquivo da Nunciatura para poderem ser expedidas solicitamente, a qualquer momento em que recebesse ordena a tal propósito; que continuasse a manter informada a Santa Sé sobre todos os acontecimentos que pudessem ter interesse; fazer chegar um endereço alternativo de uma pessoa segura, para que a Santa Sé lhe pudesse enviar correspondência em caso de necessidade."


in COELHO, Senra, "D. Augusto Eduardo Nunes: Professor de Coimbra - Arcebispo de Évora", Lisboa, Ed. Paulus, 2010, págs. 230 e 231



Ao Card. Benedetto Aloisi-Masella, que neste dia, soube o que significaram as palavras Resistência e Militância em nome de Cristo...


Um Cristão português em gratidão...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O que deve fazer uma pessoa quando descobre Deus?

Quando uma pessoa descobre Deus, tem de O colocar no primeiro lugar da sua vida. Assim começa uma vida nova! Os cristãos conhecem-se por amarem até os seus inimigos. [222-227, 229]


Descobrir Deus significa saber que Ele me criou e me quer, que em cada segundo me olha com amor, que abençoa a minha vida e a sustém, que tem nas Suas mãos o mundo e as pessoas, que espera por mim ansiosamente, que me quer preencher e aperfeiçoar, e fazer-me Consigo para sempre... enfim, que Ele está presente aqui, comigo. Não basta dizer que sim com a cabeça. Os cristãos têm de assumir o estilo de vida de Jesus.




YOUCAT, nº 34, 2011