O Evangelho de João nos apresenta Jesus, na tarde do Domingo de Páscoa,
soprando o Espírito sobre seus discípulos, que estão reunidos no
Cenáculo a portas fechadas com medo dos judeus.
Colocar Jesus agindo
na tarde de Páscoa significa que Ressurreição e Pentecostes estão
unidos. O Espírito vem quando a Comunidade está reunida para celebrar a
memória da morte e ressurreição de Jesus.
O sopro de Jesus, dando o
Espírito, nos recorda o sopro do Pai sobre o homem feito de barro,
dando-lhe a vida. Jesus sopra sobre a Comunidade dando-lhe Vida, criando
a Igreja.
Estar com as portas fechadas significa o bloqueio em que
se encontram para testemunhar Jesus Ressuscitado. É a presença do
Espírito que leva à continuidade da missão do Senhor, a instaurar a
vitória da Vida.
Medo é sinal de morte, por isso eles, sem o Espírito estão amedrontados, ainda dominados pelo poder da morte.O sopro de Jesus dá a Vida, dá o Espírito Santo que faz nova todas as coisas.
Essa
nova Humanidade forjada pela redenção, pela ressurreição de Jesus,
porta o Espírito do Senhor para continuar sua missão salvífica.
Evidentemente essa missão redentora terá sua expressão no perdoar e no reter os pecados.
Pecado
é ir contra a liberdade e a vida. Se existe o arrependimento e o
propósito de mudança, existe o sinal da presença do Espírito. Contudo,
se existe a perseverança no erro, na opção pela morte, se torna
impossível perdoar – restituir a vida – já que a opção da própria pessoa
foi a morte.Entendamos, não é a Igreja que não perdoa, ela não tem essa
missão, ao contrário, ela trabalha o arrependimento favorecendo
condições para isso, mas depende da pessoa abrir ou não seu coração ao
Espírito. Será o Espírito, que é o Espírito da Vida, que provocará o
arrependimento, que perdoará.
Peçamos ao Espírito Santo, o Espírto da
Vida, da União, do Amor, que venha sobre nós, sobre as pessoas que
amamos, sobre todos e recrie em nós o Homem segundo o Coração de Jesus,
segundo os desejos de Deus. Assim, a partir de onde vivemos, o mundo
será outro, será verdadeiramente um mundo onde reina a justiça e a paz.
Não tenhamos medo de anunciar a Vida, de irmos contra a cultura de morte
que nos é imposta através do consumismo, da valorização do prestígio,
do ter, do levar vantagem e de tantas propostas que levam o Homem à
escravidão e à morte.
Permitamos ao Espírito nos renovar, destruir em
nós aquilo que é caduco, voltado à finitude, nos recriando como
cidadãos livres!
Sejamos irmãos e filhos no Espírito.
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