sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Só memória... (para não esquecer)

Como é visto hoje o movimento estudantil?

Deixo algo para ter os termos de comparação...

http://www.youtube.com/watch?v=IqC6H0Ry17c

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A Nova Ponte Sobre o Rio Tejo (Aeroporto e TGV)

Depois de uma passagem pelos jornais diários de hoje a actualidade volta a fazer referência à crise político-institucional em Timor-Leste, na sequência dos atentados a Ramos Horta e a Xanana Gusmão.

Mas, na verdade, não é sobre isto que irei reflectir hoje. Até porque considero que hoje voltou a estar em cima da mesa um assunto que já há uns bons aninhos a esta parte anda a ser discutido na sociedade portuguesa. Que continua a animar conversas de família, amigos, café e até serve para discussões ao nível académico. Pois hoje também vou trazer para aqui a discussão que está envolta sobre o novo aeroporto de Lisboa, o TGV e a construção de uma nova ponte sobre o Tejo.

Porquê?

Porque hoje num seminário realizado pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) está a ser discutido a construção de uma nova ponte sobre o Tejo.

Na verdade, não é negativo a ideia, pelo contrário, bastante positivo...

Mas antes de falar da nova ponte teremos de falar da construção do novo aeroporto de Lisboa e ainda do TGV.

O que eu penso que seja pertinente trazer para aqui é que há precisamente um século atrás, discutia-se exactamente uma situação semelhante sobre a construção de caminhos-de-ferro e se seria rentável para o país ter ou não comboio.

Volvidos cem anos, discutimos se é rentável ou não um novo aeroporto, a existência de um TGV e até se será preciso a existência de uma nova ponte sobre o Tejo.

Tudo o que é desenvolvimento e coisas novas deverão ser benvindas ao país. Mas o problema não é este... Tudo é olhado com desconfiança.

Actualmente, este assunto é abordado em três vectores: Política, Economia e Sociedade. E os três com o mesmo eixo: interesses.

Senão repare-se:

No campo político tudo serve para legitimar e reivindicar um verdadeiro estudo que possa contribuir para ganhar eleitorado. Senão vejamos a maior parte dos autarcas que vão beneficiar do aeroporto de Alcochete, por acaso, são do PS. Enquanto que na Ota a maior parte são do PSD. Não estou com isto a querer dizer que sou favorável à Ota, ou que sou favorável a Alcochete, respectivamente à localização do aeroporto. Ou que estou a criticar o PS, ou o PSD. A verdade acima de tudo. A verdade é que tudo serve, nem que para isso se tenha que ridicularizar os académicos deste país em nome (sabe-se lá) de que interesses.

No campo económico, passa-se exactamente o mesmo. Quantas são as empresas, indústrias que vão beneficiar com aeroporto de Alcochete? (ou melhor) Qual será a grande empresa nacional que lucrará com aquela localização? Provavelmente mais que na Ota...

No campo social, basta vermos neste momento irmos ao terreno e vermos o que se está por lá a passar. Uma viajem ao concelho de Montijo, Benavente, Coruche e Alcochete para se ver neste momento a quantidade de terrenos, imóveis, que no dia que saiu a decisão (à muito tempo decidido) sobre a localização do aeroporto em Alcochete, muitos proprietários colocaram à venda os seus terrenos e alguns imóveis. Basta olharmos para o caso de Canha (uma freguesia do concelho de Montijo) que se prepara para receber um grande empreendimento patrocinado pelo Sr. Belmiro de Azevedo. O mais inacreditável de tudo é que entre Benavente, Alcochete e Montijo já existe uma discussão feroz, para se saber qual é o concelho que o aeroporto vai estar mais localizado. Se é em Montijo, Alcochete ou Benavente...

E fala-se no aeroporto, como se pode falar a seguir no TGV, já que estão interligados...
E na questão do TGV os três vectores acima indicados estão lá com mais um... o provincianismo e o bairrismo e ainda bem enraízado neste país no príncipio do séc. XXI.
Basta olhar para a discussão por onde vai passar o TGV. As rivalidades entre cidades. Se passa em Évora, se passa em Beja, se passa passa em Santarém. Enfim uma panóplia de soluções feitas em cima do joelho, onde são jogados os interesses dos grandes e que os pequenos vão atrás por arrasto.

E já nem falo do aeroporto internacional de Beja, que está neste momento em construção e que vemos Évora, Portalegre a rivalizarem com Beja por esta ir ter um aeroporto internacional. Que provincianismo, que bairrismo, que clubite. E o país lá vai ficando perdido nos anais da História.

E quando se fala da nova ponte então a história repete-se. Imagine-se estão três locais em cima da mesa para se decidir. Passo a identificá-los: Alcochete-Alverca; Chelas-Barreiro e Beato-Montijo. O que resta saber é qual é a grande empresa, o partido político, ou a autarquia ou a população que sairá beneficiada desta situação. Ou melhor quem jogará mais alto e quem influencirá melhor.

Este é um sinal, talvez, da grande pobreza que assola este país e que ninguém quer reconhcer. Olhamos para Londres, olhamos para Paris ou para Nova York. Porque é que estas cidades são o que são? Porque talvez apostaram naquilo que tinham e não se puseram com imitações baratas. À cem anos Lisboa já era uma aldeia junto das suas congéneres europeias. Não mudou muito.

Um país que no virar do século se encontra cada vez mais pobre e mais desigual. Como há cem anos atrás. De que serviu uma Revolução Liberal, Revolução Republicana, Revolução dos Cravos? E será que existiu mesmo uma revolução, no verdadeiro conceito da palavra em Portugal? Penso que não...

A verdade é que este país, talvez há 800 anos que anda a falar em reformas profundas, que é preciso mudar, que é preciso um D. Sebastião para nos vir salvar.
Um país é aquilo que os cidadãos querem que ele seja.
Acho que dois textos ajudariam a compreender melhor todo este artigo: O capítulo: "A corrida de cavalos", in "os Maias" de Eça de Queiróz e ainda em http://comboios.home.sapo.pt/hist_p.html, poderão constatar que nada mudou, ou que pouco mudou.

Sem dúvida, um sinal do tempo...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Timor-Leste

Às 00.00h de hoje todo o mundo ficou supreendido com os últimos acontecimentos que se passaram em Timor-Leste. José Ramos Horta, Presidente da República, e Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro tinham sido alvo de atentados contra as suas pessoas.
Esta, na verdade, era uma situação há muito esperada em Timor. Porque na verdade ninguém se entende naquele pequeno território.

A questão timorense foi e é uma questão sempre ignorada pela comunidade internacional. Mal ou bem sempre assim foi...

Senão, note-se, porque é que os EUA, sendo os salvadores do mundo, porque é que nunca intervieram naquela situação? Percebe-se o porquê... É que todos aqueles que tomaram parte da guerrilha independentista de Timor tinham ligações a ideologias comunistas.

Por outro lado, Portugal, como país colonizador, também nunca lhe interessou aquele pequeno território. Talvez porque outros interesses maiores no Oriente falavam, na altura. Por isso a questão também não era importante. E quando o senhor Shuarto entrou por ali a dentro, pouco ou nada interessou a Portugal, pelo contrário. O ditador até foi muito útil a Portugal.

Quando a comunidade internacional, personificada na ONU, começou a olhar com outros olhos para o que se estava a viver ali, já era tarde. E claro, Portugal para não dar uma imagem de desleixo lá começou a interessar-se. Até porque o petróleo no Mar de Timor podia cair em mãos australianas. Até, porque o regime tinha mudado na metrópole. Já não era o regime colonialista e de proto-fascismo, mas sim um regime que estava de acordo com ideais que se viviam dentro dos guerrilheiros timorenses.

Entretanto, em 2002, Timor-Leste conseguiu a sua independência. E ainda bem...
E muito contribuiu a entrega do Prémio Nobel da Paz (anos antes) a Ramos Horta e a D. Ximenes Belo, bispo de Dilí. Na verdade foi uma migalhinha da comunidade internacional para o problema.

Depois de 2002, o que temos vindo a assistir são a completos golpes palacianos pelo poder. Como é óbvio nestas coisas. Até porque a independência deste e de outros territórios não são senão interesses de poder. Mas isto é outro tema.

Primeiro vimos como José Ramos Horta conseguiu fazer cair Xanana Gusmão e ser eleito Presidente da República, sem que ninguém desse por isso. Afinal, o senhor tinha de ter o poder e o protagonismo à força. Nem que para isso fosse preciso aliar-se a forças rebeldes. Pois não creio que as relações entre Ramos Horta e Xanana Gusmão sejam as melhores. A divisão de poder é difícil.

Para além disso, ninguém diz como vivem em Timor estes dois senhores e os seus séquitos...
É que a imoralidade política leva à imoralidade social. Pergunto eu: como é que estes senhores que vestem roupinhas de marca quase todos os dias, ostentam um certo luxo e vivem como lord's, governam um país que está agora a começar os seus dias e que essencialmente é pobre? Não estou a dizer que não deviam de ser independentes. Não é isso. Simplesmente é triste quando vemos pessoas que se fazem de coitadinhas e depois vivem e ostentam uma certa opulência. Que exemplo querem dar ao Povo? A verdade é que o senhor Ramos Horta foi de imediato para um hospital na Austrália. Será que um "plebeu" tinha a mesma sorte...?

Na verdade o que aconteceu em Timor é fruto de uma situação que há muito perdura e que está para continuar e que na verdade a comunidade internacional continua a fechar os olhos. Sabe-se lá porquê...

Mais um sinal do tempo...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tratado de Lisboa

A actualidade de hoje coloca em cima da mesa a questão da ractificação do Tratado de Lisboa.
Este tratado surge em consequência de uma ideia que um grupo de senhores iluminados provindos sabe-se de que grupos de influência social à uns anos a esta parte depois de uma II Guerra Mundial e de um Plano Marshall. Na verdade toda esta história nasce de uma tentativa de uma americanização do mundo. Uma forma de imperialismo. Queria-se tanto acabar com o comunismo que acabou por se ficar com o capitalismo.
No dia 13 de Dezembro de 2007, a ideia de uma Europa cada vez mais unificada e federada ficou mais clara em Lisboa.
A verdade é que esse tratado para ser legitimo teria que ser ractificado pelos cidadãos europeus e não pelos parlamentos nacionais. Mas assim não foi. Que legitimidade democrática tem então este tratado? Em minha opinião não tem legitimidade.
Parece que existe medo por parte dos líderes europeus de alguma coisa. Medo da democracia? Ou andam a querer impôr a todos os cidadãos europeus um tipo de regime que eles lá idealizam.
A ideia do federalismo europeu não é nova. Já Immanuel Kant a tinha previsto...
A verdade é que esta Europa está podre... Desde os ínicios do séc. XX que esta Europa o que tem feito é legitimar-se diante da comunidade internacional. Porque ao nível de crédito mundial, esta Velha Europa deixou de ter influência. A verdade é que passou o seu tempo de domínio e terá de se reduzir a isso. Neste mundo cada vez mais global. Cada país, cada continente, não tem que ser nem mais nem menos. Terão de ser todos iguais e todos juntos afinarem pelo mesmo diapasão, caso contrário teremos mais do mesmo. Mas desta vez não é localizado... Um conflito à escala mundial e mais rápido no seu desenvolvimento do que outros que se já fizeram na história mundial. Mas esta é outra questão a ser discutida.

Falar de Europa é falar de globalização. Até onde nos leva esta globalização? Que tanto queremos e que tanto tememos...

Falar de Europa é falar do fim dos ideais de nacionalismo, socialismo democrático. Para que serviu afinal a "Primavera dos Povos", ou a Revolução Francesa, ou até as colonizações e os impérios que se construiram para dominar os outros e impôr uma civilização aos outros.

Primeiramente a Europa impôs-se ao mundo e será pertinente dizer que neste virar de milénio é Europa que se impõe a ela própria. Afinal não foi o que Carlos Magno, (conceito de "Respublica Cristhiana")e a Igreja Católica fizeram no ínicio do ano 1000.

O Federalismo Europeu é a reencarnação de Carlos Magno... O poder político do Norte alia-se com o poder eclesiástico do Sul...

Este é um sinal do tempo...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O preço do trigo subiu

Porque este blog é para fazer história do presente e não do passado, quero deixar à vossa consideração um tema que hoje o país e o mundo acordaram nas notícias. A subida para os 7 euros do preço do trigo.
Ao que parece o preço do trigo subiu para os 7 euros, o que significa que o pão, a carne, o leite e por aí diante também irão aumentar.
Quando ouvi esta notícia, sobressaltou-me e pensei: "A vida está cada vez mais cara..." (pelo menos para quem neste momento começa a tentar no mercado de trabalho.
Mas há um volte-face da moeda. Então e os senhores Champalimaud, Belmiro de Azevedo e Jardim Gonçalves também sentirão esta crise à mesa? Ou será só o comum mortal...
No principio deste ano foi a subida do petróleo, depois a queda vertiginosa das bolsas internacionais afectadas pela bolsa americana (o Sr. Bush lá teve que injectar capital para fazer levantar a economia) e agora a subida do preço do trigo.
A juntar a isto temos ainda os conflitos (não é só um) no Médio Oriente. Alguns deles patrocinados à conta da megalomania do Sr. Bush. A invasão do ocidente pelo império chinês. Uma ditadura que está em crescendo na Rússia de Lenine, mas desta vez não é comunista. Uma Europa (a cair de podre) que tem de ser imposta à força por um conjunto de iluminados que há muito que são o cancro desta sociedade. Uma África que vive à custa do resto do mundo e não resolve os seus problemas. E para finalizar uma América que ao Norte vive uma ditadura ainda mais fascista que a ditadura hitleriana (capitalista) e que alastrar o seu mal a todo o mundo. E ao Sul uma América que vive ditaduras de esquerda com o alto patrocínio de Cuba e do Sr. Hugo Chávez.
Com estes mosaicos, a pergunta surge: Que perspectivas para o futuro?
E tudo isto começou com a notícia da subida do preço do trigo ao nível internacional...

Este é um sinal do tempo...