segunda-feira, 27 de abril de 2009

25 de Abril de 2009 - 1974

Comecei a festejar este dia desde 1983. A verdade é que só me recordo talvez aí para década de 90 das comemorações deste dia.
O que mudou entretanto? Essencialmente mudaram as pessoas, o mundo e a forma como vejo hoje o mundo.
A nós, geração de 80, o que nos diz a nós o 25 de Abril de 1974? Uma geração que foi educada por uma grande maioria de gente que à data de 1974 seriam adolescentes ou teriam a entrar na idade adulta, ou até ainda seriam crianças. Na verdade, somos a geração descendente da geração da transição.
A nós, o 25 de Abril de 1974 ainda nos toca cá no fundo de nós mesmos. Não vivemos, não escutamos, não percepcionamos, mas temos a passagem directa de testemunho. Um testemunho com três marcas cheias de simbolismo: liberdade, fraternidade e igualdade.
Somos a geração daqueles que tiveram o testemunho directo dos anos de autoritarismo, austeridade e medo. Somos a geração que tivemos o testemunho directo de uma guerra colonial que dizimou jovens que à data teriam a nossa idade. Somos a geração que tivemos a passagem de testemunho deste dia, do que aconteceu, do que foi vivido, do que foi escutado e do que foi visto. Somos a geração do testemunho directo da liberdade e da democracia, que mais tarde nos apelidaram como a geração RASCA.
Nós somos a geração da liberdade e da democracia, na responsabilidade, não na libertinagem. Não podemos que valores como a liberdade e a democracia caiam por terra.
Neste dia, não vou escrever, sobre o que se passou durante a última semana. Simplesmente quero falar sobre o que este dia a mim me diz em concreto.
Sempre ouvi em casa os meus pais contar sobre o que se passou neste dia. E todos os anos há uma coisa nova. A versão deles, é a verdade e vale o que vale. A versão de quem foi apanhado desprevenido, porque de política sabia-se pouco ou nada. A versão de quem tinha medo de proferir o nome Salazar, Governo, Política e Poder. A versão de quem tinha medo de fumar ao pé do patrão. A versão de quem tinha medo. No entanto, sinto que este dia -los mudar, no entanto os esquemas cognitivos ficaram. As reminiscências dos tempos em que não se falava, em que o silêncio era a palavra de ordem. Tudo isto ficou lá bem no fundo do ser.
À distância de 35 anos e sem a vivência daquele dia posso dizer que provavelmente a esta hora não escreveria aqui. E se escrevesse não passaria de um caderno que teria de ser muito bem escondido em minha casa.
Neste dia, como José Miguel Martins Serrão, recém-licenciado em História, só poderei dizer um singelo OBRIGADO!!! (muito pequeno, e muito humilde) A quem lutou para que nós hoje pudéssemos ser um país mais livre e mais democrático. Na verdade, esta herança, que os nossos pais nos deixaram, foi uma herança de ouro, de prata e de bronze.
Foi muito doloroso, acredito, momentos angustiantes, momentos de alegria, momentos de quem lhes tirava um grande fardo dos ombros.
Não quero deixar de lembrar um grande, grande alentejano que se rendeu aos encantos do Ribatejo e pegou o touro pelos cornos: Capitão Salgueiro Maia. Este homem não pode ser branqueado nos anis da História. Só a coragem e a determinação dele foi possível, poder falar sem o lápis azul, ser cidadão-livre. Poder falar na rua, estar com amigos, conviver.
Mas, afinal, o que andamos nós a fazer, a geração da liberdade e da democracia? Será que também temos medo? Será que andamos a deitar um herança de ouro para o lixo? Será que também temos medo?
Somos nós, a geração de 1980 que cabe a nós a concretização da abertura das portas que Abril abriu. Não podemos deixá-las fechar. Devemos exigir um país que nos dê futuro, a nós e aos mais velhos, e às gerações vindouras. Devemos exigir um país com um bom sentido de justiça. Na verdade, o que me preocupa não é se o caso Freeport, Apito Dourado, Maddie, Joana, Casa Pia sejam julgados, o que me preocupa é a falta de exigência por parte do povo português para que estes casos sejam julgados com a máxima celeridade e bem julgados.
O que me preocupa é ver o meu país a desfalecer dia para dia e o povo não reage, não exige, deixando o futuro à mercê dos que o governam.
"Ai, Portugal! Portugal! Do que é que estás à espera?", diz Jorge Palma numa das suas letras. Mais uma vez estamos a colocar a cabeça na areia e deixamo-nos estar à espera que outros resolvam.
Se, na verdade, queremos um país livre, mais justo, mais democrático, mais igualitário, mais fraternal. temos de ser nós! Temos de ser nós a enfrentar os nossos problemas. Não podemos ficar à espera que venham outros resolvê-los. Se tudo isto se passar ao contrário, mesmo nos próximos anos, coloco a pergunta: de que valeu a angústia, o sofrimento, a revolta de Portugal no dia 25 de Abril de 1974? Não valeu de nada...
é por isto, que afirmo àquela geração a quem foi passado o testemunho da liberdade, da fraternidade e da igualdade, é a geração que compete exigir bons governantes, bons políticos e um país que nos dê futuro a nós e aos mais velhos.
Não podemos continuar nesta mesquinhez e neste preconceito entre esquerda e direita. Abril não foi da esquerda nem da direita, foi para aqueles que naquele dia acreditaram na democracia, no PODER DO POVO.

"O Povo é quem mais ordena dentro de ti! Oh, cidade!"

Sinais do Tempo...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Assim se vai por cá...

O que pensam disto...?

O desenvolvimento de um país está no respeito pelos mais idosos...

O Estado a que isto chegou!

http://www.youtube.com/watch?v=d_amV1l99p4

sábado, 18 de abril de 2009

De 12 a 17 de Abril de 2009

Depois de mais uma Páscoa, de muitas celebrações religiosas, em família, com os amigos, e depois de termos assistido a inúmeros espectáculos levados a cabo por linhas de militância católica mais aguerrida é o momento de nos virarmos novamente para este mundo e sentir o seu pulsar. Sentir os seus movimentos.
Segundo o Dr. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, em declarações nesta semana que agora finda, entramos mesmo em recessão. O que já era esperado. O que não se sabe é se foi agora ou já tinha acontecido no passado. Daqui a cinquenta anos sabemos. Porém, o que eu acho significativo é que entramos em recessão e ninguém diz nada, ninguém comenta. Tudo passa impune. Afinal onde é que anda o Povo deste país? Continuo sem perceber o porquê de tanta inércia, de tanta alienação que continua e irá continuar. Até um dia... (mas poderá ser tarde)
Falando de factos, porque contra factos não há argumentos.
Na semana em que todos nós estivemos no rescaldo das festas pascais, no Golfo de Aden, junto à Somália, muita pirataria andou por ali a desafiar a NATO. Sinceramente, todos estes episódios fizeram-me lembrar outros tempos idos. Um sinal dos tempos. É de dizer que a Fragata Corte-Real esteve no teatro das operações. Porém, quero deixar em comentário, que a NATO começa, in factum, a vestir a farda de polícia do mundo. Os EUA governam, juntamente com uma ONU apagada e a NATO faz o patrulhamento. Tudo isto é sinal de instituições e sistemas descontextualizados e desactualizados. Na verdade, ou procuram uma redefinição na sua identidade institucional ou então mais vale dar o último suspiro.
Como se não bastasse, lá vem na semana que precede a Páscoa Cristã, mais uns estudos que não adiantam muito acerca daquilo que já se sabia sobre Jesus Cristo. Segundo o jornal "Público" é dito que ele era judeu na forma de rezar e de viver e que era visto como um profeta. Na verdade, quem for um cristão bem formado sabe logo à partida que isto não adianta nada acerca do que já se sabia. Uma tentativa de colocar mais lenha no fogo. Vem mesmo a calhar num tempo em que os cristãos são convidados a voltar-se para a sua fé. Só não entende, quem não quer entender.
No entanto, é no inicio desta semana que se joga para Praça Pública a criação de um CSI Atómico, prenúncio de alguma coisa. É uma tentativa de dissuasão às armas nucleares, utilizando para isso as ciências forenses no combate à sua proliferação. Sinceramente, tenho dúvidas se é este CSI Atómico que irá dissuadir um Irão, uma China, um Paquistão, uma Índia, ou até os nossos EUA na não criação de armas nucleares, quando ainda à dias a Coreia do Norte testava um míssil com capacidade para 20 ogivas nucleares. No entanto, eles armam-se...
No país, a semana iniciou com a especulação de dentro do PSD sobre o candidato às eleições europeias entre o Dr. Marques Mendes e o Dr. Paulo Rangel. Depois de tanto suspense feito pela Dra. Manuela Ferreira Leite, ficamos a saber que o candidato seria o Dr. Paulo Rangel. Na minha perspectiva, é um excelente parlamentar, um homem de bancada, alguém que está agora a começar as suas lides políticas, no entanto tem atrás de si um partido que não se levanta depois do efeito Sócrates. E isso, poderá ser nefasto para o Dr. Paulo Rangel e para o partido.
A reforma do mapa judiciário que teve o seu inicio nesta semana deixou 60 vagas por preencher nos tribunais com a falta de magistrados do Ministério Público a sentir-se sobretudo no interior do país. Esta reforma do mapa judiciário não passa de uma reforma economicista e com uma grande falta de visão política pelos problemas judiciais do país. Mas mais que isso uma falta de visão dos verdadeiros problemas das pessoas. Depois desta reforma provavelmente haverá pessoas a verem os seus casos a serem julgados a 100 e a 200 km de distância. Com juízes que terão ainda mais processos dos que tinham. Mais uma pseudo-reforma governamental. Se a justiça vai mal, como irá a democracia...?
Na Tailândia, foram dezenas de milhares de pessoas que desafiaram o estado de emergência imposto pelo Governo. Algo vai mal entre a monarquia tailandesa e os governos que vão sendo colocados e que depois caem. Já vi isto noutros países e que levaram à implantação de Repúblicas. A ver vamos o que vai dar esta situação.
A semana prossegue com a Ordem dos Engenheiros, a fazerem uma avaliação aos cursos de engenharia. Sinceramente, é merecido quando olhamos para algumas obras que são aprovadas em autarquias e órgãos governamentais. Na verdade, os engenheiros não se fazem sozinhos e há instituições que terão de ser responsabilizadas, como as universidades e a qualidade do Ensino Superior em Portugal. Meus caros, não existe falta de dinheiro no Ensino Superior, existe má gestão financeira e isso é um dilema que irá sempre acompanhar o Ensino Superior em Portugal.
Porém, a queda de preços que ameaça agravar a crise. Mais um sinal do inicio do grande turbilhão que agora começou. Será tempo de nos começarmos a preparar para tal e não enfiarmos a cabeça na areia.
Mas, a polémica da semana irá recair sobre a nova canção dos Xutos e Pontapés que foi transformada num manifesto anti-Sócrates. O que resta saber é se estamos diante de uma campanha de marketing, por parte da editora, ou da banda, lançada nos jornais, ou se de facto estaremos a caminho de uma forma de censura muito estranha. Não sabemos com o que contamos.
Depois do anúncio de recessão económica nacional, por parte do Dr. Vítor Constâncio, não quero deixar passar em branco as palavras deste senhor, que afirmou que "Portugal só recupera quando a crise acabar nos EUA e na Europa". Bem podemos esperar... Mais uma vez Portugal a ser o macaco de imitação dos outros. É o nosso fado... Estas declarações demonstram bem o estado de pobreza de valores políticos, económicos e sociais em que o país se encontra mergulhado.
Depois do anúncio do candidato às eleições europeias pelo PSD, o Dr. Paulo Rangel lançou as suas primeiras farpas ao candidato do PS afirmando que quer discutir o país nas eleições europeias, ao que o Dr. Vital Moreira, candidato do PS, respondeu que são palavras infantis. No entanto, nem um, nem outro convencem. Enquanto permanecermos nestas lutas intestinas entre esquerda e direita, que mais parecem, briguinhas de Jardim-Escola, a política sai descredibilizada e os problemas do país mantém-se e agravam-se. É necessário devolver à política portuguesa dignidade e isso só se conseguirá quando estas briguinhas de Jardim-Escola, entre a esquerda e a direita se dissiparem na mente de quem faz e de quem quer fazer política em Portugal. E os exemplos terão de vir de cima. Porque não a criação de um Bloco Central? Hoje a diferença entre PS e PSD, ideologicamente falando, é quase nula.
No seguimento da semana, mais uma jogada eleitoral em ano de eleições, entre PS e Bloco de Esquerda com a viabilização do Projecto-Lei do BE que põe fim ao sigilo bancário. Sempre fui apologista do sigilo bancário. Quem não deve não teme. Agora o que resta saber é a sua aplicabilidade e se de facto é exequível ou não. Porém, esta nova lei poderá abrir caminhos ao controlo dos cidadãos por parte dos órgãos de poder, estando em causa os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Tudo em nome da luta contra a corrupção, off-shores e afins.
Na verdade, são as declarações do presidente do BES, que me suscitam uma pergunta. O Dr. Salgado disse que "a banca está sã e recomenda-se". A pergunta que me suscita é esta: Se estamos em recessão, como disse o Dr. Vitor Constâncio, então porque é que o sr. presidente do BES, um dos maiores bancos nacionais vem com esta afirmação para os jornais? Afinal, estamos em recessão, ou a recessão é só para alguns?
Uma semana depois, do empate em Inglaterra, o FC Porto é derrotado em casa por um português, contra o Manchester United e deixa assim a Liga dos Campeões. Menos uns milhares de euros que não entram nos cofres do clube da cidade Invicta.
No final da semana fomos sobressaltados com o cancelamento de 2400 voos da TAP até ao final de Junho por falta de passageiros. Na verdade, serão 30 serviços por dia que a companhia aérea irá deixar de fazer. Crise, ou não, este cancelamento de voos por parte da TAP por falta de passageiros não deixa de ser um sinal que algo vai mal tanto na companhia como no mundo.
Além disso, o INAG (Instituto Nacional da Água) está em pé de guerra depois de ver um bem imóvel penhorado pelo fisco. Afinal o que se passa neste instituto para que o fisco tome uma posição destas?
Deste modo e mesmo para findar a semana, é a notícia de que a cultura procura novos caminhos. Com menos dinheiro e uma nova relação com os públicos ditada pelas novas tecnologias levam a uma reinvenção da proximidade da cultura com o grande público. Nesta matéria o que me faz ter dúvidas é se a utilização das novas tecnologias ao serviço da cultura poderão ser benéficos ou prejudiciais à preservação do património e da nossa memória cultural e identitária. Não quero parecer reaccionário à mudança, mas deixo a dúvida no ar.
Neste sentido, é necessário que neste momento, nós, geração mais jovem, tomemos o nosso futuro, o futuro do nosso país, de uma forma credível e competente, para que possamos partir rumo a um país renovado e melhor para os nossos sucessores. O futuro está nas nossas mãos.
Na verdade, temos as instituições, as associações, as colectividades a envelhecer. Sabemos criticar, mas o que já fizemos para melhorar? É necessário que nós jovens tomemos a sociedade do nosso tempo e façamos dela a nossa sociedade, com defeitos e virtudes.
A revolução acontecerá, quando cada um de nós pegar na sociedade e nos seus problemas e possamos dar-lhe o nosso molde pessoal. E não são grandes gestos, são os pequenos gestos que têm importância. São estes pequenos gestos que fazem a história e a memória de um povo.
Quando muitas vezes desvalorizamos o colectivismo e o associativismo, e pensamos que isso é coisa para velhos, porque não dinamizá-lo à nossa maneira, em vez de colocarmos a cabeça na areia?
Porque havemos de desvalorizar a política, quando a política só poderá ser melhor e de qualidade quando a fizermos como algo nosso? Como uma responsabilidade nossa?
"Não perguntem o que o país pode fazer por vós. Perguntem antes, o que podem fazer pelo vosso país". Uma frase célebre e que já cruza quarenta de anos de história e que hoje mais que nunca deverá ser aplicada.

Sinais do tempo





Títulos do jornal "Público" de 12 de Abril a 17 de Abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

De 05 a 10 de Abril de 2009

No meio deste tornado que inicia agora os seus primeiros ventos é necessária a consciência e a nossa lucidez, enquanto cidadãos e homens do mundo e do nosso tempo. Porque este é o nosso tempo e temos que vivê-lo, saber aproveitar o melhor e o pior que ele tem.
Para mim é sempre bom poder escrever sobre o que se anda a passar neste mundo, mais que não seja para deixar memória escrita, não vá existir para aí alguém que adultere os factos. Porque isso irá acontecer de certeza. Mas não quero me alongar e ir ao essencial - os factos da semana que passou.
A semana teve o seu inicio com a nova proposta do Partido Socialista de querer criminalizar o enriquecimento ilícito. Mais uma proposta eleitoral e de imagética que outra coisa. O que se espera em ano de eleições?. A ver vamos o que vai dar esta proposta. Talvez mais uma proposta para colocar na gaveta, como tantas outras. Só fachada, caros amigos, só fachada! No entanto, Vitalino Canas, porta-vos do PS lá veio dizer que existem impedimentos constitucionais. Está visto o que esta proposta de enriquecimento ilícito vai dar. Não se pode esperar muito. Sobretudo quando os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres, com a classe média a sofrer duros golpes. Talvez um dia a classe média levante a sua hoste revolucionária e a ver vamos o que acontece em seguida.
Como se não bastasse o Caso Freeport, na continuação da última semana, na medida em que um dirigente do PS fez um ultimato. Na verdade, Ricardo Rodrigues desejaria processos disciplinares para os dois magistrados que estão no processo. Que bela corporação! Todos a protegerem o chefe! Tão bonito estes actos de amizade. Só espero que não se arrependam.
Ao nível internacional são os ecos da Cimeira da NATO que se fazem ecoar pelo mundo em que se ficou a saber afinal que onze países europeus irão reforçar a sua presença militar no Afeganistão com cinco mil soldados em que Portugal poderá estar incluído. Será o último suspiro do Tratado da Aliança do Atlântico Norte? Ou será o principio do fim de uma era. Sinceramente, não percebo, no contexto actual e no estado de situação mundial, o sentido da existência desta instituição. Talvez para continuar a alimentar a fome de guerra para o capitalismo americano necessita para se alimentar. Quanto à presença portuguesa só um único comentário me resta: com tantos problemas que temos por cá e ainda vamos reforçar a nossa presença militar ao serviço dos interesses dos outros. Para os outros temos soluções para nós não... Porque será? Só esperamos que o feitiço não se volte contra o feiticeiro. E já agora, só um alerta: não vamos voltar ao suplício de uma "Guerra Colonial" que dizimou uma boa parte da juventude portuguesa das décadas de 60 e 70. E olhem para o que está a acontecer nos EUA nesta matéria. Basta ouvir e ver as notícias. Ou será que ainda ninguém se deu conta que todos os dias estão morrer jovens norte-americanos e de outras nacionalidades?
No seguimento, com Obama na Turquia, a Coreia do Norte lá colocou uma "garra de fora" lançando um míssil, numa sessão experimental. O que eu desejo é que não esteja a acontecer neste momento a preparação dos países para um possível conflito armado. Mas não podemos pensar nisso. Na minha perspectiva é um pequeno sinal de algo que está para acontecer dentro de breves momentos. E ninguém dá conta.
Pelo país, a nossa tecnologia está a desenvolver um localizador de crianças por GPS. Nas crianças já está, agora falta nos adultos.Mas só o tempo irá julgar esta frase. Além disso, o fisco deixou prescrever37 milhões de correcções ao IVA feitas à banca. E mais uma vez o Estado Português sai lesado por ignorar a proposta da Inspecção Geral das Finanças. Agora o que eu não consigo compreender é a prescrição. Se fôr como na justiça, a prescrição dá muito jeito.
Durante esta semana ficamos com os números da epidemia da gripe que assolou sobre nós neste Inverno passado: entre 1200 a 1500 mortos. Ainda se morre de gripe...
A fuga a penhores continua: o fisco identificou 2270 suspeitas de crime. Que país este onde esta saga ainda continua e ninguém mete cobro a isto. Razão tinha o jornal "El Mundo" em que afirmava aqui à uns anos que eramos o paraíso berluscuniano.
A natureza encarrega-se do resto. o mundo ficou supreendido com o sismo na magnitude de 5,8 (Escala de Richter) que aconteceu em Aquila espalhando a morte e a destruição, arrasando até algumas construções edificadas na Idade Média. É nestes momentos que se deve colocar a mão na consciência e perguntar a nós mesmos para que serve tantas soluções, planos, tantos e tantos pensamentos quando a Mãe-natureza não está dormir. O que andamos nós a criar para o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos? Talvez um grande monstro que pode acordar a qualquer momento. E, sinceramente neste ritmo, não temos que nos preocupar muito. A Mãe-Natureza irá resolver de certeza.
Numa Visita-Surpresa (para os comuns mortais) Obama lá foi visitar o seu exército no Iraque reiterando o empenho dos EUA neste país. Qual Imperador Romano de revista às tropas! Para quem julga que Obama irá retirar do Iraque desengane-se. Outros valores mais altos se levantam.
Pela província nacional, o Governo toma novas medidas eleitoralistas. Os processos de avaliação individual padrão dos professores serão de livre acesso a pais e a outros professores. Quero ver os pais a consultar estes processos e a julgarem os professores dos meninos em praça pública. é uma medida que só descredibiliza a classe docente.
No futebol, o FC Porto continua a fazer figura na Liga dos Campeões, ao empatar com o Manchester United por 2-2. Sinceramente não quero comentar sobre tal facto, pois quero manter a minha imparcialidade, e não quero ferir susceptibilidades desportivas.
As eleições europeias continuam com a loucura socialista. Ficamos a saber que para além de Vital Moreira agora também o homem que estoirou com a Saúde em Portugal estará também nas listas eleitorais. Refiro-me ao Dr. Correia de Campos. Ao que parece o Partido Socialista dá sinais de alguma ansiedade eleitoral que poderá ser prejudicial. Mas como o Partido Socialista tem o dever histórico de defender a democracia portuguesa, tudo fica bem. No CDS-PP nada de especial, estava mais que visto quem era o candidato e pelos vistos não surpreendeu: Nuno Melo, deputado na AR. E basta percebermos que o deputado Nuno Melo, poderia ser uma sombra para o Sr. Paulo Portas dentro do partido. Falta o PSD, PCP e BE apresentarem os seus candidatos que também não deverão surpreender. um clima de grande ansiedade eleitoral e provavelmente justificável, devido à descredibilização política que existe actualmente no país. Vivemos hoje no limbo...
A Cimeira da Nato já entoa em Portugal quando tivemos o Sr. Ministro da Defesa a defender o significativo reforço de tropas portuguesas no Afeganistão. Na verdade mais pessoas e bens em nome de não sei o quê. Em nome de uma guerra que só serva para alimentar os imperialismos de alguns. Na verdade um Ocidente que perde a sua identidade diante de um Oriente em expansão.
Além disto, também quero deixar aqui registado o Prémio de Fotografia Bes Photo que foi para fotógrafo Edgar Martins e que foi premiado esta semana que passou.
A semana irá finalizar com o primeiro sinal de ruptura de alguns socialistas a subscreverem um apelo que lança avisos à política do Governo, afirmando que a crise não pode servir para absolver incompetências. Na verdade, que o PS se encontra dividido, é uma evidência, com esta subscrição fica comprovado. Do qual já todos estaríamos à espera. Mas o poder ofusca qualquer rebelião dentro de um partido. No entanto, sempre esperamos para ver quando o PS fôr oposição como ficará. A ver vamos...
Um alerta nunca vem só: está uma praga à venda por todo o país que já causou danos na natureza e ao que parece só o trabalho escolar está a evitar "in extremis" o alastramento da planta infestante. No entanto, a Mãe-Natureza defende-se. No entanto, ela move-se...
Algo que vai sendo evidente nos centros históricos é agora a medida que o Governo irá tomar para acelerar os processos de reabilitação urbana que passará pela venda obrigatória dos proprietários de casas devolutas. Mas será que os proprietários irão nisso? E será que as casas irão ser mesmo reabilitadas? Se fôr como o património histórico-cultural poderemos ficar à espera.
No terminus de mais uma semana que para uns é normal, para os cristãos é uma semana alta será necessário estas palavras.
No mundo que vive hoje um período de incessante procura e de um rumo, é necessário que se encontrem novos modelos, novos líderes, novas pessoas, novas formas de viver e isto passará sem dúvida pelas novas gerações, que são o futuro.
A Páscoa Cristã, só será verdadeira quando essa renovação se fizer à estrada e iniciar o seu caminho. Caso contrário poderemos estar diante de uma sociedade que morreu para si e para os outros.
É necessário que cada religião seja uma luz e não seja poder.
É necessário que se tenha consciência do poder social que tem a religião em religar o Homem à sua essência identitária, para que possa enveredar por um novo rumo.
A Páscoa Cristã só fará sentido quando cada homem (judeu, muçulmano, buda ou hindu ou outra confissão religiosa) encontrar no outro valores como a compaixão, a tolerância, o amor e a amizade entre os povos, apesar das suas diferenças. São esses valores que são transversais a todas as sensibilidades religiosas.
Deste modo, só assim poderemos encontrar um novo rumo, uma nova vida com rumo a uma verdadeira aldeia global. São exemplos de inter-ajuda como vimos em Aquila que teremos de ver mais vezes repetidos (não só em momentos de crise), depois de um sismo que fez 293 mortes.
Este poderá ser um caminho para o Homem no Mundo do Terceiro Milénio.
Este foi, é e será o nosso tempo. Devemos procurar vivê-lo.

Sinais do tempo





Títulos do jornal "Público" de 05 a 10 de Abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

De 29 de Março a 03 de abril de 2009

Os tempos não estão fáceis. Nada fáceis. Na verdade ninguém sabe muito bem por onde vai o caminho.
Ninguém conhece o caminho afinal do mundo nos próximos anos. Sinal disto ficou bem claro nesta Cimeira dos G20. Há um clima de desorientação e sente-se bem no ar. Nas conversas à mesa, com as pessoas...
De facto o ano de 2009 está bastante complicado embora os estados tentem esconder este clima de desorientação. Mas os factos não enganam: Porém, existe uma pergunta que me assmbra a consciência: que dirão os futuros analistas sociais destes factos daqui a cinquenta anos? De uma coisa podemos ter a certeza algo vai mal no mundo. Mas nada está claro. Existe um clima de paz armada sem ninguém se dar conta do que se está a passar. Afinal, ninguém sabe... Desde a falência dos estados de previdência social, desde a falência do neo-liberalismo, há a necessidade emergente de um novo sistema, de um novo modelo de fazer a política, a economia, a sociedade. E esta deverá ser a linha.
Deverá existir um quebrar com as instituições que já não fazem sentido existir. Olhemos por exemplo para instituições como a ONU, ou como a NATO, ou até como a União Europeia que são instituições que durante anos tiveram um objectivo específico, hoje não faz mais sentido se tivermos em linha de conta que o comunismo também faliu. Ainda assim continuam a insistir na existência destas instituições. Na verdade não fazem mais sentido.
Mas gostava de me deter sobrte alguns factos que fizeram a memória desta última semana.
A semana começou com a polémica que está a envolver a construção do novo museu dos coches em Lisboa. Na verdade fará sentido existir um novo museu dos Coches? Na minha perspectiva tudo o que seja perservação da memória penso que faz todo o sentido, se bem que existem outros problemas que temos ao nível da cultura em Portugal bem mais sérios que este caso. No entanto, não poderemos ser reaccionários à mudança.
No futebol (o desporto das massas), Portugal empatou contra a Suécia ficando mais longe da sua qulificação para o Mundial 2010. Na verdade, uma equipa que precisa de encontrar um novo rumo depois de Luis Filipe Scolari.
E volta de novo o Caso Freeport a assombrar os céus políticos de Portugal desta vez com acusações de pressões sobre magistrados que atingem níveis incomportáveis, segundo o recém-eleito presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. O que eu acho inconcebível é como é que estas informações chegam a público e continuam a chegar. Não percebo.
A semana prossegue com um caso de espionagem em que ao que parece uma ciber-rede com bases na China infiltrou-se nos computadores dos serviços de inteligência de 103 países, incluindo Portrugal. A pergunta que se levanta e necessária é esta: se os serviços de inteligência deixam isto acontecer, então o que acontecerá cá fora. cada vez mais percebo as figas de informação.
Mais um sinal do tempo que mais parece uma notícia com mais de oitenta anos: no Índico, a Ilha de Mayotte disse "sim" à integração total na França. Na verdade compreende-se este "sim" Á integração num contexto de crise. Fica-se com a sensação que estamos sobre momentos de um neo-colonialismo.
Porém, no nosso rectângulo nacional, o Ministério das Finanças irá fiscalizar os pagamentos aos gestores. A ver vamos em que fica esta fscalização. Desejo que não seja uma medida eleitoralista.
Depois das acusações proferidas pelo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, os magistrados recorreram ao Presidente da República para falar sobre as pressões na investigação do Freeport, ignorando o Procurador - Geral da República. Mas afinal há ou não pressões sobre os magistrados? Esclareçam isto, porque ninguém percebe.
Ainda estamos em Março e já arderam 10 mil hectares de floresta este ano, dois terços de 2008. Imagino quando quando chegarmos a Junho, Julho, Agosto e Setembro. Percebe-se quando se vê garndes extensões de matas que não estão limpas, nem cuidadas. É a pobreza deste país.
Porque o desporto não é só futebol. No Ténis Frederico Gil, escreveu mais uma página na história do desporto em Portugal, em que deu luta a Rafael Nadal, o melhor do mundo. Mas acabou por perder por 2-0.
Na semana que entramos em Abril, entramos com o PGR a questionar um ex-membro do Governo de Guterres sobre pressões no caso Freeport e, em que o PGR confirma Lopes Mota como principal suspeito no caso. No entanto a resposta continua sem ser dada. Hà ou não pressões sobre os magistrados?
O inicio deste mês de Abril ficará na história com a Cimeira dos G20, em Londres, para resolver a crise em que Barak Obama jogou a sua liderança da América no mundo. Na verdade, a dúvida paira: é Obama, afinal, o D. Sebastião, o Messias, Jesus Cristo, Maomé, o escolhido de Deus para salvar o mundo desta crise? Não se coloque muitas expectativas...
Porém, a burocracia dá a volta à cabeça dos portugueses e a falta de declarações de IRS fizeram o Estado notificar 120 mil contribuintes. Em Portugal ao que parece ainda se continua a não respeitar prazos, a fugir ao fisco e por aí fora... (e o filme continua). É o país da liberdade, fraternidade e igualdade à boa moda berluscuniana.
E o caso Freeport continua a mexer em que o PGR desta vez tentou uma saída negociada para o caso das pressões, mas sem sucesso pois a pergunta continua sem resposta: há ou não pressões sobre os magistrados?
Além disto, semana em que o Governo isentou as filiais internacionais dos bancos. O diploma era de 2006, e note-se, só agora é que é criticado pela Inspecção Geral de Finanças. O que andaria a Inspecção Geral de Finanças a fazer durante 2006? Provavelmente não soube do dito diploma...
No final da semana sabe-se afinal que as pressões sobre os magistrados poderão dar inquérito: Afinal, já dá inquérito!!! E agora a pergunta transforma-se em duas: afinal há ou não pressões sobre magistrados? E de onde vêm as fugas de informação para matéria tão delicada ao Estado Português? Se afinal, vai ser aberto um inquérito é porque algo de grave aconteceu. E em política, o que parece é.
Mais um joguinho de interesses e conveniências, que não se percebe. A Espanha pediu ajuda sobre um amigo libanês de Dias Loureiro, mas parece que esta não obteve resposta. Afinal o que se passou???
Depois dos protestos que deixaram a cidade de Londres citiada antes da Cimeira dos G20, os líderes chegaram a acordo e até acreditam no fim da crise mundial. Mais uns biliões de dólares quenão se sabe de onde vêm, nem para onde vão e com umas novas regras que deixam no ar algo que sabe muito a pouco: umas novas regras de fiscalização de bancos e paraísos fiscais.
No final da Cimeira dos G20 e no inicio da Ciemira da NATO, em Estrasburgo, o Mundo, Portugal procuram um novo rumo às portas da Páscoa de 2009.
Afinal, nesta encruzuilhada mundial, qual o caminho?

Sinais do tempo



Títulos do Jornal "Público" de 29/03 a 03/04 de 2009