André foi o primeiro dos apóstolos a reconhecer o Senhor como seu mestre
[...]; deixou o ensinamento de João Baptista para frequentar a escola
de Cristo. [...] À luz da lâmpada (Jo 5,35), procurava a luz verdadeira;
sob o seu brilho incerto, acostumou-se ao esplendor de Cristo. [...] De
mestre que era, João Baptista tornou-se servo e arauto de Cristo,
presente diante dele: «Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo» (Jo 1:29). Aqui está Aquele que livra da morte; aqui está Aquele
que destrói o pecado. Eu não fui enviado como esposo, mas como aquele
que o acompanha (Jo 3,29). Eu vim como servo e não como senhor.
Tocado por estas palavras, André deixa o seu antigo mestre e
precipita-se para Quem ele anunciava. [...] Precipita-se para o Senhor, o
seu desejo é evidente no seu empenho [...], e traz consigo o
evangelista João; os dois deixam a lâmpada para avançarem em direcção ao
Sol. André é a primeira planta do jardim dos apóstolos, é ele que abre a
porta ao ensinamento de Cristo, é ele o primeiro a colher os frutos do
campo cultivado pelos profetas. [...] Ele foi o primeiro a reconhecer
Aquele de quem Moisés disse: «O Senhor teu Deus suscitará em teu favor
um profeta saído das tuas fileiras, um dos teus irmãos, como eu: é a ele
que escutarás» (Dt 18,15). [...] Ele reconheceu Aquele que os profetas
anunciaram, e levou até ele o seu irmão Pedro. Mostrou a Pedro o tesouro
que este ainda não conhecia: «Encontrámos o Messias» (Jo 1,41), Aquele
que desejávamos. Esperávamos a Sua vinda: vem agora desfrutar da Sua
presença. [...] André levou seu irmão a Cristo [...]; foi seu primeiro
milagre.
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Dos Discursos de Santo Agostinho, bispo de Hipona
«Então, todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do
Senhor, porque Ele vem para julgar a terra» (Sl 95,12-13). O Senhor veio
da primeira vez e virá de novo. Veio da primeira vez «sobre as nuvens»
(Mt 26,64), na Sua Igreja. Que nuvens O trouxeram? Os apóstolos, os
pregadores. [...] Veio da primeira vez trazido pelos Seus pregadores e
encheu toda a terra. Não oponhamos resistência à Sua primeira vinda, se
não queremos temer a segunda [...]
Que deve pois fazer o cristão? Aproveitar este mundo mas não o servir. Em que consiste tal atitude? Em «possuir como se não se possuísse». É o que diz S. Paulo: «Irmãos, o tempo é breve. [...] Desde já, aqueles que choram seja como se não chorassem, os que são felizes, como se o não fossem, os que compram, como se nada possuíssem, os que tiram proveito deste mundo, como se não se aproveitassem dele. Porque este mundo, tal como o vemos, vai passar. Quereria ver-vos livres de toda a preocupação» (1Co 7,29-32). Quem está livre de toda a preocupação espera com segurança a vinda do seu Senhor. Será que se ama o Senhor quando se receia a Sua vinda? Meus irmãos, não nos envergonhamos disso? Amamo-Lo e receamos a Sua vinda? Amamo-Lo verdadeiramente ou amamos mais os nossos pecados? Odiemos pois os nossos pecados e amemos Aquele que há-de vir. [...]
«Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» da primeira vez [...] «Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» para julgar a terra, Então, encontrará cheios de alegria, «porque Ele vem», todos os que tiverem acreditado na Sua primeira vinda.
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Que deve pois fazer o cristão? Aproveitar este mundo mas não o servir. Em que consiste tal atitude? Em «possuir como se não se possuísse». É o que diz S. Paulo: «Irmãos, o tempo é breve. [...] Desde já, aqueles que choram seja como se não chorassem, os que são felizes, como se o não fossem, os que compram, como se nada possuíssem, os que tiram proveito deste mundo, como se não se aproveitassem dele. Porque este mundo, tal como o vemos, vai passar. Quereria ver-vos livres de toda a preocupação» (1Co 7,29-32). Quem está livre de toda a preocupação espera com segurança a vinda do seu Senhor. Será que se ama o Senhor quando se receia a Sua vinda? Meus irmãos, não nos envergonhamos disso? Amamo-Lo e receamos a Sua vinda? Amamo-Lo verdadeiramente ou amamos mais os nossos pecados? Odiemos pois os nossos pecados e amemos Aquele que há-de vir. [...]
«Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» da primeira vez [...] «Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» para julgar a terra, Então, encontrará cheios de alegria, «porque Ele vem», todos os que tiverem acreditado na Sua primeira vinda.
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Dos Sermões de Santo Ambrósio, bispo de Milão
Em que é que os julgamentos de Deus são justos? No sentido em que é pelo
esforço e pelas dificuldades que chegamos à recompensa do céu. Assim
como, pelo julgamento dos homens, é atribuída a coroa de um prémio aos
atletas que lutam, assim também a palma da vitória é concedida pelo
juízo de Deus aos cristãos que combatem (cf 1 Cor 9,25). «Ao que vencer,
farei que se sente Comigo no meu trono» diz o Senhor (Ap 3,21).
Tal como a prata se purifica pelo fogo, assim também a nossa vida é provada pelo fogo, a fim que a força da nossa virtude se manifeste nos combates. [...] Na verdade, fazemos alguma coisa de especial louvando a Deus no bem-estar, quando nada de desagradável nos perturba? O que é admirável é louvares o juízo de Deus no meio de dificuldades e aflições, não te revoltares nas privações, não permitires que estas te impeçam de louvar a Sua justiça. Quanto maior for a provação, maior o consolo que te está reservado. No entanto, para não caíres, quanto mais estiveres exposto às rudes dificuldades, mais deverás rezar ao Verbo de Deus para que te dê forças.
in evangelhoquotidiano.org
Tal como a prata se purifica pelo fogo, assim também a nossa vida é provada pelo fogo, a fim que a força da nossa virtude se manifeste nos combates. [...] Na verdade, fazemos alguma coisa de especial louvando a Deus no bem-estar, quando nada de desagradável nos perturba? O que é admirável é louvares o juízo de Deus no meio de dificuldades e aflições, não te revoltares nas privações, não permitires que estas te impeçam de louvar a Sua justiça. Quanto maior for a provação, maior o consolo que te está reservado. No entanto, para não caíres, quanto mais estiveres exposto às rudes dificuldades, mais deverás rezar ao Verbo de Deus para que te dê forças.
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terça-feira, 27 de novembro de 2012
De Santa Teresa Benedita da Cruz, carmelita
Já na Antiga Aliança havia uma certa compreensão do carácter eucarístico
da oração. A prodigiosa construção da Tenda da Aliança (cf Ex 25ss),
tal como mais tarde a do Templo de Salomão (cf 1Rs 5-6), é imagem de
toda a Criação agrupando-se em torno do seu Senhor para O adorar e
servir. [...] Da mesma forma que, segundo a narração da Criação, o céu
foi desdobrado como um toldo (cf Sl 104 [103],2), assim também a Tenda
foi constituída por painéis de tecido; do mesmo modo que as águas que
estavam sob o firmamento foram separadas das que estavam por cima (cf.
Gn 1,7), assim também o véu do Templo separava o Santo dos Santos dos
espaços envolventes. [...] O candelabro de sete braços era igualmente
símbolo dos luzeiros do céu, tal como cordeiros e pássaros representavam
a abundância de seres vivos que habitam as águas, os solos e os ares. E
do mesmo modo que a terra foi confiada ao homem (cf Gn 1, 28), cabia ao
Sumo Sacerdote permanecer no Santuário (Lv 21,10ss). [...]
Em lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe 2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como Sumo Sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido eternamente. E desta liturgia é participante toda a Criação: os frutos da terra, a ela associados em misteriosa oferenda, assim como as flores, as lâmpadas, as tapeçarias e o reposteiro do templo, o sacerdote consagrado, a unção e a bênção da casa de Deus.
Nem sequer os querubins estão ausentes, eles cujas figuras esculpidas montavam guarda ao Santo dos Santos: agora são os monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na terra como no céu. [...] Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a Criação a enaltecer em uníssono o Senhor: montanhas e colinas, rios e cursos de água, mares e terra firme e tudo o que aí habita, nuvens e ventos, chuva e neve, todos os povos da terra, homens de todas as raças e condições, habitantes do Céu, todos os Santos e Anjos de Deus (cf Dn 3, 57-90). [...] Devemos associar-nos, na nossa liturgia, a este louvor eterno de Deus. Nós, quem? Não apenas os religiosos regulares [...], mas todo o povo cristão.
Em lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe 2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como Sumo Sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido eternamente. E desta liturgia é participante toda a Criação: os frutos da terra, a ela associados em misteriosa oferenda, assim como as flores, as lâmpadas, as tapeçarias e o reposteiro do templo, o sacerdote consagrado, a unção e a bênção da casa de Deus.
Nem sequer os querubins estão ausentes, eles cujas figuras esculpidas montavam guarda ao Santo dos Santos: agora são os monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na terra como no céu. [...] Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a Criação a enaltecer em uníssono o Senhor: montanhas e colinas, rios e cursos de água, mares e terra firme e tudo o que aí habita, nuvens e ventos, chuva e neve, todos os povos da terra, homens de todas as raças e condições, habitantes do Céu, todos os Santos e Anjos de Deus (cf Dn 3, 57-90). [...] Devemos associar-nos, na nossa liturgia, a este louvor eterno de Deus. Nós, quem? Não apenas os religiosos regulares [...], mas todo o povo cristão.
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Do B. Tiago Alberione, presbítero
Depois, de iniciada a Família Paulista, introduziu nela este costume: somente o adaptou à necessidade especial dando lugar à devoção a São Paulo, Apóstolo e ao Mestre Divino, que resume toda a devoção a Jesus Cristo; consideramo-lo: criança no presépio, operário em Nazaré, doutor na vida pública, crucificado para a redenção, eucaristia no sacrário, coração amante nos dons prodigalizados à humanidade.
A devoção à Rainha dos Apóstolos foi também inculcada primeiramente no seminário: estavam sob o seu patrocínio as conferências de pastoral (1910-1915), a aula de sociologia, os primeiros passos dos neo-sacerdotes no ministério. Maria é co-apóstola como é co-redentora.
(Abundante Divitiae Gratiae Suae, nº 180 e 181)
A devoção à Rainha dos Apóstolos foi também inculcada primeiramente no seminário: estavam sob o seu patrocínio as conferências de pastoral (1910-1915), a aula de sociologia, os primeiros passos dos neo-sacerdotes no ministério. Maria é co-apóstola como é co-redentora.
(Abundante Divitiae Gratiae Suae, nº 180 e 181)
domingo, 25 de novembro de 2012
Na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
Cidade do Vaticano (RV) - Jesus é rei, mas de que modo? Seu agir e
suas palavras não deixam dúvidas: seu reino não é como os homens
entendem. Ele é um rei diferente.
Em primeiro lugar, para tê-lo como rei é necessário que as pessoas tenham fé e exatamente por isso sejam comprometidas com ele. É uma adesão profunda à sua pessoa e ao seu modo de ser: pacificador, libertador, servidor a ponto de dar sua vida em favor de seus súditos.
Ele nos diz no versículo 37 do Evangelho de hoje: “..nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”, e a verdade aí significa “fidelidade plena”. Portanto Jesus é rei para nos testemunhar até o fim, através da cruz, que o amor de Deus é fiel, que é dom de vida para as pessoas. Em seguida Jesus fala: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Ser da verdade significa reconhecer a fidelidade de Deus e aderir ao serviço de proclamá-la, se necessário com o sacrifício da própria vida, como Jesus.
A segunda leitura, tirada do Apocalipse, diz que “Jesus é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos”. Jesus confirma a fidelidade do Pai e sua primazia em ser o primeiro dos homens novos, da nova humanidade, descentralizada de si mesma, mas voltada para o serviço, para a luta pela dignidade do ser humano, mesmo que para isso tenha de se sacrificar.
Concluindo nossa reflexão, celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo, não é celebrar um poder que subjuga pessoas e se faz servir, mas, pelo contrário, é celebrar um rei que respeita e adora Deus-Pai e, por isso mesmo, coloca-se a seu serviço, no serviço do ser humano, lutando para que este seja mais fraterno, mais parecido com o próprio Deus. Ser súdito de Cristo é deixar-se elevar à dignidade de filho de Deus, de companheiro do Rei. É deixar os andrajos de escravo e revestir-se das vestes reais da justiça, da verdade e da paz.
in news.va
Em primeiro lugar, para tê-lo como rei é necessário que as pessoas tenham fé e exatamente por isso sejam comprometidas com ele. É uma adesão profunda à sua pessoa e ao seu modo de ser: pacificador, libertador, servidor a ponto de dar sua vida em favor de seus súditos.
Ele nos diz no versículo 37 do Evangelho de hoje: “..nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”, e a verdade aí significa “fidelidade plena”. Portanto Jesus é rei para nos testemunhar até o fim, através da cruz, que o amor de Deus é fiel, que é dom de vida para as pessoas. Em seguida Jesus fala: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Ser da verdade significa reconhecer a fidelidade de Deus e aderir ao serviço de proclamá-la, se necessário com o sacrifício da própria vida, como Jesus.
A segunda leitura, tirada do Apocalipse, diz que “Jesus é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos”. Jesus confirma a fidelidade do Pai e sua primazia em ser o primeiro dos homens novos, da nova humanidade, descentralizada de si mesma, mas voltada para o serviço, para a luta pela dignidade do ser humano, mesmo que para isso tenha de se sacrificar.
Concluindo nossa reflexão, celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo, não é celebrar um poder que subjuga pessoas e se faz servir, mas, pelo contrário, é celebrar um rei que respeita e adora Deus-Pai e, por isso mesmo, coloca-se a seu serviço, no serviço do ser humano, lutando para que este seja mais fraterno, mais parecido com o próprio Deus. Ser súdito de Cristo é deixar-se elevar à dignidade de filho de Deus, de companheiro do Rei. É deixar os andrajos de escravo e revestir-se das vestes reais da justiça, da verdade e da paz.
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sábado, 24 de novembro de 2012
Do Catecismo da Igreja Católica
Desde o início que a fé cristã na ressurreição tem sido alvo de
incompreensões e oposições. «Não há nenhum outro tema da fé cristã que
seja objecto de mais contradição do que a ressurreição da carne» (Santo
Agostinho). É muito comummente aceite que, após a morte, a vida da
pessoa humana continue de forma espiritual. Mas como acreditar que este
corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
O que é «ressuscitar»? Na morte, a separação da alma e do corpo, o corpo do homem entra em corrupção enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser reunida com o seu corpo glorificado. Deus Todo-Poderoso dará definitivamente a vida incorruptível ao nosso corpo, unindo-o à nossa alma através do poder da ressurreição de Jesus.
Quem ressuscitará? Todos os homens que morreram: «Os que tiverem praticado boas obras sairão, ressuscitando para a vida, e os que tiverem praticado o mal hão-de ressuscitar para a condenação» (Jo 5,29).
Como? Cristo ressuscitou com o Seu próprio corpo: «Vede as Minhas mãos e os Meus pés ; sou Eu mesmo» (Lc 24,39); mas Ele não regressou a uma vida terrena. Do mesmo modo, n' Ele «todos ressurgirão com o próprio corpo que têm agora» (Concílio de Latrão IV), mas esse corpo será «tornado conforme ao Seu corpo glorioso» (Fl 3,21), um «corpo espiritual» (1Co 15,44). «Mas dirá alguém: Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles? Insensato! O que semeias não toma vida se primeiro não morrer. E o que semeias não é o corpo que há-de vir, mas um simples grão de trigo, por exemplo. [...] Semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção [...]; os mortos ressuscitarão incorruptíveis. [...] É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista de imortalidade» (1Cor 15,35-53). Este «como» ultrapassa a nossa imaginação e a nossa compreensão; só é acessível pela fé. Mas a nossa participação na Eucaristia dá-nos já um antegosto da transfiguração do nosso corpo por Cristo: «Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum mas Eucaristia, constituída por duas realidades, uma terrena e a outra celeste, da mesma forma o nosso corpo que participa da Eucaristia deixa de ser corruptível, pois têm a esperança da ressurreição» (Santo Ireneu)
Quando? Definitivamente, «no último dia» (Jo 6,39-40), «no fim do mundo». Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo.
in evangelhoquotidiano.org
O que é «ressuscitar»? Na morte, a separação da alma e do corpo, o corpo do homem entra em corrupção enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser reunida com o seu corpo glorificado. Deus Todo-Poderoso dará definitivamente a vida incorruptível ao nosso corpo, unindo-o à nossa alma através do poder da ressurreição de Jesus.
Quem ressuscitará? Todos os homens que morreram: «Os que tiverem praticado boas obras sairão, ressuscitando para a vida, e os que tiverem praticado o mal hão-de ressuscitar para a condenação» (Jo 5,29).
Como? Cristo ressuscitou com o Seu próprio corpo: «Vede as Minhas mãos e os Meus pés ; sou Eu mesmo» (Lc 24,39); mas Ele não regressou a uma vida terrena. Do mesmo modo, n' Ele «todos ressurgirão com o próprio corpo que têm agora» (Concílio de Latrão IV), mas esse corpo será «tornado conforme ao Seu corpo glorioso» (Fl 3,21), um «corpo espiritual» (1Co 15,44). «Mas dirá alguém: Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles? Insensato! O que semeias não toma vida se primeiro não morrer. E o que semeias não é o corpo que há-de vir, mas um simples grão de trigo, por exemplo. [...] Semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção [...]; os mortos ressuscitarão incorruptíveis. [...] É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista de imortalidade» (1Cor 15,35-53). Este «como» ultrapassa a nossa imaginação e a nossa compreensão; só é acessível pela fé. Mas a nossa participação na Eucaristia dá-nos já um antegosto da transfiguração do nosso corpo por Cristo: «Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum mas Eucaristia, constituída por duas realidades, uma terrena e a outra celeste, da mesma forma o nosso corpo que participa da Eucaristia deixa de ser corruptível, pois têm a esperança da ressurreição» (Santo Ireneu)
Quando? Definitivamente, «no último dia» (Jo 6,39-40), «no fim do mundo». Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Do Missal Romano
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças sempre e em toda a parte,
por Cristo, Nosso Senhor.
Nesta casa visível, que nos destes a graça de construir,
incessantemente concedeis os Vossos favores
à Vossa família que, neste lugar, peregrina para Vós.
Aqui nos dais o sinal admirável da Vossa comunhão connosco,
e nos fazeis participar no mistério da Vossa aliança;
aqui edificais o Vosso templo, que somos nós,
e fazeis crescer a Igreja, presente em toda a terra,
na unidade do Corpo do Senhor,
que um dia tornareis perfeita
na visão de paz da celeste cidade de Jerusalém.
Por isso, com os anjos e os santos,
nós Vos louvamos no tempo da Vossa glória,
e Vos bendizemos e glorificamos,
cantando a uma só voz:
Santo, santo, santo...
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é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças sempre e em toda a parte,
por Cristo, Nosso Senhor.
Nesta casa visível, que nos destes a graça de construir,
incessantemente concedeis os Vossos favores
à Vossa família que, neste lugar, peregrina para Vós.
Aqui nos dais o sinal admirável da Vossa comunhão connosco,
e nos fazeis participar no mistério da Vossa aliança;
aqui edificais o Vosso templo, que somos nós,
e fazeis crescer a Igreja, presente em toda a terra,
na unidade do Corpo do Senhor,
que um dia tornareis perfeita
na visão de paz da celeste cidade de Jerusalém.
Por isso, com os anjos e os santos,
nós Vos louvamos no tempo da Vossa glória,
e Vos bendizemos e glorificamos,
cantando a uma só voz:
Santo, santo, santo...
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Dos Discursos de Santo Isaac, o sírio
Não desprezes o pecador, porque todos nós somos culpados. Se por amor a
Deus te insurges com ele, em vez disso chora por ele. Por que o
desprezas? Despreza os seus pecados, e reza por ele, para fazeres como
Cristo, que não Se irritou contra os pecadores, mas rezou por eles (cf.
Lc 23,34). Não viste como Ele chorou sobre Jerusalém? Porque também nós,
mais do que uma vez, fomos joguetes do demónio. Por quê desprezar
alguém que foi, como nós, joguete do diabo que troça de todos nós?
Porque desprezas o pecador, tu, que não passas de um homem? Será porque
ele não é justo como tu? Mas onde está a tua justiça, uma vez que não
tens amor? Por que não choraste por ele? Em vez disso, persegue-lo. É
por ignorância que alguns se irritam contra os outros, eles que
acreditam ter o discernimento das obras dos pecadores.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Da "Laborem Exercens" do Beato João Paulo II, papa
O «evangelho do trabalho» encontra-se na vida de Cristo, nas Suas
parábolas e em «tudo quanto Jesus foi fazendo e ensinando» (Act 1,1).
Com base nestas luzes, que emanam da própria Fonte, a Igreja proclamou
sempre o que segue e cuja expressão contemporânea encontramos nos
ensinamentos do II Concílio do Vaticano: «A actividade humana, do mesmo
modo que procede do homem, assim também a ele se ordena. De facto,
quando trabalha, o homem não transforma apenas as coisas materiais e a
sociedade, mas realiza-se a si mesmo. Aprende muitas coisas, desenvolve
as próprias faculdades, sai de si e supera-se a si mesmo. Este
desenvolvimento, se for bem compreendido, vale mais do que os bens
exteriores que se possam acumular. [...] É a seguinte, pois, a norma
para a actividade humana: segundo o plano e a vontade de Deus, ser
conforme com o verdadeiro bem da humanidade e tornar possível ao homem,
individualmente considerado ou como membro da sociedade, cultivar e
realizar a sua vocação integral» (GS 35).
No contexto de tal visão dos valores do trabalho humano, ou seja, de uma tal espiritualidade do trabalho, explica-se perfeitamente aquilo que no mesmo ponto da Constituição pastoral do Concílio se lê sobre o justo significado do progresso: «O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem. Do mesmo modo, tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, uma fraternidade mais difundida e uma ordem mais humana nas relações sociais, excede em valor os progressos técnicos. Com efeito, tais progressos podem proporcionar a base material para a promoção humana mas, por si sós, de modo nenhum são capazes de a realizar.»
Esta doutrina sobre o problema do progresso e do desenvolvimento — tema tão dominante na mentalidade contemporânea — poderá ser entendida somente como fruto de uma espiritualidade do trabalho já provada, e somente sobre a base de uma tal espiritualidade é que ela pode ser realizada e posta em prática.
No contexto de tal visão dos valores do trabalho humano, ou seja, de uma tal espiritualidade do trabalho, explica-se perfeitamente aquilo que no mesmo ponto da Constituição pastoral do Concílio se lê sobre o justo significado do progresso: «O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem. Do mesmo modo, tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, uma fraternidade mais difundida e uma ordem mais humana nas relações sociais, excede em valor os progressos técnicos. Com efeito, tais progressos podem proporcionar a base material para a promoção humana mas, por si sós, de modo nenhum são capazes de a realizar.»
Esta doutrina sobre o problema do progresso e do desenvolvimento — tema tão dominante na mentalidade contemporânea — poderá ser entendida somente como fruto de uma espiritualidade do trabalho já provada, e somente sobre a base de uma tal espiritualidade é que ela pode ser realizada e posta em prática.
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terça-feira, 20 de novembro de 2012
De São Gregório de Narek, monge e poeta arménio
Não me ergui desta terra miserável,
Como Zaqueu, o publicano,
Montado em alta árvore de sabedoria
Para Te contemplar na Tua divindade.
A pequena estatura do homem espiritual que há em mim
Não cresceu por boas obras:
Ao contrário, foi sempre diminuindo
Até me fazer voltar a beber leite, como criança (cf 1Co 3,2).
Pegando às avessas na parábola,
Direi que subi à árvore da sensualidade
Por amor às coisas de agradável gosto deste mundo,
Tal outro Zaqueu montado em diversa figueira.
Com Tuas poderosas palavras,
Faz-me daí descer depressa, como fizeste a ele;
Vem-Te abrigar na casa da minha alma,
E, conTigo, o Pai e o Santo Espírito.
Faz que este corpo que tanto mal causou à minh'alma
Lhe dê o quádruplo em serviço
E metade de seus bens
A este meu empobrecido livre arbítrio.
A fim de que, segundo as palavras de salvação que dirigiste a Zaqueu,
Também eu seja digno de ouvir a Tua voz,
Pois também eu sou filho de Abraão,
E sigo a fé do nosso patriarca.
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Como Zaqueu, o publicano,
Montado em alta árvore de sabedoria
Para Te contemplar na Tua divindade.
A pequena estatura do homem espiritual que há em mim
Não cresceu por boas obras:
Ao contrário, foi sempre diminuindo
Até me fazer voltar a beber leite, como criança (cf 1Co 3,2).
Pegando às avessas na parábola,
Direi que subi à árvore da sensualidade
Por amor às coisas de agradável gosto deste mundo,
Tal outro Zaqueu montado em diversa figueira.
Com Tuas poderosas palavras,
Faz-me daí descer depressa, como fizeste a ele;
Vem-Te abrigar na casa da minha alma,
E, conTigo, o Pai e o Santo Espírito.
Faz que este corpo que tanto mal causou à minh'alma
Lhe dê o quádruplo em serviço
E metade de seus bens
A este meu empobrecido livre arbítrio.
A fim de que, segundo as palavras de salvação que dirigiste a Zaqueu,
Também eu seja digno de ouvir a Tua voz,
Pois também eu sou filho de Abraão,
E sigo a fé do nosso patriarca.
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segunda-feira, 19 de novembro de 2012
De São Simeão, o Novo Teólogo, monge grego
Nós conhecemos o amor que Tu nos deste, um amor sem limite,
inexprimível, que nada pode conter; ele é luz, luz inacessível, luz que
age em tudo. [...] Na verdade, o que não faz essa luz e o que não é? Ela
é encanto e alegria, doçura e paz, misericórdia sem fim, abismo de
compaixão. Quando a possuo, não dou por ela; só a vejo quando ela parte;
precipito-me para a agarrar e ela desaparece. Não sei que fazer e
esgoto as minhas forças. Aprendo a pedir e a procurar com lágrimas e com
grande humildade, e a não considerar possível o que ultrapassa a
natureza, nem como resultado do meu poder ou do esforço humano o que vem
da compaixão de Deus e da Sua infinita misericórdia. [...]
Essa luz leva-nos pela mão, fortifica-nos, ensina-nos, mostra-se e depois foge quando temos necessidade dela. Não é quando nós a queremos — isso pertence aos perfeitos —, mas é quando estamos em trabalhos e completamente exaustos que ela vem em nosso socorro. Ela aparece de longe e consigo senti-la no meu coração. Grito até ficar estrangulado de tanto querer agarrá-la, mas tudo é noite e as minhas pobres mãos estão vazias. Esqueço tudo, sento-me e choro, desesperando de a tornar a ver assim mais uma vez. Quando já chorei muito e consinto em parar, então, vindo misteriosamente, ela toma a minha cabeça e eu desfaço-me em lágrimas sem saber quem está aqui a iluminar o meu espirito com uma luz tão doce.
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Essa luz leva-nos pela mão, fortifica-nos, ensina-nos, mostra-se e depois foge quando temos necessidade dela. Não é quando nós a queremos — isso pertence aos perfeitos —, mas é quando estamos em trabalhos e completamente exaustos que ela vem em nosso socorro. Ela aparece de longe e consigo senti-la no meu coração. Grito até ficar estrangulado de tanto querer agarrá-la, mas tudo é noite e as minhas pobres mãos estão vazias. Esqueço tudo, sento-me e choro, desesperando de a tornar a ver assim mais uma vez. Quando já chorei muito e consinto em parar, então, vindo misteriosamente, ela toma a minha cabeça e eu desfaço-me em lágrimas sem saber quem está aqui a iluminar o meu espirito com uma luz tão doce.
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domingo, 18 de novembro de 2012
No Domingo XXXIII do Tempo Comum
Cidade do Vaticano (RV) - O
tema da liturgia deste domingo é o senhorio de Deus sobre a História.
Muitas vezes pensamos, influenciados por inúmeros acontecimentos, que a
vida corre seu rumo, independentemente da ação de Deus e que o Senhor
nos olha, quando olha, de modo indiferente, ou até não se importando com
o que fazemos ou sofremos.
A leitura do Livro de Daniel e o Evangelho de Marcos falam-nos exatamente o contrário e com uma linguagem um pouco incomum para nós, a linguagem apocalíptica.
A primeira leitura, a de Daniel, pretende insistir com o povo que enfrente as opressões, as resista, venham de onde vierem. Ele diz que serão salvos os que tiverem seus nomes escritos no Livro. Mas que livro é esse? Não se trata de um livro, mas a linguagem apocalíptica quer no informar que Deus é o Senhor da História, tudo é de seu conhecimento e tudo, não importa o que seja, será transformado em benefício de seus filhos.
Evidentemente, aqueles que foram seguidores do Bem, ao morrerem irão para a Vida, os demais, os que foram opressores de seus irmãos, irão para a vergonha eterna. O Evangelho apresenta Jesus nos falando sobre discernimento, sobre como discernir o momento de Deus em nossa vida. No relato de hoje somos levados ao discernimento quando acontecem situações catastróficas em nossa vida.
Marcos também nos fala que Deus é o Senhor da História. Ele se refere ao Filho do Homem, sobre sua vinda. Seu desejo é nos animar com o poder de Deus que age na História para nos salvar e julgar aqueles que se opõe ao seu Reino de justiça, de paz e de verdade.
Se somos adeptos do Filho do Homem, ou seja, de Jesus Cristo, deveremos em nossa vida praticar a justiça e lutar pela paz e pela verdade. Enfim, nos é pedido sermos homens e mulheres que amam seus semelhantes, que os tratam como irmãos.
O texto nos fala de realidades que serão passado, como o sol, a lua, as estrelas e as forças do céu; ao mesmo tempo nos apresenta as futuras, representadas pelos ramos verdes da figueira, sinais de que o Reino de Deus já está em nosso meio, acontecendo, se realizando!
Não nos deixemos perturbar por problemas e por aflições, mas saibamos que ao vivenciarmos essa experiências difíceis e dolorosas, estamos sob o olhar carinhoso de Deus, que vela por nós, que nos dá Sua graça para superarmos tudo isso. Será dentro dessas vicissitudes, que seremos salvos, se nelas nos portarmos como Seus filhos, tratando os demais como irmãos.
in news.va
A leitura do Livro de Daniel e o Evangelho de Marcos falam-nos exatamente o contrário e com uma linguagem um pouco incomum para nós, a linguagem apocalíptica.
A primeira leitura, a de Daniel, pretende insistir com o povo que enfrente as opressões, as resista, venham de onde vierem. Ele diz que serão salvos os que tiverem seus nomes escritos no Livro. Mas que livro é esse? Não se trata de um livro, mas a linguagem apocalíptica quer no informar que Deus é o Senhor da História, tudo é de seu conhecimento e tudo, não importa o que seja, será transformado em benefício de seus filhos.
Evidentemente, aqueles que foram seguidores do Bem, ao morrerem irão para a Vida, os demais, os que foram opressores de seus irmãos, irão para a vergonha eterna. O Evangelho apresenta Jesus nos falando sobre discernimento, sobre como discernir o momento de Deus em nossa vida. No relato de hoje somos levados ao discernimento quando acontecem situações catastróficas em nossa vida.
Marcos também nos fala que Deus é o Senhor da História. Ele se refere ao Filho do Homem, sobre sua vinda. Seu desejo é nos animar com o poder de Deus que age na História para nos salvar e julgar aqueles que se opõe ao seu Reino de justiça, de paz e de verdade.
Se somos adeptos do Filho do Homem, ou seja, de Jesus Cristo, deveremos em nossa vida praticar a justiça e lutar pela paz e pela verdade. Enfim, nos é pedido sermos homens e mulheres que amam seus semelhantes, que os tratam como irmãos.
O texto nos fala de realidades que serão passado, como o sol, a lua, as estrelas e as forças do céu; ao mesmo tempo nos apresenta as futuras, representadas pelos ramos verdes da figueira, sinais de que o Reino de Deus já está em nosso meio, acontecendo, se realizando!
Não nos deixemos perturbar por problemas e por aflições, mas saibamos que ao vivenciarmos essa experiências difíceis e dolorosas, estamos sob o olhar carinhoso de Deus, que vela por nós, que nos dá Sua graça para superarmos tudo isso. Será dentro dessas vicissitudes, que seremos salvos, se nelas nos portarmos como Seus filhos, tratando os demais como irmãos.
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sábado, 17 de novembro de 2012
Da Beata Teresa de Calcutá, religiosa
Somente através da meditação e da leitura espiritual podemos cultivar o
dom da oração. A oração mental cresce simultaneamente com a
simplicidade, ou seja, o esquecimento de si próprio, a superação do
corpo e dos sentidos, e a renovação das aspirações que alimentam a nossa
oração. É, como diz São João Maria Vianney, «fechar os olhos, fechar a
boca e abrir o coração». Na oração vocal somos nós que falamos com Deus;
na oração mental, é Ele que nos fala. É neste momento que Ele se
derrama em nós.
A nossa oração deve ser feita de palavras quentes, nascidas da fornalha do nosso coração cheio de amor. Nas tuas orações, dirige-te a Deus com grande reverência e confiança. Não te atrases nem te precipites, não grites, nem te entregues ao mutismo, mas com devoção, com grande delicadeza, com toda a simplicidade, sem qualquer afectação, oferece o teu louvor a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Finalmente, deixa que o amor de Deus possua inteira e absolutamente o teu coração e deixa esse amor tornar-se no teu coração uma segunda natureza; não permitas que o teu coração seja penetrado do que lhe é contrário; deixa-o aplicar-se continuamente ao crescimento deste amor, procurando agradar a Deus em todas as coisas, não Lhe recusando nada; deixa-o aceitar tudo o que lhe acontece como vindo das mãos de Deus; faz com que esteja firmemente determinado a jamais cometer qualquer ofensa deliberada ou conscientemente – ou, se não, deixa-o humilhar-se e aprender a erguer-se logo a seguir. Então, esse coração estará continuamente em oração.
in evangelhoquotidiano.org
A nossa oração deve ser feita de palavras quentes, nascidas da fornalha do nosso coração cheio de amor. Nas tuas orações, dirige-te a Deus com grande reverência e confiança. Não te atrases nem te precipites, não grites, nem te entregues ao mutismo, mas com devoção, com grande delicadeza, com toda a simplicidade, sem qualquer afectação, oferece o teu louvor a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Finalmente, deixa que o amor de Deus possua inteira e absolutamente o teu coração e deixa esse amor tornar-se no teu coração uma segunda natureza; não permitas que o teu coração seja penetrado do que lhe é contrário; deixa-o aplicar-se continuamente ao crescimento deste amor, procurando agradar a Deus em todas as coisas, não Lhe recusando nada; deixa-o aceitar tudo o que lhe acontece como vindo das mãos de Deus; faz com que esteja firmemente determinado a jamais cometer qualquer ofensa deliberada ou conscientemente – ou, se não, deixa-o humilhar-se e aprender a erguer-se logo a seguir. Então, esse coração estará continuamente em oração.
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Dos Sermões de Jonh Henry Newman, presbítero
Nosso Senhor e Salvador aceitou viver num mundo que O tinha repudiado; e
viveu nele para morrer por ele no momento determinado. Veio como
sacerdote designado para oferecer um sacrifício por aqueles que não
participavam em qualquer acto de adoração. [...] Morreu e ressuscitou ao
terceiro dia, o Sol da Justiça (Ml 3,20), revelando todo o esplendor
que tinha sido escondido pelas nuvens da manhã. Ressuscitou e subiu para
a direita de Deus, para interceder, através das Suas feridas sagradas,
pelo nosso perdão, para reinar e conduzir o Seu povo redimido, e para
derramar sobre ele, de Seu lado trespassado, as maiores bênçãos. Subiu
ao céu para descer no momento fixado e julgar o mundo que redimiu. [...]
Elevou conSigo a natureza humana [...] porque um homem nos redimiu, um
homem foi exaltado acima de todas as criaturas, fazendo-Se um com o
nosso Criador, e será um homem que julgará a humanidade no último dia
(Ac 17,31).
Esta terra é tão privilegiada, que o nosso juiz não será um estranho, mas Alguém que é nosso igual, que apoiará os nossos interesses e simpatizará plenamente com todas as nossas imperfeições. Aquele que nos amou até morrer por nós é misericordiosamente nomeado para determinar a medida e o valor finais do Seu próprio trabalho. Aquele que aprendeu, através da Sua própria fraqueza, a tomar a defesa dos fracos, Aquele que quer colher todos os frutos da Sua Paixão, separará o trigo do joio, de modo que não se perca um só grão (cf Mt 3,12). Aquele que nos tornou participantes da Sua própria natureza espiritual, da qual tiramos o sangue vital da nossa alma, Aquele que é nosso irmão, decidirá dos Seus irmãos. Que, nesta segunda vinda, Ele se lembre de nós na Sua misericórdia e terna piedade, Ele que é a nossa única esperança, Ele que é a nossa única salvação!
Esta terra é tão privilegiada, que o nosso juiz não será um estranho, mas Alguém que é nosso igual, que apoiará os nossos interesses e simpatizará plenamente com todas as nossas imperfeições. Aquele que nos amou até morrer por nós é misericordiosamente nomeado para determinar a medida e o valor finais do Seu próprio trabalho. Aquele que aprendeu, através da Sua própria fraqueza, a tomar a defesa dos fracos, Aquele que quer colher todos os frutos da Sua Paixão, separará o trigo do joio, de modo que não se perca um só grão (cf Mt 3,12). Aquele que nos tornou participantes da Sua própria natureza espiritual, da qual tiramos o sangue vital da nossa alma, Aquele que é nosso irmão, decidirá dos Seus irmãos. Que, nesta segunda vinda, Ele se lembre de nós na Sua misericórdia e terna piedade, Ele que é a nossa única esperança, Ele que é a nossa única salvação!
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Da Imitação de Cristo
«O Reino de Deus está dentro de vós» (Lc 17,21), diz o Senhor. Volta-te
com todo o teu coração para o Senhor e deixa este mundo miserável; e a
tua alma achará repouso. Aprende a desprezar as coisas exteriores e a
entregar-te às interiores, e verás chegar para ti o Reino de Deus. Na
verdade, «o Reino de Deus é a paz e a alegria do Espírito Santo» (Rom
14,17), que não é dado aos ímpios. Cristo virá junto de ti, mostrando-te
a Sua consolação, se Lhe tiveres preparado interiormente uma morada
digna. Toda a Sua glória e beleza são de dentro, e é aí que Se compraz.
Ele visita frequentemente o homem recolhido, e a Sua conversa é doce, a
Sua consolação agradável, a Sua paz imensa, o Seu convívio admirável.
Vai, alma fiel, prepara o teu coração para este Esposo, para que Se digne vir a ti e em ti habitar. Na verdade, Ele diz assim: «Se alguém Me ama, ouvirá a Minha palavra; e viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,23).
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Vai, alma fiel, prepara o teu coração para este Esposo, para que Se digne vir a ti e em ti habitar. Na verdade, Ele diz assim: «Se alguém Me ama, ouvirá a Minha palavra; e viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,23).
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Dos Comentários de São Bruno de Segni, bispo
«Enquanto iam a caminho ficaram purificados.» É preciso que os pecadores
ouçam estas palavras e façam um esforço para as compreender. É fácil ao
Senhor perdoar os pecados. Com efeito, o pecador é muitas vezes
perdoado antes de ir ter com o sacerdote. Na realidade, fica curado no
próprio momento em que se arrepende; qualquer que seja o momento em que
se converte, passa da morte para a vida. [...] Que se lembre, porém, de
que conversão se trata. E que escute o que diz o Senhor: «Mas agora,
ainda, convertei-vos a Mim de todo o vosso coração, com jejuns, com
lágrimas e com gemidos. Rasgai os vossos corações e não as vossas
vestes.» (Jl 2,12ss) Qualquer conversão deve, portanto, efectuar-se no
coração.
«Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em voz alta.» Na realidade, este homem representa todos aqueles que foram purificados pelas águas do baptismo ou curados pelo sacramento da penitência. Eles já não seguem o demónio mas imitam a Cristo, caminham atrás d'Ele glorificando-O e dando-Lhe graças e não deixam o Seu serviço. [...] «Jesus diz: 'Levanta-te e vai; a tua fé salvou-te'.» Grande é pois o poder da fé, pois «sem fé é impossível agradar a Deus» (Heb 11,6). «Abraão teve fé em Deus e isso foi-lhe tido em conta de justiça» (Rm 4,3). É, portanto, a fé que salva, a fé que justifica, a fé que cura o homem na sua alma e no seu corpo.
«Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em voz alta.» Na realidade, este homem representa todos aqueles que foram purificados pelas águas do baptismo ou curados pelo sacramento da penitência. Eles já não seguem o demónio mas imitam a Cristo, caminham atrás d'Ele glorificando-O e dando-Lhe graças e não deixam o Seu serviço. [...] «Jesus diz: 'Levanta-te e vai; a tua fé salvou-te'.» Grande é pois o poder da fé, pois «sem fé é impossível agradar a Deus» (Heb 11,6). «Abraão teve fé em Deus e isso foi-lhe tido em conta de justiça» (Rm 4,3). É, portanto, a fé que salva, a fé que justifica, a fé que cura o homem na sua alma e no seu corpo.
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
Antes da vinda do Senhor Jesus, os homens gloriavam-se de si próprios.
Ele veio como homem para que diminuísse a glória do homem e crescesse a
glória de Deus. Porque Ele veio sem pecado e nos encontrou a todos
pecadores. Se Ele veio para perdoar os pecados, é porque Deus é
misericordioso: compete ao homem reconhecê-lo. Porque a humildade do
homem está nesse reconhecimento, e a grandeza de Deus na sua
misericórdia.
Se Ele veio perdoar ao homem os seus pecados, que o homem tome consciência da sua pequenez e de que Deus exerce a Sua misericórdia. «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Ou seja: é necessário que Ele dê e que eu receba; que Ele tenha a glória e que eu a reconheça. Que o homem entenda qual é o seu lugar, que reconheça Deus e escute o que o apóstolo Paulo diz ao homem soberbo e orgulhoso que pretendia superiorizar-se: «Que tens tu que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias como se não o tivesses recebido?» (1 Cor 4,7). Que o homem que queria chamar seu ao que não era dele compreenda pois que o recebeu e se faça pequenino, porque é bom para ele que Deus seja glorificado nele. Que se diminua pois em si mesmo, para que Deus cresça nele.
Se Ele veio perdoar ao homem os seus pecados, que o homem tome consciência da sua pequenez e de que Deus exerce a Sua misericórdia. «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Ou seja: é necessário que Ele dê e que eu receba; que Ele tenha a glória e que eu a reconheça. Que o homem entenda qual é o seu lugar, que reconheça Deus e escute o que o apóstolo Paulo diz ao homem soberbo e orgulhoso que pretendia superiorizar-se: «Que tens tu que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias como se não o tivesses recebido?» (1 Cor 4,7). Que o homem que queria chamar seu ao que não era dele compreenda pois que o recebeu e se faça pequenino, porque é bom para ele que Deus seja glorificado nele. Que se diminua pois em si mesmo, para que Deus cresça nele.
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Das Cartas de Charles de Foucauld, eremita
O amor não consiste em sentirmos que amamos, mas em querermos amar.
Quando queremos amar, amamos; quando queremos amar acima de tudo, amamos
acima de tudo. Se acontecer sucumbirmos a uma tentação, é porque o amor
é demasiado fraco, não é porque ele não exista. É preciso chorar, como
São Pedro, arrependermo-nos como São Pedro [...] mas, também como ele,
dizer três vezes: «Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos, Vós sabeis que, apesar das
minhas fragilidades e pecados, eu Vos amo» (Jo 21,15ss).
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, Ele provou-o à abundância para que nele acreditemos sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e excepções, não é aqui em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta história dupla: a das graças que Deus nos deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas infidelidades ; e aí acharemos [...] motivos infinitos para nos perdermos, com ilimitada confiança, no Seu amor. Ele ama-nos porque é bom, não porque somos bons; não amam as mães os filhos desencaminhados? E muitas razões havemos de encontrar para nos enterrarmos na humildade e na falta de confiança em nós próprios. Procuremos resgatar um pouco os nossos pecados pelo amor ao próximo, pelo bem feito ao próximo. A caridade para com o próximo, os esforços para fazer bem aos outros são um excelente remédio a opor às tentações: é passar da simples defesa ao contra-ataque.
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Quanto ao amor que Jesus tem por nós, Ele provou-o à abundância para que nele acreditemos sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e excepções, não é aqui em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta história dupla: a das graças que Deus nos deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas infidelidades ; e aí acharemos [...] motivos infinitos para nos perdermos, com ilimitada confiança, no Seu amor. Ele ama-nos porque é bom, não porque somos bons; não amam as mães os filhos desencaminhados? E muitas razões havemos de encontrar para nos enterrarmos na humildade e na falta de confiança em nós próprios. Procuremos resgatar um pouco os nossos pecados pelo amor ao próximo, pelo bem feito ao próximo. A caridade para com o próximo, os esforços para fazer bem aos outros são um excelente remédio a opor às tentações: é passar da simples defesa ao contra-ataque.
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domingo, 11 de novembro de 2012
No Domingo XXXII do Tempo Comum
Cidade do Vaticano (RV) - A liturgia deste domingo nos fala da magnânima bênção de Deus na
vida de quem é generoso para com seu semelhante, de quem é desprendido dos bens deste mundo, porque confia nele e ama seus irmãos.
A primeira leitura, tirada do Primeiro Livro dos Reis, nos relata um fato ocorrido quando em Israel sobreveio uma grande seca . O Profeta Elias chegou a Sarepta e com fome e sede, pediu a uma viúva que encontrou na entrada da cidade, água e pão. A pobre mulher disse que o que ela possuía era o fim das reservas e que após se alimentarem, ela e seu filho aguardariam a morte. Elias disse que não se preocupasse e que o alimentasse primeiro, pois ela deveria confiar na promessa de Deus, de que nada faltará.
Ela acreditou e fez como o profeta mandou. O relato concluiu informando que, de fato, nada faltou durante todo aquele estio.
Deus tem compaixão dos pobres e, mais que com alimento, Deus abençoou a viúva com a fé em sua palavra. A viúva, representando os fiéis pobres, mostrou que o pobre espera tudo de Deus e não partilha o supérfluo, porque não o tem, mas partilha o indispensável, o essencial para sua subsistência.
O Evangelho nos fala de outra viúva pobre. É aquela que mereceu um elogio de Jesus, quando depositou no cofre do Templo sua oferta. Recordemos o fato: o Senhor estava com seus discípulos no Templo e observavam as pessoas. A atenção deles foi chamada por pessoas bem vestidas depositando grandes quantias no cofre. Por outro lado, também não ficou despercebida, exatamente por causa do contraste, a oferta da viúva, que humilde, depositou duas pequenas moedas que não valiam quase nada. Nesse momento Jesus, levou-os a refletir sobre o que viam e observavam.
Disse o Senhor: “Em verdade vos digo, esta viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.
Deus não olha a quantia, Ele não precisa disso, é Deus! Ele olha a generosidade, aquilo que nos torna semelhantes a Ele, a Jesus e aos santos. Discípulo do Senhor é quem vive a generosidade, quem renuncia a tudo, para segui-lo.
Se quisermos viver a santidade verdadeira, será necessário que o imitemos, que “sendo rico, se fez pobre”, como nos ensina São Paulo na 2ª Carta aos Coríntios.
A segunda leitura nos ajuda no esclarecimento dessa generosidade, até onde ela nos leva: “uma vez por todas, ele (Jesus) se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” Cristo não nos deu tudo que possuía, mas foi além, dando-nos a si próprio.
Uma frase escrita pelo Pe. Leonel Franca, o jesuíta fundador da Universidade Católica do Rio de Janeiro, conclui nossa reflexão: “Com o Absoluto não se regateia, quem não deu tudo, não deu nada. O sacrifício deve ser holocausto!
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vida de quem é generoso para com seu semelhante, de quem é desprendido dos bens deste mundo, porque confia nele e ama seus irmãos.
A primeira leitura, tirada do Primeiro Livro dos Reis, nos relata um fato ocorrido quando em Israel sobreveio uma grande seca . O Profeta Elias chegou a Sarepta e com fome e sede, pediu a uma viúva que encontrou na entrada da cidade, água e pão. A pobre mulher disse que o que ela possuía era o fim das reservas e que após se alimentarem, ela e seu filho aguardariam a morte. Elias disse que não se preocupasse e que o alimentasse primeiro, pois ela deveria confiar na promessa de Deus, de que nada faltará.
Ela acreditou e fez como o profeta mandou. O relato concluiu informando que, de fato, nada faltou durante todo aquele estio.
Deus tem compaixão dos pobres e, mais que com alimento, Deus abençoou a viúva com a fé em sua palavra. A viúva, representando os fiéis pobres, mostrou que o pobre espera tudo de Deus e não partilha o supérfluo, porque não o tem, mas partilha o indispensável, o essencial para sua subsistência.
O Evangelho nos fala de outra viúva pobre. É aquela que mereceu um elogio de Jesus, quando depositou no cofre do Templo sua oferta. Recordemos o fato: o Senhor estava com seus discípulos no Templo e observavam as pessoas. A atenção deles foi chamada por pessoas bem vestidas depositando grandes quantias no cofre. Por outro lado, também não ficou despercebida, exatamente por causa do contraste, a oferta da viúva, que humilde, depositou duas pequenas moedas que não valiam quase nada. Nesse momento Jesus, levou-os a refletir sobre o que viam e observavam.
Disse o Senhor: “Em verdade vos digo, esta viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.
Deus não olha a quantia, Ele não precisa disso, é Deus! Ele olha a generosidade, aquilo que nos torna semelhantes a Ele, a Jesus e aos santos. Discípulo do Senhor é quem vive a generosidade, quem renuncia a tudo, para segui-lo.
Se quisermos viver a santidade verdadeira, será necessário que o imitemos, que “sendo rico, se fez pobre”, como nos ensina São Paulo na 2ª Carta aos Coríntios.
A segunda leitura nos ajuda no esclarecimento dessa generosidade, até onde ela nos leva: “uma vez por todas, ele (Jesus) se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” Cristo não nos deu tudo que possuía, mas foi além, dando-nos a si próprio.
Uma frase escrita pelo Pe. Leonel Franca, o jesuíta fundador da Universidade Católica do Rio de Janeiro, conclui nossa reflexão: “Com o Absoluto não se regateia, quem não deu tudo, não deu nada. O sacrifício deve ser holocausto!
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sábado, 10 de novembro de 2012
Dos Sermões de São Clemente de Alexandria, teólogo
«Quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um
copo de água fresca, por ser Meu discípulo, em verdade vos digo: não
perderá a sua recompensa» (Mt 10,42). [...] Este é o único salário que
não perderá o seu valor: «Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para
que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas.» As
riquezas de que dispomos não devem servir apenas para nós; com bens
injustos pode fazer-se uma obra justa e salutar, e aliviar um daqueles
que o Pai destinou à Sua morada eterna. [...] Que admirável é esta
palavra de Paulo: «Deus ama quem dá com alegria» (2Co 9,7), aquele que
dá esmola do coração, que semeia sem medida para colher de forma
igualmente abundante, que partilha sem murmurar, sem hesitação nem
reticência. [...] E ainda é maior esta palavra que o Senhor diz noutro
lado: «Dá a todo aquele que te pede» (Lc 6,30). [...]
Reflecte então na magnífica recompensa que te é prometida pela tua generosidade: a morada eterna. Que bom negócio! Que negócio extraordinário! Compramos a imortalidade com dinheiro; trocamos os bens perecíveis deste mundo por uma morada eterna no céu! Se vós, os ricos, tendes sabedoria, aplicai-vos a este comércio. [...] Por que vos deixais fascinar por diamantes e esmeraldas, por casas que o fogo devora, que o tempo faz desmoronar, que um tremor de terra derruba? Aspirai apenas a viver nos céus e a reinar com Deus. Um homem, um pobre dar-vos-á esse reino. [...]
De resto o Senhor não disse: «Dai, sede generosos, socorrei os vossos irmãos», mas «fazei amigos». A amizade não nasce duma única doação, mas duma longa familiaridade. Nem a fé nem a caridade nem a paciência, são obra de um dia: «Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (Mt 10,22).
Reflecte então na magnífica recompensa que te é prometida pela tua generosidade: a morada eterna. Que bom negócio! Que negócio extraordinário! Compramos a imortalidade com dinheiro; trocamos os bens perecíveis deste mundo por uma morada eterna no céu! Se vós, os ricos, tendes sabedoria, aplicai-vos a este comércio. [...] Por que vos deixais fascinar por diamantes e esmeraldas, por casas que o fogo devora, que o tempo faz desmoronar, que um tremor de terra derruba? Aspirai apenas a viver nos céus e a reinar com Deus. Um homem, um pobre dar-vos-á esse reino. [...]
De resto o Senhor não disse: «Dai, sede generosos, socorrei os vossos irmãos», mas «fazei amigos». A amizade não nasce duma única doação, mas duma longa familiaridade. Nem a fé nem a caridade nem a paciência, são obra de um dia: «Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (Mt 10,22).
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Dos Sermões de Santo Aelredo de Rielvaux, monge cisterciense
Ouvimos muitas vezes dizer que Moisés, depois de ter conduzido Israel
para fora do Egipto, construiu no deserto um tabernáculo, uma tenda de
santuário, graças às doações dos filhos de Jacob. [...] É preciso ver,
como diz o apóstolo Paulo, que tudo isso era um símbolo (1Co 10,6).
[...] Sois vós, meus irmãos, que sois agora o tabernáculo de Deus, o
templo de Deus, como explica o apóstolo: «O templo de Deus é santo, e
esse templo sois vós.» Templo onde Deus reinará eternamente, vós sois a
Sua tenda, pois Ele acompanha-vos no caminho; Ele tem sede em vós, tem
fome em vós. Essa tenda continua a ser transportada [...] pelo deserto
desta vida, até chegarmos à Terra Prometida. Então a tenda tornar-se-á
Templo e o verdadeiro Salomão dedicá-lo-á «durante sete dias mais sete
dias» (1R 8,65), isto é, durante o duplo repouso [...] da imortalidade
para o corpo e da beatitude para a alma.
Mas, de momento, se somos verdadeiros filhos espirituais de Israel, se saímos espiritualmente do Egipto, façamos todos oferendas para a construção do tabernáculo [...]: «Cada um recebe de Deus o seu próprio carisma, um de uma maneira, outro de outra» (1Co 7,7). [...] Que tudo seja, portanto, comum a todos. [...] Que ninguém considere o carisma que recebeu de Deus como seu bem pessoal; que ninguém tenha ciúmes dum carisma que o seu irmão tenha recebido. Mas cada um considere aquilo que lhe pertence como sendo de todos os irmãos, e não hesite em considerar como seu o que é de seu irmão. Segundo o Seu desígnio misericordioso, Deus age para connosco de modo que todos tenhamos necessidade dos outros: o que um não tem, pode encontrá-lo no irmão. [...] «Os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros que pertencem uns aos outros» (Rm 12,5).
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Mas, de momento, se somos verdadeiros filhos espirituais de Israel, se saímos espiritualmente do Egipto, façamos todos oferendas para a construção do tabernáculo [...]: «Cada um recebe de Deus o seu próprio carisma, um de uma maneira, outro de outra» (1Co 7,7). [...] Que tudo seja, portanto, comum a todos. [...] Que ninguém considere o carisma que recebeu de Deus como seu bem pessoal; que ninguém tenha ciúmes dum carisma que o seu irmão tenha recebido. Mas cada um considere aquilo que lhe pertence como sendo de todos os irmãos, e não hesite em considerar como seu o que é de seu irmão. Segundo o Seu desígnio misericordioso, Deus age para connosco de modo que todos tenhamos necessidade dos outros: o que um não tem, pode encontrá-lo no irmão. [...] «Os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros que pertencem uns aos outros» (Rm 12,5).
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo de Ravena
Este homem que possui cem ovelhas é o Bom Pastor (Jo 10,11), Cristo, que
havia estabelecido todo o rebanho da raça humana numa só ovelha, isto
é, em Adão, a quem colocara num Paraíso de delícias, numa região de
pastagens vivificantes. Mas essa ovelha, confiando nos uivos de lobos,
esqueceu a voz do Pastor e, perdendo-se no caminho que conduz ao redil
da salvação, achou-se toda coberta de feridas mortais. Cristo veio a
este mundo procurar a ovelha perdida e recuperou-a no seio da Virgem.
Ele, que veio até nós nascido da carne, colocou-a depois sobre a cruz e
levou-a aos ombros da Sua Paixão. Então, cheio da alegria da
Ressurreição, ergueu-a, na Sua Ascensão, até às moradas do Céu.
Ele convoca os amigos e vizinhos, isto é, os Anjos, e diz-lhes: Alegrai-vos Comigo, porque encontrei a Minha ovelha perdida, e os Seus Anjos rejubilam e exultam com Cristo por causa do regresso da ovelha do Senhor. Não se irritam por vê-la sentar-se diante deles no trono de majestade, dado que a inveja não existe no Céu, de onde foi banida com o diabo, e esse pecado não poderá jamais lá reentrar graças ao Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1,29).
Irmãos, assim nos veio Cristo procurar à Terra. Procuremo-Lo no Céu. Assim nos levou Ele até à glória da Sua divindade. Levemo-Lo no nosso corpo com a santidade de toda a nossa vida.
in evangelhoquotidiano.org
Ele convoca os amigos e vizinhos, isto é, os Anjos, e diz-lhes: Alegrai-vos Comigo, porque encontrei a Minha ovelha perdida, e os Seus Anjos rejubilam e exultam com Cristo por causa do regresso da ovelha do Senhor. Não se irritam por vê-la sentar-se diante deles no trono de majestade, dado que a inveja não existe no Céu, de onde foi banida com o diabo, e esse pecado não poderá jamais lá reentrar graças ao Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1,29).
Irmãos, assim nos veio Cristo procurar à Terra. Procuremo-Lo no Céu. Assim nos levou Ele até à glória da Sua divindade. Levemo-Lo no nosso corpo com a santidade de toda a nossa vida.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Dos Sermões de Jean Tauler, dominicano de Estrasburgo
Uma vez que a nossa Cabeça subiu aos céus, é conveniente que os Seus
membros (Col 2,19) sigam o seu Chefe [...], passando pelo caminho que
Ele tomou com tanto sofrimento. Pois «não tinha o Messias de sofrer
essas coisas para entrar na Sua glória?» (Lc 24,26). Devemos seguir o
nosso Chefe tão digno de amor, que levou o estandarte à nossa frente.
Que cada homem tome a sua cruz e O siga; e chegaremos onde Ele está.
Vê-se que muitos seguem este mundo a troco de honrarias insignificantes,
e para tal renunciam ao conforto físico, ao seu lar, aos seus amigos,
expondo-se aos perigos da guerra – tudo isto para adquirirem bens
exteriores! É portanto justo que pratiquemos a renúncia total para
adquirir o puro bem que é Deus e que, assim, sigamos o nosso Chefe.
[...]
Não é raro verem-se homens que desejam ser testemunhas do Senhor na paz, isto é, desde que tudo corra de acordo com os seus desejos. Querem muito tornar-se santos, mas sem fadiga, sem aborrecimento, sem dificuldade, sem que lhes custe coisa alguma. Ambicionam conhecer Deus, saboreá-l'O, senti-l'O, mas desde que não haja amargura. Porém, quando é preciso trabalhar, quando chegam até eles a amargura, as trevas e as tentações, quando já não sentem Deus e se sentem desamparados interior e exteriormente, as suas boas intenções desvanecem-se. Não são boas testemunhas, testemunhas adequadas do Salvador. [...] Ah! Pudéssemos nós libertar-nos dessa busca e procurar sempre a paz no próprio cerne da infelicidade! Só aí nasce a verdadeira paz, aquela que permanece.
Não é raro verem-se homens que desejam ser testemunhas do Senhor na paz, isto é, desde que tudo corra de acordo com os seus desejos. Querem muito tornar-se santos, mas sem fadiga, sem aborrecimento, sem dificuldade, sem que lhes custe coisa alguma. Ambicionam conhecer Deus, saboreá-l'O, senti-l'O, mas desde que não haja amargura. Porém, quando é preciso trabalhar, quando chegam até eles a amargura, as trevas e as tentações, quando já não sentem Deus e se sentem desamparados interior e exteriormente, as suas boas intenções desvanecem-se. Não são boas testemunhas, testemunhas adequadas do Salvador. [...] Ah! Pudéssemos nós libertar-nos dessa busca e procurar sempre a paz no próprio cerne da infelicidade! Só aí nasce a verdadeira paz, aquela que permanece.
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terça-feira, 6 de novembro de 2012
Do Didaké
A propósito de Eucaristia, dai graças assim:
Primeiro pelo cálice: Nós Te damos graças, ó Pai, pela santa vinha de David, Teu servo, que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Depois, pelo pão partido: Nós te damos graças, ó Pai, pela vida e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Tal como este pão que partimos, trigo outrora disseminado sobre as colinas, foi colhido para ser um só, assim a Tua Igreja seja reunida das extremidades da Terra para o Teu Reino!
Porque a Ti pertencem a glória e o poder pelos séculos!
Depois de estardes saciados, dai graças assim: Nós Te damos graças, ó Pai santo, pelo Teu santo nome que fizeste habitar no nosso coração, pelo conhecimento, pela fé e pela imortalidade que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Foste Tu, Senhor todo-poderoso, que criaste o universo, para glória do Teu nome; Tu deste em abundância alimento e bebida aos filhos dos homens; mas a nós deste-nos a graça de um alimento espiritual e de uma bebida para a vida eterna
por Jesus, Teu Filho. Acima de tudo, damos-Te graças porque és poderoso.
Glória a ti pelos séculos!
Lembra-Te, Senhor, da Tua Igreja, livra-a do mal e torna-a perfeita no Teu amor.
Reúne-a dos quatro ventos, a essa Igreja santificada, no reino que para ela preparaste.
Porque a Ti pertencem o poder e a glória pelos séculos!
«Que venha o Senhor» (Ap 22,20) e que este mundo passe!
Hossana à Casa de David!
Aquele que é santo, que se aproxime, aquele que o não é, que faça penitência.
«Maranatha!» (1Co 16,22). Amen.
Primeiro pelo cálice: Nós Te damos graças, ó Pai, pela santa vinha de David, Teu servo, que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Depois, pelo pão partido: Nós te damos graças, ó Pai, pela vida e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Tal como este pão que partimos, trigo outrora disseminado sobre as colinas, foi colhido para ser um só, assim a Tua Igreja seja reunida das extremidades da Terra para o Teu Reino!
Porque a Ti pertencem a glória e o poder pelos séculos!
Depois de estardes saciados, dai graças assim: Nós Te damos graças, ó Pai santo, pelo Teu santo nome que fizeste habitar no nosso coração, pelo conhecimento, pela fé e pela imortalidade que nos revelaste por Jesus, Teu Filho.
Glória a Ti pelos séculos!
Foste Tu, Senhor todo-poderoso, que criaste o universo, para glória do Teu nome; Tu deste em abundância alimento e bebida aos filhos dos homens; mas a nós deste-nos a graça de um alimento espiritual e de uma bebida para a vida eterna
por Jesus, Teu Filho. Acima de tudo, damos-Te graças porque és poderoso.
Glória a ti pelos séculos!
Lembra-Te, Senhor, da Tua Igreja, livra-a do mal e torna-a perfeita no Teu amor.
Reúne-a dos quatro ventos, a essa Igreja santificada, no reino que para ela preparaste.
Porque a Ti pertencem o poder e a glória pelos séculos!
«Que venha o Senhor» (Ap 22,20) e que este mundo passe!
Hossana à Casa de David!
Aquele que é santo, que se aproxime, aquele que o não é, que faça penitência.
«Maranatha!» (1Co 16,22). Amen.
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domingo, 4 de novembro de 2012
No Domingo XXXI do Tempo Comum
Dos Sermões de São Bernardo, monge cisterciense
Li que Deus é amor (1Jo 4,16) e não que Ele é honra ou dignidade. Não é que Deus não queira ser honrado, visto que disse: «Se Eu sou Pai, onde está a honra que me é devida?» (Ml 1,6). Fala aqui como Pai. Mas, se Se mostrasse como esposo, penso que mudaria o Seu discurso para: «Se Eu sou Esposo, onde está o amor que Me é devido?» Pois já anteriormente tinha dito: «Se Eu sou Senhor, onde está o respeito por Mim?» (ib.) Ele pede pois para ser respeitado como Senhor, honrado como Pai, amado como Esposo.
Desses três sentimentos, qual é o mais valioso? O amor, sem dúvida. Pois sem amor o respeito é árduo e a honra fica sem retribuição. O temor é servil enquanto o amor não o vem validar, e uma honra que não é inspirada no amor não é uma honra, é adulação. Claro que só a Deus são devidas a honra e a glória, mas Deus só as aceita temperadas com o mel do amor.
O amor é auto-suficiente, agrada por si mesmo, é o seu próprio mérito e a sua recompensa. O amor não quer outra causa, outro fruto, senão ele próprio. O seu verdadeiro fruto é ser. Amo porque amo. Amo para amar. [...] De todos os movimentos da alma, de todos os seus sentimentos e afectos, o amor é o único que permite à criatura responder ao seu Criador, senão de igual para igual, pelo menos de semelhante para semelhante (cf Gn 1,26).
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Li que Deus é amor (1Jo 4,16) e não que Ele é honra ou dignidade. Não é que Deus não queira ser honrado, visto que disse: «Se Eu sou Pai, onde está a honra que me é devida?» (Ml 1,6). Fala aqui como Pai. Mas, se Se mostrasse como esposo, penso que mudaria o Seu discurso para: «Se Eu sou Esposo, onde está o amor que Me é devido?» Pois já anteriormente tinha dito: «Se Eu sou Senhor, onde está o respeito por Mim?» (ib.) Ele pede pois para ser respeitado como Senhor, honrado como Pai, amado como Esposo.
Desses três sentimentos, qual é o mais valioso? O amor, sem dúvida. Pois sem amor o respeito é árduo e a honra fica sem retribuição. O temor é servil enquanto o amor não o vem validar, e uma honra que não é inspirada no amor não é uma honra, é adulação. Claro que só a Deus são devidas a honra e a glória, mas Deus só as aceita temperadas com o mel do amor.
O amor é auto-suficiente, agrada por si mesmo, é o seu próprio mérito e a sua recompensa. O amor não quer outra causa, outro fruto, senão ele próprio. O seu verdadeiro fruto é ser. Amo porque amo. Amo para amar. [...] De todos os movimentos da alma, de todos os seus sentimentos e afectos, o amor é o único que permite à criatura responder ao seu Criador, senão de igual para igual, pelo menos de semelhante para semelhante (cf Gn 1,26).
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sábado, 3 de novembro de 2012
De São Pio de Pietrelcina, capuchinho
A humildade é a verdade, e a verdade é que eu sou somente nada.
Portanto, tudo o que é bom em mim vem de Deus. Ora, acontece muitas
vezes que desperdiçamos o que Deus pôs de bom em nós. Quando as pessoas
me perguntam qualquer coisa, acontece-me não pensar no que posso
dar-lhes, mas no que não sou capaz de dar, e consequentemente, tantas
almas permanecem na sua sede, porque eu não tenho sabido transmitir o
dom de Deus.
A ideia de que, em cada dia, o Senhor vem a nós e nos dá tudo deveria tornar-nos humildes. Ora, é o oposto que acontece, porque o demónio faz brotar dentro de nós ataques de orgulho. Isso em nada nos honra. Temos de lutar contra o nosso orgulho. Quando não pudermos mais, paremos um instante e façamos um acto de humildade; então Deus, que ama os corações humildes, virá ao nosso encontro.
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A ideia de que, em cada dia, o Senhor vem a nós e nos dá tudo deveria tornar-nos humildes. Ora, é o oposto que acontece, porque o demónio faz brotar dentro de nós ataques de orgulho. Isso em nada nos honra. Temos de lutar contra o nosso orgulho. Quando não pudermos mais, paremos um instante e façamos um acto de humildade; então Deus, que ama os corações humildes, virá ao nosso encontro.
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
De Santo Ambrósio, bispo de Milão e doutor da Igreja
Chorem, os que não podem ter a esperança da ressurreição; não é a vontade de Deus que lhes tira essa esperança, mas a dureza daquilo em que acreditam. Tem de haver uma diferença entre os servos de Cristo e os pagãos. Eis o que é essa diferença: estes choram os seus pensando-os mortos para sempre; não podem assim pôr fim às suas lágrimas, não encontram descanso para a tristeza: [...] enquanto para nós, servos de Deus, a morte não é o fim da existência mas o fim da nossa vida. Dado que a nossa existência é restaurada por uma condição melhor, que a chegada da morte nos varra portanto todos os choros. [...]
Quão maior será a nossa consolação, por acreditarmos que as boas acções que fizermos prometem melhores recompensas depois da morte. Os pagãos têm a sua consolação: para eles a morte é um repouso para todos os males. Como pensam que os seus mortos estão privados de fruir a vida, pensam também que ficam privados de toda a faculdade de sentir e libertos da dor das duras e contínuas tribulações que se sofre nesta vida. Mas nós, assim como devemos ter um espírito mais elevado por causa da recompensa esperada, devemos também suportar melhor a dor graças a essa consolação. [...] Os nossos mortos não foram enviados para longe de nós, mas apenas antes de nós – eles a quem a morte não tragará, mas a quem a eternidade receberá.
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Chorem, os que não podem ter a esperança da ressurreição; não é a vontade de Deus que lhes tira essa esperança, mas a dureza daquilo em que acreditam. Tem de haver uma diferença entre os servos de Cristo e os pagãos. Eis o que é essa diferença: estes choram os seus pensando-os mortos para sempre; não podem assim pôr fim às suas lágrimas, não encontram descanso para a tristeza: [...] enquanto para nós, servos de Deus, a morte não é o fim da existência mas o fim da nossa vida. Dado que a nossa existência é restaurada por uma condição melhor, que a chegada da morte nos varra portanto todos os choros. [...]
Quão maior será a nossa consolação, por acreditarmos que as boas acções que fizermos prometem melhores recompensas depois da morte. Os pagãos têm a sua consolação: para eles a morte é um repouso para todos os males. Como pensam que os seus mortos estão privados de fruir a vida, pensam também que ficam privados de toda a faculdade de sentir e libertos da dor das duras e contínuas tribulações que se sofre nesta vida. Mas nós, assim como devemos ter um espírito mais elevado por causa da recompensa esperada, devemos também suportar melhor a dor graças a essa consolação. [...] Os nossos mortos não foram enviados para longe de nós, mas apenas antes de nós – eles a quem a morte não tragará, mas a quem a eternidade receberá.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Na Solenidade de Todos os Santos
De Santa Teresa do Menino Jesus, religiosa carmelita e doutora da Igreja
A Irmã Maria da Eucaristia queria acender as velas para uma procissão e, como não tinha fósforos, vendo a lamparina que arde diante das relíquias, dela se aproxima mas oh!, encontra-a quase apagada, não lhe restando senão uma pálida luzinha no pavio carbonizado. Apesar disso, consegue acender a sua vela e, a partir dela, as da comunidade toda que, daí a pouco, tinha todas as velas acesas. Foi, pois, esta pequena lamparina, quase extinta, que produziu outras chamas seguras, as quais, por sua vez, puderam produzir uma infinidade doutras e, até, incendiar o universo. No entanto, se quiséssemos determinar a origem desse incêndio, seria preciso reportar-nos sempre àquela minúscula lamparina. Como poderiam então as outras chamas, sabendo disso, gloriar-se de ter causado tamanho incêndio, uma vez que apenas foram acesas por contágio da pequena centelha? [...]
O mesmo se passa com a comunhão dos santos. Sem o sabermos, muitas vezes as graças e as luzes que recebemos ficam a dever-se a uma alma escondida, porque o Deus de bondade quer que os santos comuniquem uns aos outros a graça através da oração, para poderem depois dedicar uns aos outros um grande amor no Céu, um amor muito maior do que o de qualquer família da terra, mesmo a mais perfeita. Quantas vezes pensei que todas as graças que recebi se ficaram a dever à oração que uma qualquer boa alma tenha feito por mim ao Deus de amor, e que só no Céu conhecerei. Sim, uma pequena centelha basta para fazer nascer grandes clarões em toda a Igreja, como doutores e mártires, que ocuparão no Céu um lugar bem acima do dela; mas nem por isso se pode concluir que a glória deles não será também a dela, porque no Céu não haverá olhares indiferentes ─ todos reconhecerão que se devem mutuamente as graças que lhes mereceram essa coroa de glória.
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A Irmã Maria da Eucaristia queria acender as velas para uma procissão e, como não tinha fósforos, vendo a lamparina que arde diante das relíquias, dela se aproxima mas oh!, encontra-a quase apagada, não lhe restando senão uma pálida luzinha no pavio carbonizado. Apesar disso, consegue acender a sua vela e, a partir dela, as da comunidade toda que, daí a pouco, tinha todas as velas acesas. Foi, pois, esta pequena lamparina, quase extinta, que produziu outras chamas seguras, as quais, por sua vez, puderam produzir uma infinidade doutras e, até, incendiar o universo. No entanto, se quiséssemos determinar a origem desse incêndio, seria preciso reportar-nos sempre àquela minúscula lamparina. Como poderiam então as outras chamas, sabendo disso, gloriar-se de ter causado tamanho incêndio, uma vez que apenas foram acesas por contágio da pequena centelha? [...]
O mesmo se passa com a comunhão dos santos. Sem o sabermos, muitas vezes as graças e as luzes que recebemos ficam a dever-se a uma alma escondida, porque o Deus de bondade quer que os santos comuniquem uns aos outros a graça através da oração, para poderem depois dedicar uns aos outros um grande amor no Céu, um amor muito maior do que o de qualquer família da terra, mesmo a mais perfeita. Quantas vezes pensei que todas as graças que recebi se ficaram a dever à oração que uma qualquer boa alma tenha feito por mim ao Deus de amor, e que só no Céu conhecerei. Sim, uma pequena centelha basta para fazer nascer grandes clarões em toda a Igreja, como doutores e mártires, que ocuparão no Céu um lugar bem acima do dela; mas nem por isso se pode concluir que a glória deles não será também a dela, porque no Céu não haverá olhares indiferentes ─ todos reconhecerão que se devem mutuamente as graças que lhes mereceram essa coroa de glória.
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