No período imediatamente a seguir à revolução, rejeitou-se muito do que se considerava associado ao regime, quer em termos culturais, quer sociais, políticos e até legais.
A Constituição da República Portuguesa foi a ferramenta que ditou a ruptura com o tipo de sociedade pré-revolução. Áreas como as liberdades e garantias individuais e a igualdade entre homens e mulheres foram legisladas por oposição ao que se considerava ameaçador destes direitos.
Neste quadro, instituiu-se a possibilidade do divórcio, eliminou-se a figura do filho ilegítimo, como nos explica Vanessa Cunha.
Este contexto fez com que se alterassem as regras do socialmente aceite e ainda que com a necessidade de um tempo de adaptação, acabou por levar a uma mudança profunda na mentalidade e nos valores dos portugueses.
O desenho social português sofreu assim grandes e rápidas alterações que levam a que a realidade observada hoje em dia difira em larga medida da de há 40 anos.
O casamento não é excepção. Uma das grandes mudanças de fundo é a maneira como se encara uma relação a dois.
De Rita Bruno, jornalista, in Revista FAMÍLIA CRISTÃ
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