A primeira leitura nos fala da vocação do profeta, de quem é profeta.
Tomemos como exemplo Jeremias, o profeta da leitura de hoje.
Em primeiro lugar, sua vocação veio de Deus e se confundiu com a geração de sua vida.
Ele
era bom, inteligente, sensível, cheio de qualidades. Como qualquer
vocacionado, queria viver sua vida como um jovem da época: desfrutar da
juventude, namorar, casar, ter filhos, enfim, formar uma família.
Jeremias só se conscientizou do chamado de Deus quando tinha vinte anos.
Ele foi consagrado, foi ungido para essa função. Além do mais seu campo de ação seria todo o universo conhecido.
Pensaríamos
que, por ter sido escolhido por Deus, sua vida tenha sido um mar de
rosas, mas não! Enfrentou guerras vindas de todos os lados, quando
exercia sua função, falando em nome de Deus. Dificilmente era aplaudido
e, geralmente, escorraçado, marginalizado. Enfrentou lutas de todo
tipo, mas não se intimidou, o Senhor estava com ele e o protegia.
Mas por que essas tribulações na vida de quem só queria fazer o bem e falava em nome de Deus, em nome do amor?
Jeremias,
como qualquer profeta foi enviado para principalmente reconduzir as
ovelhas perdidas, mas elas não quiseram ouvi-lo, não quiseram saber de
Deus. Interessa-lhes continuar nos seu erros, praticando a injustiça e a
opressão. Por isso as agressões ao profeta.
No Evangelho, vemos
Jesus de Nazaré, o Profeta, exercendo sua missão e, como Jeremias e
tantos outros que falaram de Deus, corrigindo o povo no seu modo de
entender a Lei do Amor. Diz que a salvação trazida por ele é para
todos os povos, não apenas para Israel.
Jesus dá nova visão de Deus.
Anuncia um Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser
irmão como o grande ato de louvor a Ele. Jesus não quer condenar o
pecador, mas faz de tudo para que ele mude de vida, Jesus quer salvar
todos. Os escribas e doutores não suportam isso. Ficam perturbados e
expulsam Jesus da sinagoga, da cidade, e o povo deseja precipitá-lo em
um abismo, para que morra.
Afinal, quem é esse Jesus, quem ele pensa
que é? Foi criado ali e sua família é conhecida por todos. Onde ele
estudou para ensinar algo diferente do que aprendemos? Basta!
A
reação dos conterrâneos de Jesus é muitas vezes copiada por nós.
Pensamos que sabemos tudo e não será qualquer um que irá nos ensinar o
melhor caminho de chegarmos a Deus. Sabemos rezar, fizemos catecismo!
Não
aceitamos desafios, estamos acomodados, não queremos nos esforçar para
crescer. É fácil e cômodo decretar a morte. Difícil é lutar pela vida,
pela recuperação e perseverança. Desistir é fácil! Persistir e saber
esperar é difícil!. Quem ama, acredita, espera, faz de tudo para salvar,
como Jesus de Nazaré, Profeta da Esperança e do Amor!
Nossa reflexão
se conclui com a segunda leitura que é chamada: “Hino à Caridade”. São
Paulo nos diz, desenvolvendo o discurso de Jesus, que a caridade tudo
suporta, tudo perdoa. “Atualmente permanecem estas três coisas: fé,
esperança, caridade. Mas a maior delas é caridade”!
Sejamos abertos
ao novo, àquilo que nos fala ao coração, que sentimos que é de Deus.
Construamos um mundo novo, sendo profetas do Amor e do Perdão!
Anunciemos a vitória da Vida!
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