“E eles
ficaram cheios de medo”. O medo, o nosso medo. O medo é algo que nos retira a
paz. E necessitamos de paz. Escrevo exactamente no dia em que na Igreja de
Saint-Étienne-du-Rouvray foi assassinado um sacerdote enquanto celebrava missa,
enquanto foram feitos reféns, por dois homens, membros do auto-proclamado
Estado Islâmico. A nossa resposta é a repulsa, é a revolta e toda uma
quantidade de sentimentos que nos saltam perante colossal barbaridade. No
entanto, achamos que nada disto tem lógica e que nada justifica tal ataque
hediondo. A história e a memória justificam... Estamos perante uma Europa que
esqueceu o seu passado e que nunca pensou que a história fizesse um dia
justiça. Os tempos que vivemos são exactamente de julgamento da história, sobre
erros e erros cometidos por parte da Europa e do Ocidente. Porém a Europa não
tem capacidade de resposta. Em primeiro lugar porque a Política vive na
subserviência da Economia dissolveu-se por uma Liberdade populista (o poder
caiu na rua...); em segundo lugar porque a Indiferença é norma na mentalidade
europeia. A Europa necessita de Estado. A Europa de necessita de Ordem. A
Europa não precisa de socialismos populares, nem de anarquias, porque, ao que
parece existe quem defenda a anarquia e até se deleite com o ataque a uma
igreja paroquial que ceifou a vida a um sacerdote. Todos vivemos com medo da
ressurreição de Hitler, de Mussolini, de Franco, Salazar... Pois eu temo a
ressurreição destes senhores, mas temo também a ressurreição de Lenine,
Estaline e outro quantos ditadores de extrema-esquerda. A Europa vive de
líderes parolos que passam a vida a lamentar e a criticar, numa verborreia sem
fim. Já não precisamos de criticas, nem de análises, precisamos de soluções. Ora,
essas soluções os líderes europeus não as têm, porque não têm força, porque estão
todos submetidos todos à Economia. Sim, por momentos tenho o saudosismo de uma
Europa de Richelieu, de Napoleão, de Churchill, porque para mal ou para bem
estes homens pensaram e idealizaram uma Europa. A Europa não pode esquecer a
sua identidade histórica alicerçada na Cruz de Cristo. Durante muito tempo os
reis e os líderes europeus colocam nos seus brasões de armas exactamente essa
Cruz. A Europa actual anda a retirar a Cruz dos seus símbolos nacionais. Aliás,
a Cruz foi retirada da vida europeia... O problema é que da Cruz retirada,
emerge agora o Quarto Crescente como símbolo europeu, bem como outros símbolos
de religiões esotéricas e paganizadas. Além de outras religiões orientais que
são interpretadas segundo o nosso belo prazer e para nosso deleite, porque essa
vivência de religião terá muito pouco. Todos nos tempos de nos confrontar com a
nossa verdade e não fugir dela e temos medo disso mesmo. E passamos a vida em
buscas e a desperdiçar energias, quando todas as respostas se encontram em nós
e na nossa relação com Deus e Jesus Cristo. Se o Cristianismo deixou de ter
influência é porque os Cristãos também não são testemunho de Cristo. Precisamos
de Cristãos que falem de Jesus Cristo. Precisamos de Cristãos que em vez de
falarem mal da Igreja, do Papa Francisco, ou de outro tipo de cuscovilhices e
conversas de corredor falem de Jesus Cristo... O tempo que falam mal de uma
Igreja que vive do poder, de uma Igreja burocrática, de uma Igreja pecadora,
falem de uma Igreja de Jesus Cristo. Saberão falar de uma Igreja de Jesus
Cristo? Somos uma Europa triste, de europeus tristes...
jjmiguel