domingo, 31 de janeiro de 2016

IV Domingo do Tempo Comum - 8 anos de AMBASCIATORE ROMANO

Jesus encontra-se na sua terra. A terra que O viu crescer diante dos seus. Bem-aventurados todos aqueles que puder ver, ouvir, tocar e contemplar o Deus, feito carne, a crescer diante dos seus olhos. As palavras que dão o mote a Ambasciatore Romano, são as palavras da Primeira Carta do Apóstolo João: "O que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos." 1Jo. 1, 3. Faz hoje precisamente oito anos que era lançado este blogue. Na verdade, começou com um outro objectivo, com um outro nome, com uma outra forma, mas como uma linha condutora semelhante: anunciar tudo o que vimos e ouvimos. Ambasciatore Romano, é hoje uma forma de vida espiritual: olhar o Mundo com os olhos de Cristo. Ser uma águia que olha o Mundo com os olhos no infinito de Deus. Por isso, tudo o que se passa, passa de certeza por aqui, com a perspectiva cristã e do Evangelho. Durante estes oito anos de existência muito tem sido o esforço feito para que através da Internet e com todos os meios mais eficazes se faça transportar uma mensagem de vida, de esperança, de caridade e de paz para todos e todas que querem receber no seu coração esta mensagem. Temos consciência das nossas debilidades e bem sabemos que por vezes poderá existir temas mais complexos e mais profundos que não podem ser tratados com pequenas mensagens, mas vale a pena o esforço. Hoje vivemos um tempo em que a informação terá que ser sintética, mas com muito conteúdo, caso contrário, corremos o risco de ninguém ler. Por outro lado, o esforço grande que tem sido feito para que esta mensagem não se torne lixo informático, como vemos por aí nas redes sociais e demais locais da Internet. De tudo um pouco se vê pela Internet, desde um Cristianismo romanceado, a um Cristianismo sofrido e com imagens de péssimo gosto que é caso para perguntar será aquele tipo de mensagem motivo de conversão para alguém (queira Deus que seja...). Se for ainda bem. Por outro lado, também sido um esforço grande para que exista criatividade. São muitas e muitas páginas pessoais e de grupos que só se vê partilhas de partilhas e volta a partilhar. Pergunta-se por vezes porque é que se tem uma página no Facebook, Google, Twitter, Linkedin, May Feelings ou Reedit. Ainda se nota por parte de muitos agentes da pastoral que vêem as redes sociais como uma forma de lazer e de passatempo. Se ainda há dentro da Igreja quem pense assim, pois terá esta questão de ser repensada e sem grandes formalismos, porque há quem coloque grandes formalismo em tudo isto. Têm sido manifestos os ataques feitos às redes sociais e ao perigo que elas comportam. Na verdade, se não existir uma formação e uma educação para o partilhar de informação na verdade poderá ser um risco que se corre, porque toda a informação dita aqui é como deitar uma pedra num oceano sem fundo. Se existem pessoas prejudicadas na sua vida pessoal pelo uso da Internet, a culpa é mesmo das próprias, porque deveriam perceber que tipo de informação colocam e a forma como a colocam. Ao final de oito anos de existência agradecemos a todos a vossa companhia e estamos unidos em oração para que o que o vimos e ouvimos, possa ser anunciado com todos os meios mais eficazes possíveis de cada tempo e de cada época para que esta Boa Notícia chegue até às periferias mais recônditas do planeta e dos corações de cada homem e mulher de Boa Vontade...
a todos e a todas, a Graça e a Paz no Amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Mestre e Senhor...

jjmiguel

sábado, 30 de janeiro de 2016

Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?

Vivemos de tantos medos na nossa vida, que esses medos nos levam ao cansaço e à descrença. Temos a sensação que Jesus vai a dormir à popa do barco. E nós cheios de medo nas tempestades da nossa vida. É tempo de acreditar que Jesus mesmo que tenhamos a sensação que Ele está a dormir, Ele está connosco. Do que temos medo? É tempo de acreditar que há um outro mar e que é preciso nos fazer ao largo, avançar e caminhar. Gostaria de tomar as palavras do recém-eleito presidente português, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, de que é necessário ir à busca de todos aqueles que vivem nas periferias da nossa sociedade. É exactamente também isto que defende o Papa Francisco. Porém, o importante é sairmos mesmo em busca de todos esses que estão nas periferias, e por isso é preciso deixarmos as palavras e irmos à acção. Por conhecimento de causa, foi isto que fez o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Saiu do seu comodismo e foi às periferias. Testemunhei por duas ou três vezes o seu empenho em aparecer em eventos, conferências e em outras causas. Uma verdadeira maratona e missão de se dar e entregar-se a um país. Com objectivos eleitorais ou não, certo é que partiu, sozinho e em missão. E falo por conhecimento de causa. Sei que a campanha eleitoral já terminou e também sei que o Povo foi quem mais ordenou. Mas sei que a vitória eleitoral do Prof. Marcelo foi a entrega a uma causa e a uma missão com um nome: Portugal! Estamos, na verdade, cheios de palavras bonitas. É preciso deixarmos cair os nossos medos, entregarmo-nos a esta causa que é a causa da mensagem da Vida que se espelha no Evangelho e seguirmos, sem medo, nesta missão. Sinceramente não percebo a raiva da Esquerda e da sua "colagem" a ideais que estão provados pela História que são obsoletos. Ir às periferias da nossa sociedade é este o objectivo que nos deve congregar a todos de todas as formas possíveis e deixarmos cair os preconceitos ideológico-políticos, os preconceitos religiosos, os preconceitos sociais. Não é hora de nos ficarmos pela mesquinhez, pelos nossos medos. É hora, é tempo de acreditar que para além da política, da economia, é tempo de união, seja em Portugal, seja no Mundo e partirmos. Tenho conhecimento de pessoas que passam a vida a queixar-se, do país, do Mundo, de tudo e de todos, mas depois nem vão votar, passam a vida a manifestar-se, a fazer greves, para eles tudo está mal e acho que até eles estão mal. Pergunto a essas pessoas: o que é que querem? Que trabalhem para eles? Não nos podemos ficar no nosso cómodo, atormentados nos nossos medos. Do que temos medo, ainda não temos fé, esperança e caridade...?

jjmiguel

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Enquanto a semente germina e cresce

Dos exercícios que tenho gosto em fazer é de partilhar aqui o que me vai falando os textos do Evangelho. E é isso que tenho feito. Jesus apresenta-nos mais uma parábola e diz que o reino de Deus pode ser comparado a um grão de mostarda que ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra, mas depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra. O reino de Deus é então um campo onde todos nós cristãos somos semeadores desta semente de grão de mostarda. Como semeamos? Com a nossa vida, com a nossa luz irradiada pela Fé, Esperança e Caridade. Todos somos responsáveis uns pelo outros. Estamos na verdade esquecidos desta missão. Penso em todas as pessoas (as boas e as más) que me fizeram crescer como cristão, e semearam em mim a semente da fé cristã, que cresceu deu este fruto (bom ou mau, vós o podeis julgar). Muitas vezes me questiono que testemunho dou eu deste Jesus Cristo naqueles que se cruzam comigo, todos os dias? Será que sou espelho da misericórdia, do Amor, do coração infinitamente aberto de Deus que a todos acolhe. Passamos a vida a lamentar-nos porque é que o jovens não vão à Igreja, ou porque é que as nossas comunidades estão cada vez mais envelhecidas e necessitar de uma colossal renovação. Penso que é através dos nossos testemunhos de vida, enquanto cristãos que podemos semear nos outros este grão de mostarda. Na verdade, que nós possamos diminuir até definhar, para que outros tenham vida. Esta é a regra de vida para qualquer cristão. De que testemunhos precisamos mais quando vemos por terras de África, Ásia, América e Europa tantos  e tantas que de uma forma ou de outra se entregam totalmente, entregam totalmente a sua vida em nome de Jesus Cristo? E este é um sinal de vitalidade de Cristo no mundo. Muitos e muitas têm medo de deixar tudo, de se despir de si próprios para dar lugar à pessoa de Jesus. Recebemos de graça, damos de graça a todos. Será que somos todos hoje de dar mais um bocadinho de nós aos outros? Queremos controlar tudo e não controlamos nada porque somos meros operários na messe do Senhor, mas não somos profissionais da Religião. Para falar de Jesus temos antes de mais nada vivê-lO na nossa vida, senti-lO em cada rosto, em cada ambiente e perceber que Ele é o senhor da messe, porque nada é nosso e somos discípulos onde estamos, por desígnio e graça de Deus. 

jjmiguel

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Nada há escondido que não venha a descobrir-se

Uma pergunta clara que Jesus nos deixa nas palavras de hoje: "Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama?" A luz deve iluminar toda a casa. Muitas vezes tantos e tantos dons que temos e que temos inibição de colocar a descoberto. Talvez porque ainda não nos conhecemos bem a nós próprios. Aliás o mais difícil conhecimento é o conhecimento de si próprio. Por outro lado, também vivemos um momento da nossa história em que são necessárias muitas luzes, e por isso diante de um momento de trevas é necessário que a luz não se apague pelo cansaço, pelo desalento e é necessária combustão. Ora, essa combustão está Naquele que é a fonte inesgotável - Jesus Cristo. Não tenhais medo de abrir o vosso coração e declarar publicamente que Jesus Cristo vive. Sede Luz no mundo. Mais do que nunca necessitamos de clarividência em todas as coisas que nos querem fazer turvar do essencial. Não retiremos os olhos de Jesus Cristo, da Sua Cruz e da Sua Ressurreição. Tomemos o exemplo de Tomás de Aquino que ainda hoje a sua luz ilumina todo o universo. Damos o que podemos, com o máximo que podemos. Deus não nos dá nada que não esteja ao nosso alcance. Antes que nós nos conhecêssemos já Ele nos conhecia, já Ele sabia que nós éramos. Não somos marionetas, mas somos com certeza, com a nossa vida e testemunho e revelação do projecto de Deus para a Humanidade. Tenhamos coragem e vida...

jjmiguel

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Quem tem ouvidos para ouvir, oiça

Porque fala Jesus em parábolas? Para que possamos compreender e contemplar melhor os mistérios de Deus. O mistério de Deus é inesgotável e em cada dia e a cada tempo se revela no Mundo. Será necessário estarmos atentos. Passamos muito tempo agarrados aos nossos cânones e às nossas regras que nem sequer nos damos conta que o Espírito se revela em qualquer parte do Mundo, ou em qualquer pessoa, a qualquer hora. Faz uns dias que entrei numa acesa discussão num grupo na rede social Facebook, do qual eu saí, por ver o quão estamos agarrados aos altos tratados de Teologia, em vez de nos centrarmos essencialmente nas palavras da Sagrada Escritura. Não sou contra os tratados de Teologia, nem muito menos contra a Patrística, ou contra os documentos do Magistério. Mas lamento que desgraçadamente toda esta documentação, em vez de ser vista como meio de iluminação, seja vista como algo adquirido, ou não fosse objecto para nos elucidar o pensamento. E sinceramente, ao ler o evangelho de hoje, perguntava-me muito seriamente que lugar ocupa a Palavra da Vida na vida dos cristãos? A verdade é que todos falamos, e bem, da meditação da Palavra, mas afinal quantos e quantas são os que a fazem? Quantos são os cristãos que a partir do Evangelho fazem a sua meditação diária? Se é que a fazem...? Além disso, tudo o que disse naquele grupo, digo e mantenho: Não vi com bons olhos o culto prestado ao Dr. Almeida Santos, seja na Capela-Mor, seja em Capela Mortuária, na Basílica da Estrela, pelas razões que todos conhecemos. Aliás, o próprio em vida se afirmou como agnóstico. A hierarquia eclesiástica deveria ter outra atitude mediante este caso. Fica a sensação que existe medo de enfrentar a Maçonaria por parte da hierarquia católica. Fiquei com saudades de bispos como D. Augusto Eduardo Nunes, D. Manuel Vieira de Matos ou do Card. Aloisi Masella que em 1911 tiveram que fazer frente a uma Maçonaria enraivecida e anti-clerical. Não tenho nada contra os valores maçónicos, mas não é suportável o seu anti-clericalismo, que o distorcem com a palavra laicismo. Quanto ao Dr. Almeida Santos, presidente honorário do PS, como disse e referi nesse grupo: Deus o acolherá na sua infinita misericórdia e Jesus Cristo o assumirá, porque na Cruz Ele assumiu os pecados de todos e por isso o justificará, como nos justificará a todos. Deus não é juíz e o mal tem o seu inicio no coração do homem. É necessário cuidado com as ideias de inferno e purgatório que muitas vezes nós temos e que nos querem fazer passar. Deus não é preto e branco, assim como não é bem, nem mal ao mesmo tempo.  Porque é de acolhimento de que estamos a falar. Porém, utilizar um templo sagrado, para cultos pagãos, tenho dúvidas se isso é boa ideia. Porém, não deixemos de rezar por este nosso irmão que há pouco tempo nos deixou para a Casa do Pai, em vez de passarmos o tempo em redes sociais a deitar cá para fora a nossa raiva. Na verdade aqui está a prova de que a nossa lógica não é a lógica de Deus, nem muito menos a linguagem de Deus, é a nossa linguagem...

jjmiguel

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos

"A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos." Jesus dirige-se aos discípulos  com estas palavras. Vivemos hoje um tempo de grande vazio espiritual, em que cada vez mais são necessários trabalhadores para poderem semear mais trigo em vez de joio. Nós, cristãos, muitas vezes envolvemo-nos em distracções que nos desfocam deste bom combate, que é o bom combate da fé. Não entendo como se pode viver em Igreja com ciúme, com inveja, com soberba, com orgulho, com ambições desmedidas. Peço desculpa pelo desabafo, mas às vezes tenho a sensação que nós, cristãos, conseguimos falar de tudo, menos do que devíamos falar. O cristão deve falar de Jesus Cristo, da Sua mensagem, da Sua vida e nada mais. Tudo o resto é distracção. Pedimos trabalhadores para a seara, mas é um oceano de criticas de "diz que disse" contra esses trabalhadores que muitas vezes dá vontade abandonar tudo. Paulo VI dizia, e com razão, que antes que a Igreja evangelize para fora, será necessário ser evangelizada internamente. E deixo alguns exemplos: Se queremos ser cristãos, como podemos desconhecer a Sagrada Escritura? Se queremos ser cristãos, então o que fazemos para dar testemunho de Jesus Cristo aos outros? Conhecemos realmente Jesus Cristo? Se queremos ser cristãos, então porque é que não rezamos? Vivemos muito apegados às coisas do mundo. Na verdade, é condição para se ser discípulo o desapego deste mundo. No entanto, não temos que sair do mundo. Temos que viver o mundo com os olhos de Deus. O discípulo é por isso um embaixador de Deus. Deus necessita de embaixadores para que a sua diplomacia possa proliferar pelo mundo.

jjmiguel

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Pregai o Evangelho

A Igreja recorda hoje a conversão de São Paulo. "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura." Jesus manda que possamos ir por todo o mundo e anunciar esta Palavra de Vida e para a Vida. Foi isto que colossalmente fez São Paulo. Teremos que dizer que Paulo, sendo Saulo, era um perseguidor da Igreja, nos primeiros tempos, e que depois descobriu a vida em Jesus Cristo. A verdade é que temos uma ideia muito romanceada da famosa queda do cavalo de São Paulo, pintada por Caravaggio. Mas não nos podemos ficar por quadros, ou por ideais idilicos e romanceados. Ser apóstolo de Jesus Cristo, seguir Jesus Cristo é mais de temer do que desejar. Todos nós vivemos de romances em torno de alguns acontecimentos que nos relatam os textos da Sagrada Escritura. Porém, aqueles textos têm uma aplicabilidade prática na nossa vida. São Paulo pôde experimentar na carne o que era seguir Jesus Cristo. Tudo, mas tudo, ele enfrentou em nome do Evangelho. "Ai de mim, senão evangelizar..." Possam ser também estas as nossas palavras, para que possamos ir longe, tão longe quanto possível para que sejamos esta tocha permanente em ordem a dar Luz onde existe trevas; e Fonte para sermos Água Viva onde existem desertos. Por isso, para quem ainda tem uma ideia romanceada que seguir Jesus Cristo é coisa de umas letras musicais com sabor a romance, coisa para ser pintada em quadros, ou esculpida na pedra... Seguir Jesus Cristo é dar a sua própria vida em nome do Evangelho da sua mensagem, até às últimas consequências. Lamento, mas deixemo-nos de romantismos e mãos ao trabalho porque a messe é grande e o Evangelho tem de chegar rápido, muito rápido, com todos os meios mais eficazes...

jjmiguel

domingo, 24 de janeiro de 2016

No III Domingo do Tempo Comum

Na verdade faz pouco dias que a liturgia nos apontava este episódio da vida de Jesus. Jesus foi à sinagoga de Nazaré, onde proclamou uma leitura do Livro de Isaías, onde leu: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor." A esta passagem da Escritura comentou Jesus :"Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir." Vai para uns dias que lia numa revista "cor-de-rosa" um comentário de uma figura pública da nossa praça acerca da sua experiência de como encarou o cancro que quase lhe retirou a vida. Dizia esta figura pública: "Fiz de tudo, recorri a todas as religiões e deuses." Fiquei por momentos a pensar e partilho convosco o que pensei: se esta figura pública conhecesse o dom de Deus, de certo que não teria recorrido a todas as religiões e deuses. Porque senão existe um sentido e um único caminho na nossa vida, podemos recorrer a todas as religiões e a todos os deuses que eles nada fazem. Se na nossa vida cristã não tivermos Jesus Cristo como único sentido na nossa vida, de nada nos servirá, até mesmo no nosso sofrimento. Poderão me dizer que falo assim porque nunca atravessei nenhum processo patológico com uma doença cancerígena. Graças a Deus, é verdade, mas se esse sofrimento não for visto e revisto na Cruz para mim e para os Outros estarei condenado a que esse sofrimento seja maior. Também ao sofrimento teremos que dar sentido na nossa vida. Reconheço que são palavras simples e fáceis de serem ditas, para quem sofre, sobretudo desse flagelo que é o cancro, mas também reconheço que não podemos perder a esperança na superação do mal. A resposta está em Jesus Cristo, que na Cruz denunciou o mal de toda a humanidade, com vista a que o mal fosse superado pela vida e pelo Amor. Podemos nos perder neste mar de deuses e religiões, mas se não tivermos um caminho espiritual no nosso interior realizado, podemos buscar muitas coisas para nos dar sentido ao nosso sofrimento, mas falta-nos o essencial - Jesus Cristo. Depois deste comentário desta figura pública entendi-o como um sinal deste vazio espiritual em que a nossa sociedade se encontra. Desta forma, deixa-me um pouco apreensivo a forma como se está a realizar o diálogo inter-religioso, promovido pelo Papa Francisco, e bem, no entanto, cuidado para não nos baralharmos em valores universais como a Paz, o Amor, a Vida com valores identitários do Cristianismo. Com toda a certeza que todas as religiões mundiais terão que cada vez mais lutar contra ao indiferentismo e fanatismo religioso, mas no entanto será necessário guardar as identidades próprias de cada religião, e neste caso do Cristianismo, e para isso compete a cada Cristão fazer valer os valores cristãos no Mundo com o seu testemunho de vida, nos seus ambientes e na sua vivência pessoal, para que possa ser proclamado na vida do Mundo o ano da graça do Senhor, que é senão o ano da Vida, o ano da Misericórdia, o ano do Amor.

jjmiguel

sábado, 23 de janeiro de 2016

Acorreu tanta gente


Jesus foi à sua casa com os discípulos, e muita gente acorria para estar com Ele. Os Seus parentes, que O conheciam mais diziam que Ele está fora de si. Nós, cristãos, que somos os que mais perto estamos de Jesus, que conhecemos Dele? Quem é, afinal Jesus para nós? Uma pergunta que já aqui a coloquei diversas, mas penso que nunca é demais. Reconhecemos Jesus na nossa vida? Tantos e tantas que ainda não O conhecem e querem conhecer. E nós? Os que todos os dias, ou todos os domingos vamos à missa, aproximamo-nos da comunhão, que recebemos quase todos os sacramentos da iniciação cristã... Que sabemos nós deste Jesus que tantas ouvimos falar? Será somente para nós um homem que restaurou a História e que deixou uma grande mensagem para a humanidade? Muitas vezes, somos nós, cristãos, que actualmente não conhecemos nada acerca de Jesus e até temos medo de nos confrontar com Ele na nossa vida. Certo é que Ele permanece, espera por nós e abre-nos o coração. E nós abrimos o coração a Jesus e à Sua vontade? 


jjmiguel

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Escolheu doze


O evangelho dá-nos a descrição de quem eram os doze apóstolos que Jesus escolheu. Jesus escolhe a todos para o anúncio da sua mensagem. Uma mensagem de Amor, de Vida, de Alegria e de Paz. A todos nos chama a ser testemunho desta vida que é a vida em Jesus Cristo. A Igreja necessita de Teologia, mas necessita que essa Teologia seja vivida na prática. Na verdade, está na hora, de uma vez por todas de colocar tudo o que já foi dito desde o Concílio Vaticano II na prática, e essa é se não a vida e a experiência da vida em Jesus Cristo que deverá transparecer na vida concreta desde os cristãos-leigos até ao Papa. A Igreja não tem falta de palavras, a Igreja tem falta de prática, de testemunhos de vida que possam arrastar outros para uma nova vida, para uma nova esperança. Foi exactamente isso que os doze viram em Jesus Cristo. E como vimos hoje a pessoa de Jesus Cristo?

jjmiguel

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Veio ter com Jesus uma grande multidão


As multidões procuravam Jesus. Jesus curava, devolvia-lhes a vida e a esperança. Mais que nunca, neste hoje que é o nosso cada vez mais vão sendo imprescindíveis a Fé, a Esperança e a Caridade. No outro dia perguntavam-me para que servia a Teologia. Respondi que a Teologia servia para dar uma resposta a uma sociedade que carece colossalmente de espiritualidade e transcendência. E disse mais... Vivemos hoje num deserto sem água, a Teologia tem e deverá ser essa Fonte de Água onde todos devemos ir beber. O mundo necessita de teólogos. Aproveito e deixo o apelo para que possam aprofundar e saborear do oceano sem fundo que é a ciência teológica. Um convite que dirijo a crentes e a não-crentes. É precisamente desta espiritualidade da qual a sociedade carece que brotará a Fé, a Esperança e a Caridade. Estamos cansados de tantos profetas da desgraça. É preciso e urgente agarrarmos a liderança desta Casa Comum que nos foi deixada pelos nossos antepassados e fazermos dela uma casa de paz e concórdia.


jjmiguel

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Estende a mão



Jesus perguntou aos fariseus se seria lícito fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la em dia de sábado. Na verdade, penso de imediato no caso do jovem que morreu de um aneurisma no Hospital de São José, porque como era fim-de-semana não havia nenhum neurocirurgião para o socorrer. Porém, convém dizer que não nos podemos ficar exclusivamente neste caso do Hospital de São José. Tenho conhecimento de outros casos. Perante estes casos nós perguntamo-nos: "Porquê?" "Porque é que Deus permitiu que este jovem morresse por falta de assistência?" No nosso entendimento achamos que está mal que um jovem morra por falta de assistência e sabemos que isso está mal. Mas será culpa de Deus o que aconteceu? A culpa é nossa, e toda nossa, temos de admitir, por mais que nos custe. Vivemos agarrados ao nosso "eu", às nossas "coisinhas" e não nos damos à vida. A caridade filantrópica tem de acabar de uma vez. Não podemos continuar a viver numa sociedade do "fica bem", ou do socialmente correcto. Lamento, mas é isso que a nossa imprensa fomenta. Fomos nós que criamos este monstro social, em que nem sequer se nos preocupa o sofrimento do Outro e quando acontecem estas tragédias colocamos as culpas naquilo que não queremos ver e que está bem dentro de nós próprios. Culpamos os médicos, a direcção do hospital, as políticas e os seus agentes, a todos culpamos... Mas o que temos feito para combater aquilo que está mal. O Criador não criou a criatura para a depois retirar-lhe a vida. O Criador criou a criatura por Amor e para que a criatura amasse o Seu Criador. O Criador criou a criatura como sinal de Amor. Será que nós nos amamos uns aos outros a este ponto? Este caso do Hospital de São José é mais um sinal evidente do nosso orgulho, do nosso individualismo, de uma sociedade que está altamente doente e necessita urgentemente de cura e de sentido. Olhai a Cruz... Deus denuncia naquele madeiro o mal da humanidade que tem de ser combatido dia-a-dia, e isso está só nas nossas mãos pelo Amor de uma vez por todas de nos amarmos como irmãos. Não forjemos culpas... Certo é que quem tinha toda uma vida pela frente foi privado de a continuar, às mãos de uma sociedade débil. E lamento se a sociedade está débil, não é com certeza por culpa de Deus...


jjmiguel

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O Filho do Homem também Senhor do Sábado

A nossa vida actualmente é uma vida cheia. Não temos tempo, e na verdade, não temos... Somos uma sociedade de paradoxos. Temos altos meios de comunicação, agendas preenchidas, muita vida social, mas de tudo isto o que fica? O vazio. Numa analogia que eu utilizava numa conversa que tinha, os nossos dias são como que uma mesa cheia de grandes iguarias, que só de olhar para ela, por mais apetecíveis que sejam perdemos a fome. Assim são os nossos dias, assim é a nossa sociedade actual. Com múltiplas e múltiplas ofertas e solicitações, com toda uma rede de comunicação como nunca vista, com agendas cheias de compromissos, mas onde é que no meio desta sociedade em gritos nos encontramos? Onde fica o Amor? Quem somos nós? Quem és tu? Neste vendaval resta-nos uma certeza que deve preencher a nossa vida, em todos os dias... Jesus Cristo, o nosso sentido, a nossa vida! Porque Ele é Senhor do Sábado e de todos os nossos dias...

jjmiguel

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar

Os discípulos de João e os fariseus, foram perguntar a Jesus porque motivos não jejuavam os discípulos de Jesus. Jesus responde que enquanto o noivo estiver com eles não podem jejuar. Uma pergunta se me impõe ao meu espírito e que partilho convosco: se reconhecemos a presença de Jesus na nossa vida, necessitamos de jejuar? Os cristãos não podem ser franco-atiradores. A sua vida é feita com, para e por Jesus Cristo. Sem Ele nada somos. A Igreja não pode viver sem o esposo. A centralidade de toda a vida cristã é Jesus Cristo. Na História da Igreja percebemos quando houve desvios desta centralidade emergiram problemas, e veio ao de cima o lado negro da Força. Assim também acontece com a nossa vida quotidiana, quando retiramos os olhos do Nosso Mestre e Senhor,  toda a nossa vida também se desvia por atalhos escuros, fazendo-nos mergulhar em noites escuras. Por isso, não retiremos os olhos Daquele que é a vida e a vida em si mesma. Fechemos os olhos, e no silêncio Ele nos falará, sobre nós e sobre a nossa vida...

jjmiguel

domingo, 17 de janeiro de 2016

No II Domingo do Tempo Comum

Jesus encontra-se num casamento em Caná da Galileia. Sua mãe vai ter com Ele e diz-Lhe que não têm vinho. Ele responde que não tem nada a ver com isso. Maria, Sua mãe, fica no silêncio. Porém ela dá ordens aos serventes para que eles façam tudo o que Ele lhes disser e assim foi. Jesus transformou água em vinho e foi o primeiro milagre de Jesus, segundo a tradição. Porém, importa retirar deste texto alguma coisa para a nossa vida. Com certeza que não importará muito a discussão da transformação química da água em vinho, como alguns fazem tanta questão de discutir, como se tivessem a discutir questões de lana caprina para desviar as atenções do centro essencial da mensagem que este evangelho quer deixar neste domingo. Jesus escuta Sua mãe. À partida parece desinteressado, mas não. Ele sabe bem que a Sua missão é servir e dar o que falta ao coração do homem. O vinho simboliza a alegria, a vida. Jesus restitui a nossa alegria, a nossa esperança da vida e de amar. Amar sem medida. Por outro lado a atitude de Maria, que vai ter com Jesus e diz-lhe: "Não têm vinho." Na nossa vida prática, manifesta-se aqui a advogada que nós temos junto de Deus. A mãe que intercede por nós. Notai o silêncio de Maria. Jesus respondeu que nada tinha a ver com o facto de não haver vinho. Maria poderia ter respondido, mas o texto revela-nos o silêncio. O silêncio que é de humildade, mas também de confiança. A confiança e a humildade que nós temos que ter em Deus, apesar de muitas vezes parecer que Deus está no silêncio e que anda distraído de nós. São pensamentos errados que nos invadem muitas vezes o espírito. Deus não se esquece de nós, simplesmente Ele tem o seu tempo. Notai que Jesus diz: "ainda não chegou a minha hora." A hora de Deus. Muitas vezes é necessário a perseverança, a humildade e a coragem para estar atento à hora de Deus. O tempo em que Deus se revelará. Mas cuidado, é necessário estar atento e vigilante, porque melhor do que ninguém Ele sabe o que é melhor para nós. Por isso o texto evangélico de hoje também é uma exortação à oração. Muitas vezes, já no desalento da nossa vida, entramos no caminho da descrença e pensamos que Deus se esqueceu de nós, mas não deixemos de orar, de dialogar com Ele e se necessário perguntar-Lhe: "Onde é que estás, agora? Preciso de Ti!" A vida cristã terá de ser esta contínua esperança alimentada pela oração, pelos sacramentos e pelos actos de piedade que são sinal da permanência de Deus na História do Mundo. Afinal, Ele fez-se condição humana, para assumir o nosso pecado e nos restituir à vida. Coragem, ainda que no silêncio, Ele está connosco...

jjmiguel  

sábado, 16 de janeiro de 2016

Segue-Me!

"Segue-me!" Foi esta a palavra proferida a Levi, no evangelho de hoje. Jesus continua a chamar-nos e chama a todos independentemente da sua condição, cultura, raça, cor, língua. Cristo a todos chama. Temos a responsabilidade com a nossa vida de responder, e independentemente da nossa resposta, Ele aceita-a. Frequentemente somos como estes escribas que perguntavam: "Porque motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?" Temos por vezes umas ideias muito romanceadas de Jesus, diria quase idílicas. Este Jesus a quem todos os Cristãos seguem veio para os pecadores, não veio para aqueles que todos sabem, para os que são justos. Em bom rigor, veio para os pobres, para os marginalizados, exactamente para aqueles que todos os dias nós nos nossos ambientes muitas vezes desprezamos, ou nem sequer ousamos falar porque temos a nossa mente cheia de ideias preconcebidas. Este Jesus pede-nos que possamos ir ao encontro do Outro olhá-lo nos olhos e dizer-lhe: "Segue-me!" Saibamos abrir o coração à misericórdia de Deus para que a possamos praticar. Se não ousarmos de misericórdia, pelo menos neste Ano de Misericórdia, de nada servirá o Ano da Misericórdia.

jjmiguel

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Porque fala Ele deste modo?

Vivemos tão cheios de nós próprios que vivemos ofuscados e não conseguimos as graças de Deus na nossa vida. Deus é infinita misericórdia. Jesus perdoa os pecados e cura o paralítico, pelo contrário os escribas começaram a murmurar. Não seremos nós como estes escribas? Tão mergulhados que andamos nos gritos da vida que não nos damos conta que Jesus vai mesmo ao nosso lado a caminhar e por vezes pega em nós ao colo. Mas temos o coração atemorizado ou endurecido ao ponto de não querermos ver. Confiai, Cristo, ainda que tudo possa cair, Cristo permanece na vossa vida. Ele ama-nos e quer de nós o bem para nós.

jjmiguel

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Começou a apregoar e a divulgar


O encontro com Jesus é o encontro com a vida. Notai que o leproso do evangelho assim que ficou curado da lepra  começou imediatamente a divulgar o que acontecera. O encontro com Jesus é esta alegria, esta felicidade e paz que todos que ficamos tão cheios interiormente que somos como que impelidos a proclamar bem alto a vida e a alegria de Jesus Cristo. Assim seja, a nossa vida cristã. Uma vida de anúncio deste fogo purificador da vida e vida em abundância. Sejamos espelho desta graça cristificante.


jjmiguel

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Todos te procuram

Todos procuramos Jesus. Crentes e não crentes todos procuramos as respostas para as perguntas últimas da nossa existência humana. A todo o ser humano é legitimo esta procura, esta ânsia pelo infinito. Não podemos viver sem esta busca, e toda a nossa vida seja de fé ou não, é feita por perguntas. Mal de todos nós senão nos questionarmos acerca da vida, das coisas do mundo. Faz uns dias que a imprensa publicou que um "padre diz que homens matam mulheres por culpa delas". Ao ler a homilia de D. Braullio Rodríguez percebi então o porquê de tanto mal-estar na imprensa. Na verdade, o Arcebispo de Toledo (e não padre como lhe chama a imprensa) na homilia (a imprensa chama-lhe sermão, uma linguagem de quem não sabe o que está escrever pela ignorância) na verdade diz que homens matam mulheres por culpa delas, mas é preciso contextualizar a frase e perceber em que sentido o diz. O prelado alerta para a existência, ainda em pleno séc. XXI, de uma sociedade marcada por machismo exacerbado, colocando em causa a boa relação e o bom ambiente da família. Alerta ainda o arcebispo de Toledo que não é com leis que se resolve o problema. Para o Arcebispo de Toledo o problema está em que uma relação matrimonial, seja católica ou civil, tem de ser vivida no e só no Amor. Falar de Amor nos nossos dias na família parece que tudo se volta para a sexualidade. E sexualidade, como diz o arcebispo, e bem, não é genitalidade. Além disso falar de Amor na família, remete-nos para o respeito e a capacidade de diálogo entre os conjuges, coisa que bem sabemos que muitas vezes não existe no interior das nossas famílias. Pergunto: a quem incomodou as palavras do arcebispo? Não será na base do Amor e do respeito mutuo que as nossas famílias deveriam de viver? Ao que parece as palavras de D. Braullio Rodriguez incomodaram mesmo muita gente. E já agora, se existe quem afirme que não procura Jesus na sua vida, porque é que as palavras da Igreja ainda incomodam e são tão faladas na imprensa? Se as palavras da Igreja não incomodam ninguém, e se querem silenciar a Igreja não seria mais fácil deixarem de falar dela? Mas acho que a Igreja é mesmo importante na vida das pessoas, porque todos falamos dela. Afinal Jesus Cristo é importante porque tem uma mensagem importante para o mundo, o problema é que não queremos ser confrontados com ela.

jjmiguel

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Que vem a ser isto?

Se Deus existe, porque é que existe o mal? Porque é que existe o sofrimento humano? O Papa Francisco um dia perguntava, numa pergunta profunda: "Porque sofrem as crianças?" Ficamos sempre revoltados diante do mal e muitas vezes faz-se o silêncio dentro de nós perante tamanhas atrocidades que vão sendo cometidas por esse mundo fora. As questões são de profundidade e complexidade humana. Podemos colocar a pergunta ao contrário: se existe mal, então porque é que existe bem? Se existe o mal então para quê acreditar em Deus? Proponho que hoje façais um exercício... Olhai para a Cruz onde está o Nosso Mestre e Senhor, que vedes? Da minha parte partilho a minha visão: ali está espelhado o mal que existe no coração do homem, e em simultâneo o amor e a misericórdia de Deus pelo mundo. Jesus assume o nosso pecado, doa-se, ama o Homem. E nós amamos Jesus Cristo, como Ele nos ama? É por isto que Jesus tem tudo a ver connosco, porque a todos ama e a todos acolhe na infinita misericórdia do Pai e espera também que O possamos amar. Então se dizemos que amamos Jesus Cristo, então porque é que continuamos a ferir o nosso Amado? De uma forma prática, porque é que continuamos a magoar alguém que amamos e que nos ama? Se amamos Jesus Cristo e continuamos a feri-lO, então somos mentirosos e hipócritas, como nos diz o Apóstolo. A perpetuação do mal no mundo não depende de Deus, mas depende de nós através da magnitude do nosso Amor a Deus e aos demais.

jjmiguel


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens


A liturgia segue o seu caminho e para trás deixamos o tempo do Natal que esperamos que para todos tenha sido de nascimento no coração deste Deus que veio habitar connosco e que hoje nos deixa dois convites: o convite ao arrependimento e conversão e o convite ao nosso despojamento interior para lhe entregarmos a nossa vida. Não nos fiquemos apenas pelas luzes do Natal, é tempo que essas luz deste Natal se façam brilho na vida, nos nossos ambientes. "Vinde comigo", disse Jesus aos discípulos. Estas são palavras também para ti hoje: "Caminha comigo..." Aceitas o convite?


jjmiguel

domingo, 10 de janeiro de 2016

Na Festa do Baptismo do Senhor


Hoje celebramos a Festa do Baptismo de Jesus. Jesus é baptizado no Jordão. Perguntamos porque é que sendo Jesus, o Filho de Deus foi também baptizado? Em tudo Ele se fez igual a nós. Deus vive connosco. A partir do momento que Deus se fez carne habitou na nossa história, faz parte da nossa história, humilha-se perante a História humana. Assume em Jesus Cristo todos os nossos sofrimentos e todas as nossas alegrias no estandarte da Cruz. "Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo." O fogo que tudo limpa e tudo purifica. Por isso Malaquias, perguntava quem surportará o dia da Sua vinda. Ele vem trazer o fogo purificador ao coração dos homens e das mulheres. Deus não é sanguinário, como veio expresso na capa do jornal francês Charlie Hebdo, porque quem fala num Deus sanguinário, temos pena mas não sabem de que Deus estão a falar. Muito menos sabem aqueles que falam de guerras santas ou de vinganças de Deus. Deus não é sangue, não é guerra, não é conflito.O verdadeiro Deus de que falamos é o Deus da Paz, da Vida, da Esperança e da Caridade. O verdadeiro Deus de que falamos é o Deus que assume e limpa todas as nossas culpas, mesmo aquelas que achamos à nossa vista humana que não têm perdão. Todos nós ficamos surpreendidos com as palavras e atitudes do Papa Francisco. Podemos comentá-las, podemos achar que umas estão certas, outras nem por isso. Mas uma coisa é certa... O Papa Francisco não é um "papa moderno", que defende homossexuais e divorciados ou outras coisas que uns jornais publicam e alguns querem ouvir, porque lhes convém. O Papa Francisco é o papa (como tantos outros papas da História), o papa do Evangelho. Nada, mas mesmo nada, do que tem dito o Papa Francisco até hoje não tem nada de novo, porque o que ele diz está escrito pelo Magistério da Igreja e em última instância nos Evangelhos. O problema é outro! O problema é que, caríssimos e caríssimas, estamos muito esquecidos da mensagem do Evangelho. A vida cristã tem de deixar de ser uma vida tradicionalista institucionalizada canonicamente, para passar a ser vivida no coração e no interior. Se isso acontecer deixamos que este fogo de Jesus Cristo nos abrase e abrase o coração do Mundo e a todos purifique, para que possamos renascer para uma vida nova. 

jjmiguel

sábado, 9 de janeiro de 2016

Ele é que deve crescer, e eu dimnuir

Esta é a linguagem cristã que o Outro cresça e eu diminua. Na verdade é a linguagem do Amor. Amar é dar-se e abandonar-se nas mãos do Outro, sem esperar nada de nada em troca. Nada desta mensagem traz novidade, a novidade está porque muitas e muitas vezes nos esquecemos de amar. A missão do cristão é o anúncio com a sua vida deste amor gratuito. Amor é dádiva e esta dádiva muitas vezes implica a nossa capacidade de nos humilharmos diante do Outro e pedir perdão, sem que para isso percamos a nossa identidade e a nossa dignidade. Foi na verdade isto que João Baptista fez. Anunciou a chegada do fogo purificador do Amor, e deixou-se definhar para que esse Amor reinasse sobre a Terra. Frequentemente nos falta a humildade de reconhecermos frágeis e débeis, na nossa pobreza espiritual diante do Outro. Mas como é possível eu perdoar a quem me fez e/ou faz mal? Essa é a proposta do caminho cristão. Na nossa lógica humana parece impossível, mas quanto mais se perdoa maior é o Amor, assim como maior for o nosso Amor a Deus, e maior for a nossa relação com Deus, mais simples se torna a possibilidade do perdão e o reconhecimento da nossa debilidade e fragilidade de seres no Ser.

jjmiguel

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Quero, fica purificado

Apareceu um homem junto a Jesus coberto de lepra. O homem pediu para que Jesus o purificasse. Jesus purificou-o. Neste caso será necessário dizer que à época de Jesus sofrer de lepra significava que teria de viver fora da cidade e este homem muito provavelmente seria um marginalizado da sociedade, até porque segundo a mentalidade da época, este homem tinha lepra porque estava condenado por Deus pelo seu pecado ou pelos pecados dos seus familiares. Todos nós achamos isto ridículo no séc. XXI. Certo é que no séc. XXI também marginalizamos. Marginalizamos divorciados, homossexuais, uniões de facto, pobres, pretos, brancos, refugiados, muçulmanos, gordos, magros, cegos, surdos e mais uma quantidade de preconceitos e rótulos que nós fabricamos para colocar à margem, porque não seguem a Lei. A Lei foi criada para libertar e não para prender. Jesus porém convida-nos ao acolhimento a termos o coração aberto. E este é o escancarar as portas a Cristo que tanto nos falava São João Paulo II. Acolhimento e Amor. As comunidades cristãs deverão ser cada vez mais locais de acolhimento e não locais de repúdio e de fechar portas. Por vezes fico com  a sensação que há comunidades cristãs que serão mais empresas institucionalizadas do que qualquer outra coisa. Não é disso que necessitamos para abrir as portas a Cristo. Felizmente, também tenho conhecimento de causa onde há comunidades cristãs onde este acolhimento e este amor fraterno é manifesto. Seria bom que todos seguissemos estes bons exemplos de acolher, de abrir, de amar para construirmos a tão desejada Civilização do Amor. Assim seja. 

jjmiguel

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Espírito do Senhor está sobre mim

Jesus segundo Lucas vai a Nazaré, onde entra na sinagoga e é convidado a fazer uma leitura do profeta Isaías. No final faz um comentário à leitura: "Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura..." Como cristãos somos impelidos às palavras de Isaías: anunciar a boa nova aos pobres, a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor. A nossa vida por dentro e por fora deverá ser isto para o mundo e no mundo. No mundo de hoje, com as facilidades e as dificuldades do mundo de hoje. O cristão não é chamado à alienação da vida pública, ou do que se passa no mundo. O cristão não pode passar o tempo dentro da igreja só a orar. A oração é importante, mas é também importante que o cristão faça proclamar este ano de graça do Senhor. O cristão não pode viver mergulhado em depressões profundas, mas mergulhado na esperança que é a vida em Jesus Cristo. Um dia à porta de uma igreja no final da celebração eucarística olhava as pessoas e olhava os seus rostos, pensei para mim: "Parece que vêm de um funeral, ou parece que estamos em Sexta-feira Santa." Perguntei para mim onde estava a alegria cristã. E onde está a alegria cristã? Onde está a vida em Cristo? Onde esta proclamação deste ano de graça, deste ano de vida? Todos nos queixamos que o Cristianismo está a perder influência no Mundo Ocidental, e sobretudo aqui na Europa. De quem é a culpa? Dos cristãos, está claro de ver... Chegou por isso o tempo de proclamar este ano de graça, este ano de vida e anunciar bem alto se possível no meio da rua, nas nossas casas em todos os nossos ambientes: Jesus Cristo vive! Jesus Cristo reina! A Cruz só faz sentido a partir do momento que passemos da morte à vida, à esperança, ao Amor.

jjmiguel

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Tinham o coração endurecido


Os discípulos estavam cansados de remar e Jesus foi ter com eles. Também nós hoje estamos cansados de remar, mas será que vislumbramos que neste cansaço está o Nosso Mestre e Senhor que hoje mesmo nos dá a mão? Será que ainda temos o coração endurecido ao Amor que Jesus nos tem para dar, tal como os discípulos? Os nossos corações não podem permanecer em pedras quando de facto descobrimos o Amor de Deus. Deus ama-nos e espera que o amemos. Amamos de facto a Deus tal qual como dizemos tantas e tantas vezes na nossa vida? Se O amamos então porque pecamos? Porém, notai, não é por pecar que Deus, como se fosse um juíz, nos vai julgar. Deus não é condenação. Deus é Amor e Vida. Pecamos porque somos fracos diante de tanto Amor que Deus nos tem para dar. Pecamos para que do pecado se encha o nosso coração de mais Amor através da nossa humildade e do nosso arrependimento. Há muitas vezes a tentação de pensar que quanto mais pecar mais abundante é a Graça. Se na verdade entramos neste laxismo espiritual, então mais vale parar no caminho espiritual e recomeçar de novo, porque do pecado só vem a Graça se na verdade em nós se realizar o arrependimento e o perdão diante de Deus, de nós e dos outros. E aí, sim, reconheceremos o Mestre da Vida. Nesse momento se realiza a vida, por isso Jesus nos exorta à vigilância na oração. é por isso que a vida cristã terá que ser acompanhada com a oração, no diálogo com o Senhor da Vida, para que não sejamos surpreendidos pelo ladrão.


jjmiguel

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dai-lhes vós mesmo de comer

"Naquele tempo, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor." Lia estas primeiras palavras do evangelho e pensava hoje na importância dos nossos pastores de almas. Pensava na sua missão e na fidelidade à sua missão. Os cristãos hoje têm o direito e o dever de pedir bons pastores para os dirigir. Confunde-se muitas vezes o ser-se padre como uma profissão qualquer. Mas não é, nunca foi e nunca será. Ser padre é antes de mais uma vocação, um mandato e um compromisso. Ser padre é passar, sofrer e amar, como me disse um sacerdote um dia. Ser padre não é ser-se profissional da religião, para isso já há muitos profissionais noutros ramos. Colocamos cada vez mais a questão do celibato sacerdotal em causa, isto porque esquecemos a dimensão da vida espiritual. Ser-se padre é acima de tudo vida espiritual, a vida profissional vem depois. Ser-se padre é dar a vida tal como o Sumo Pastor, Jesus Cristo. A esposa do padre é a Igreja e as comunidades cristãs, e não tem mais nenhuma esposa. Tal como um homem casado que opta por uma e só uma mulher, a vida sacerdotal é a opção por Jesus Cristo, a Igreja e pelas comunidades a que está vinculado em qualquer circunstância. Poderão-me dizer que existem sacerdotes que em traição não são fiéis a esse celibato. Com legitimidade o dirão, mas também existem homens casados que não são fiéis às suas esposas. Então onde está o problema? O problema está em dois vectores essenciais: vida espiritual e formação. Para se ser padre é preciso vida espiritual, vocação e formação. Mas para se ser casado também é preciso vida espiritual, vocação e formação. Os cristãos-leigos não devem exigir à instituição Igreja o fim do celibato, antes uma boa formação de Seminário para que os futuros pastores possam ser bons pastores de almas. Todos acusamos os padres de muitas atitudes, sobretudo as más, mas não exigimos que durante o seu período de formação, possam ter uma boa formação. Todos ficamos espantados quando algum candidato sai do Seminário, e acusamos logo: "Não tinha vocação..." Pergunto eu: "Será só porque não tinha vocação?" "E quem somos nós para julgar a vocação sacerdotal de alguém?" É legitimo perguntar, como é hoje feita a formação nos  nossos Seminários aos futuros pastores de almas? Por outro lado, também teremos que afirmar que se um candidato ao sacerdócio, durante o seu percurso no Seminário, chega a conclusão que não tem vocação ao sacerdócio, teremos que louvar a coragem e o seu amor à Igreja, porque essa é uma atitude de amor à Igreja e em última instância a Jesus Cristo. Quantos e quantas de nós não apontamos dedos a possíveis candidatos ao sacerdócio que pura e simplesmente desistiram do seu percurso durante o tempo de Seminário? Por outro lado, quantos e quantas de nós não acusam o padre que afinal não cumpre com o celibato? Afinal, o que  será mais legítimo? Sair porque de facto o caminho não é aquele, ou continuar a queimar etapas dentro de um Seminário e um dia, quando estiver numa casa paroquial ser causa de escândalo para a Igreja e para todos? Jesus diz aos discípulos no evangelho de hoje: "Dai-lhes vós mesmo de comer..." Em bom rigor para dar de comer a alguém teremos que ter alimento, porque ninguém pode dar aquilo que não tem. Desta forma o alimento do sacerdote deverá ser a sua vida espiritual, uma vida feita com a comunidade e para a comunidade, num dar-se continuamente e isso é senão só Amor, e esse Amor já terá que vir de um Amor experimentado na comunidade de Seminário, caso contrário poderemos ter a manutenção de um ciclo vicioso. Rezemos pelos nossos padres, pelos nossos seminaristas e suas equipas formadoras.

jjmiguel

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz


A Luz iluminou as trevas. As nossas cadeias foram destruídas. Deus manifestou-se ao mundo para a nossa liberdade. Por isso viver Deus na nossa vida deverá ser sinónimo de liberdade e não de prisão. O fanatismo prende-nos. Quando a fé nos traz prisões já não é fé, porque não é transmissora da vida e da esperança, do Amor que tem de ser a vida em Cristo. Na verdade já não nos religa com o que é desligado em nós pelo pecado e pela morte. Viver Deus na nossa vida é um
acto de liberdade, de justiça e de alegria. Deixai que Deus possa ser o centro da vossa vida, mas para isso rasgai o vosso coração a esta Luz de Belém. Luz que nos restitui à liberdade de filhos, luz que nos restabelece à graça e à vida.

jjmiguel

domingo, 3 de janeiro de 2016

Na Solenidade da Epifania do Senhor

Na Solenidade da Epifania do Senhor, no dia de hoje veio-me ao pensamento o cântico "A Luz de Cristo ilumina a terra inteira. Aleluia! Aleluia!". Esta solenidade vem-nos lembrar que Deus se revelou ao Mundo por Seu Filho Jesus Cristo. Deus se fez homem e habitou entre nós, de uma forma muito actual. Por isso Ele se torna Luz para todo o homem e mulher, sobretudo para os pobres, para os marginalizados, para os doentes, para os prisioneiros, para todas as culturas e etnias, para todas as religiões e credos. Cristo não veio escrever tratados de Teologia, antes falar-nos de Deus de uma forma simples, para os simples. Notai que Herodes ficou apavorado com a notícia de que tinha nascido o rei dos judeus. O problema é que este Menino de Belém, não veio como rei para disputar poderes, nem territórios, veio ao Mundo para reinar o coração de todos os homens e mulheres. E aqui está a polémica. Jesus Cristo vem para os pobres, para os que sofrem, assume neles a sua pobreza e o seu sofrimento. Jesus Cristo vem para os pecadores, assumindo o seu pecado. E esta mensagem é de confronto interior, porque Jesus Cristo sabe bem quem nós somos, porque nos conhece no interior e no nosso exterior e ainda assim ama-nos. Não é Jesus Cristo que nos confronta, é o Amor, porque temos medo, muito medo de Amar. Para amar temos de nos entregar, de nos doar ao Outro e isso significa solidariedade, abertura do coração. Continuo sem perceber como é que num mundo que durante o séc. XX lutou imenso pela liberdade, igualdade e fraternidade entre todos, e se individualizou, de tal forma que todos somos indiferentes a todos e todos vivemos como que alienados de todos. Vivemos das "caridadezinhas", porque "é bem" ajudar os pobrezinhos. Isso é filantropia. É preciso dar a cara, olhar nos pobres, desfavorecidos o rosto de Jesus Cristo. "Viemos adorá-lO!" Os Magos do Oriente foram adorar Deus em Belém numa criança pobre e que tinha nascido numa manjedoura onde comiam vacas e burros. É esta a revolução cristã. Não podemos continuar em romantismos cristãos. Não podemos continuar com mensagens de alta Teologia que ninguém entende. O Menino de Belém traz-nos uma mensagem simples: Deus é Amor, e onde habita o Amor aí habita Deus.

jjmiguel

sábado, 2 de janeiro de 2016

Eu sou a voz que clama no deserto


A voz do profeta anuncia. Somos estes sacerdotes e levitas que não reconhecem a voz daquele que anuncia quem está para chegar. Aquele que traz o fogo à terra para renovar todas as coisas. No momento em que escrevo encontro-me numa esplanada no centro de uma cidade deste país. É nestes colossais areópagos que a Palavra se deve fazer vida. O cristianismo não pode continuar na sacristia, mas vira para a rua e anunciar publicamente esta Palavra que não é de um passado, mas se faz presente hoje no mundo. Somos nós, cristãos, o actualizar desta Palavra através do nosso testemunho da nossa vida. Mais que rituais liturgicos é preciso viver toda essa liturgia com o nosso testemunho de vida para que Jesus seja fogo e luz. A vida dos cristãos deverá ser fogo, luz, sal, fermento para que possa brotar nos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade a vida que lhes dá sentido e essa é senão só a vida em Jesus Cristo. Mais que vivermos os comentários de corredor vivamos Jesus Cristo, para que a nossa seja uma verdadeira epifania do Amor e da Vida em Jesus Cristo. Pois é mesmo aqui onde vivem e circulam as pessoas, que nós devemos estar e não cheios de medo no interior das nossas sacristias, para que Cristo fale ao coração dos homens e das mulheres. Não tenhamos medo de anunciar o que vimos e ouvimos, o que os nossos olhos e as nossas mãos tocaram - Jesus Cristo!


jjmiguel

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Na Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

Em 01 de Janeiro de 1968, Paulo VI, instituía para todos os homens e mulheres de boa vontade o Dia Mundial da Paz. Esta Paz que tanto ansiamos, como nos diz uma fadista portuguesa. Vivemos na sociedade grandes desafios à manutenção da Paz mundial. Mas o maior desafio será a conquista da nossa Paz interior. Só através da conquista da Paz, no interior de cada um de nós poderemos fazer valer e promover os direitos e deveres humanos, pela reconciliação com o meu Outro que não conheço, mas que devo conhecer, olhando-o olhos nos olhos e não me ficar pelo espelho de uma realidade irreal, porque todos somos irmãos e irmãs, vivendo lado a lado, não importando a cultura ou o credo. Por isso é preciso ter bem presente o valor da Justiça como um bem comum para alcançar a Paz. A Justiça não pode ser manietada e utilizada para o controlo dos cidadãos, mas antes como sinal de Liberdade, de Paz e Concórdia entre as nações. Deste forma temos que acreditar que a Paz é possível, quando nós deixarmos de deitar culpas na Política, na Economia, no Outro e formos nós os promotores da Paz. A Paz, caríssimos e caríssimas, depende de nós, não depende de mais ninguém. Somos nós próprios os promotores desta Paz. Será por isso imprescindível a prática da reconciliação e da misericórdia, entre nós e o meu Outro. Não poderemos continuar de costas voltadas. É preciso aplicar o Perdão, para que se aplique o Amor. Somos hipócritas quando falamos de Amor e não sabemos Perdoar. Estamos a assistir a um mundo que está a recorrer às armas da violência e esquece e aliena-se das armas da Paz. Seria necessário revestirmo-nos das armas da Luz e não das armas da Morte. A Força que muita gente desvalorizou com o filme Star Wars é a Força da Luz e da Paz e é dessa Força que estamos a falar, não a Força da Morte ou da escuridão porque esse é o outro lado da Força de que tanto se fala no filme. Só quem não viu o filme é que pode desvalorizar esta mensagem. A "Guerras das Estrelas" é a Guerra da Luz contra a Morte, contra uma cultura de Morte que se instalou. Por isso o Cristianismo não é uma mensagem de "beatos" que "se deixaram seduzir por Jesus Cristo", isso é uma mensagem de singeleza romântica que muitos e muitas andam por aí a divulgar, desvirtuando o Cristianismo. O Cristianismo é revolucionário e subversivo em ordem à construção de uma Civilização para a Paz. A Revolução é a Paz. Defendo Nicolau Maquiavel, quando todos os fins justificarem os meios para a construção de uma Civilização da Paz e do Amor e deixarmo-nos de singelezas românticas de Jesus Cristo. Neste dia em que celebramos também a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus coloquemos nas suas mãos este ano de 2016 e que seja ela a guiar os caminhos da Paz da nossa sociedade. Possamos fazer o mesmo como os pastores de Belém e ir anunciar tudo o que vimos e ouvimos em ordem à construção de uma sociedade na Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

jjmiguel