terça-feira, 31 de maio de 2016

Terça-feira da IX Semana do Tempo Comum

“Bendita és tu.” Na Festa da Visitação de Nossa Senhora e final do mês de Maio, mês dedicado em especial à Mãe de Deus, deixo-vos com esta bela peça de Ennio Morricone que ficou célebre pelo filme “A Missão”.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Segunda-feira da IX Semana do Tempo Comum

“A pedra rejeitada.” Deus está connosco. E nós estamos com Deus? Fazemos de Deus o centro de toda a nossa vida? A caminhar perfeitamente às escuras, num mundo em que cada vez mais nos apaga as luzes da nossa existência e que nos quer formatar com as formas de um sistema que cada vez mais se percebe a sua ruína. A Europa é hoje uma sociedade que perdeu a sua identidade. Perdeu a sua identidade porque esqueceu as suas raízes. As raízes da Europa foram plantadas com a semente do Cristianismo. Durante algum tempo estive na América Latina e fiquei vislumbrado com o que por lá presenciei. Percebi que a Europa, e até eu, europeu, me confesso, tantas e tantas coisas que já me tinha esquecido. Sim, meus caros e minhas caras, está na hora da Europa fazer um “mea culpa”, e olhar para os ventos que emergem de África, das Américas, da Ásia. Neste caminho a Europa mais tarde ou mais cedo terá que ser recristianizada, por quem ela própria cristianizou, e isso será um grande acto de humildade e simplicidade que o continente europeu poderá dar ao mundo. Diria mesmo um testemunho cristão, para se voltar de novo a erguer. A Europa necessita de cair do seu cavalo para mergulhar nesta Fonte de água viva. É neste sentido como bem entendo o Papa Francisco e por isso continuo a dizer que ele nada disse até agora de novo, porque em boa verdade fomos nós, sociedade europeia. Falamos em “Nova Evangelização”, mas a “Nova Evangelização” é direccionada para Europa, porque o que se assiste em África, Américas, Oceânia e Ásia é sinal da presença viva de Nosso Mestre e Senhor. A Europa está a ruir, às suas próprias mãos, e por isso seria mais que tempo que os cristãos europeus soubessem ler os sinais dos tempos e deixassem cair a sua soberba e a sua arrogância, porque o centro de influência mundial cristão deixou de ser a Europa e estamos diante de um Cristianismo à escala global. É por isso um tempo não para ficarmos no pessimismo, mas pensarmos novos modelos e novas formas de anúncio e novas linguagens, sem que seja colocado em causa o Evangelho do Nosso Mestre e Senhor.

jjmiguel

domingo, 29 de maio de 2016

No IX Domingo do Tempo Comum

“Mas diz uma palavra e o meu servo será curado.” O relato do evangelista Lucas é precioso e todo ele está mergulhado no sentimento da esperança. O centurião romano buscava curar o seu servo que estava doente. Neste centurião estamos nós que buscamos a paz e a serenidade para os nossos conflitos interiores. Com certeza que a resposta está em Jesus. A quem buscamos? Ele tem palavras de vida eterna. E nós temos sede de vida. Notai a fé deste centurião. Na verdade ele não queria que Jesus fosse a sua casa, pois bastava-lhe a palavra de Jesus para que o seu servo fosse curado. O centurião tinha consciência da sua fragilidade, em bom rigor tinha vergonha do seu pecado e da sua miséria, e por isso não queria que o Deus da Vida entrasse na sua casa, mas percebe que só este Deus pode derramar sobre ele a Sua graça. Foi exactamente para os débeis e frágeis que Deus se fez um de nós, tornando-se também Ele frágil como nós. Em profundidade é a fé que nos move, que nos faz acreditar que tudo é possível na vida em Deus. Por outro lado, é o Amor que é gerador desta vida, desta esperança. Jesus é a nossa esperança. Depositamos em muitas coisas a nossa esperança, mas esquecemos de colocar totalmente a nossa esperança Naquele que é a Luz, a Paz, a Justiça, a Alegria. Jesus bem sabia o que este centurião e o seu servo necessitavam. Jesus entra pelas nossas casas, ausculta bem o nosso interior e sabe bem do que necessitamos. Por isso é necessário que estejamos de coração aberto à Sua altíssima vontade e só Nele nos possamos confortar quando fazemos as experiências de deserto. Quando o caminho da nossa vida atravessa a noite-escura. Mas da noite, vem o dia, da morte, surge a vida, e por isso a nossa vida cristã terá que ser esperança centrada em Jesus Cristo. Não deixemos que as vozes do mundo nos mergulhem em verborreias, quando um só Verbo é eficaz. O Verbo que se fez carne e habitou entre nós.

jjmiguel

sábado, 28 de maio de 2016

Vou fazer-vos só uma pergunta

“O batismo de João era do Céu ou dos homens?” O evangelho de hoje levou-me para uma questão que me parece pertinente para nossa reflexão pessoal. Desde o inicio do pontificado de Francisco temos sido bombardeados com afirmações tanto na imprensa como na Internet de que o Papa Francisco é um papa reformador, que o Papa Francisco é que é bom, que com o Papa Francisco é que a Igreja vai mudar. Estando em causa o pontificado do Papa Bento XVI e outros pontificados, também eles significativos na história da Igreja. Proferir certas afirmações acerca do Papa Francisco e do seu papel reformador na Igreja é esquecer outros pontificados bem mais reformadores e estou-me a lembrar por exemplo de João XXIII, ou de Leão XIII. O desconhecimento da História é terrível! Pergunto, mas afinal qual é a mudança que se quer na Igreja? A Igreja não muda, porque não há nada para mudar. A Igreja permanece a fiel depositária do Evangelho do Nosso Mestre e Senhor e a isso terá de ser fiel. Além disso, para quem acha que o Papa Francisco trouxe alguma coisa de novo para a Igreja, eu simplesmente responderei que nada trouxe de novo, porque basicamente o Papa Francisco tem-se baseado firmemente na mensagem evangélica, porque a Igreja é Evangelho. Caríssimos e caríssimas, não é o Papa Francisco e a Igreja que necessita de mudança somos nós que necessitamos de mudar. O que o Papa Francisco tem falado, já Bento XVI, João Paulo II e outros tantos antecessores na cadeira de Pedro o disseram. Não há papas verdadeiros, nem papas legítimos ou ilegítimos, porque todos se firmam nas palavras de Jesus: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra firmarei a minha Igreja.” Claro está, que o Papa Francisco é o legítimo sucessor de Pedro, como foi Bento XVI ou João Paulo II. Não há confusão, nem separação. A Igreja não é uma instituição de partidos conservadores e progressistas. Podemos discutir a forma de sentir de cada um dos sucessores de Pedro, mas perder tempo em discussões de “lana caprina” é desfocar do papel fundamental da Igreja – anunciar o Evangelho a todos os povos. Aliás, a Igreja e o seu papel no mundo vai muito além dessas discussões de corredor. Além disso, o Papa Francisco não tem firmado nada que tenha mudado a doutrina. Os recasados não podem comungar; a Igreja é contra o aborto; a Igreja é contra a eutanásia; o celibato sacerdotal continua; o papel das mulheres na Igreja é o que conhecemos e bem que fazem esse papel – diria um verdadeiro sacerdócio; a Igreja é contra a pedofilia e o casamento homossexual, além de ser contra tudo o que é lei que coloque em causa a vida humana. E nada disto irá mudar! O Papa Francisco tem aberto portas a outra coisa que nós estamos esquecidos: ao Amor! O Papa Francisco tem aberto portas ao Amor, ao acolhimento e nada mais que isso. A Igreja e os cristãos devem ser por isso sinal do Amor fraterno, do acolhimento e da misericórdia de Deus. Não será isso sinal da presença de Deus no Mundo? Tudo o resto o que se diz por aí é mera ignorância e especulação de uma imprensa que quer provocar o sensacionalismo. Deixo-vos uma pergunta: qual dos sucessores de Pedro é mais legítimo? Não se desvie as atenções do essencial: Jesus Cristo!

jjmiguel

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Será chamada casa de oração

“Temiam Jesus.” Os príncipes dos sacerdotes e os escribas do templo temiam Jesus. E porquê? Porque Jesus confrontava, afrontava o sistema instituído. As suas palavras eram fogo que fazia explodir com todos os padrões sociais da época. Assim também terão que ser os cristãos... Não podemos calar perante ideologias que procuram trazer a desordem e a anarquia. Está no ar uma certa inércia e alienação perante tamanhas afrontas que vão contra todas as leis naturais da vida. Tomo as palavras de Sua Eminência, o Card. Clemente de Lisboa: “Se as pessoas não podem ter filhos, há outra maneira de exercerem esse gosto que têm. Há muita criança por adoptar, há muita causa que precisa também de ser adoptada. Estar a contrariar aquilo que é o desenvolvimento natural do ser humano e a separar as duas fases e afastar esse ser que cresce no ventre de uma mãe para outra pertença abusivamente é muito errado, é um contra-senso civilizacional.” Perante a legislação aprovada pelo Parlamento português por estes dias, está evidente mais uma golpada do poder à estrutura familiar. Tenho conhecimento de famílias que procuram adoptar uma criança e chegam a levar dez anos para que a possam adoptar, devido a processos burocráticos. Bem como outros casos que se torna um verdadeiro problema a quem deseja e procura erguer uma Família. Porém, a sociedade opta pelo mais fácil. Aprovam-se e financiam-se abortos e agora aprovam-se “barrigas de aluguer”. Mas o que faz o Estado para promover políticas de planeamento familiar e de incentivo à natalidade? Será com abortos? Será com “barrigas de aluguer”? Há quem ache que isto tudo é um sinal colossal de modernismo e progresso... A História julgará este modernismo e progressismo. Da minha parte poderão aprovar e criar as leis que quiserem, mas nunca poderão alterar a lei natural a que todos nós, humanos, estamos submetidos. É por isso que Jesus Cristo é temido, porque as suas palavras não estão com poderes e ideologias instituídas. As suas palavras estão direccionadas para o Homem enquanto tal e por isso também convinha aos estados terem no seu centro o Homem e seu bem-comum. É por isso que os cristãos não podem cair em poderes instituídos e em políticas facilitistas, mas políticas que sirvam o bem-comum. Precisamente os cristãos são convocados e chamados a levarem nos seus ambientes a ordem e o progresso desejados e que sirva o bem da comunidade.

jjmiguel

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

“Mandai-os sentar.” Nesta solenidade somos convocados a sentar-nos à Mesa da Vida e a comungar deste Pão e deste Vinho que são Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Em cada Eucaristia, em cada Missa, actualizamos a Paixão, a Morte e a Ressurreição do Senhor. “Fazei isto em memória de Mim...” diz-nos o Senhor! Durante um retiro espiritual que tive o prazer de realizar, durante uma das meditações fui confrontado com a denúncia de casos de algumas pessoas que se apresentam à comunhão (dizem-se cristãos...) e guardam a hóstia consagrada para os actos mais hediondos e escabrosos que possamos pensar. O pregador, fez questão de relatar alguns casos como exemplo, mas não vou descrever aqui para não chocar quem possa ser mais sensível. Sinceramente, fiquei chocado perguntava-me como é possível tal coisa em pleno séc. XXI e como é possível isto acontecer pelas mãos de cristãos batizados em alguns dos casos? O Pão e o Vinho são Corpo e Sangue de Jesus Cristo pelo sacramento da Eucaristia pelas mãos do sacerdote. Por isso estamos a falar de algo muito sério. Não podemos banalizar o que é Sagrado. Vivemos hoje uma total e completa banalização do Sagrado, resultado de uma sociedade pós-moderna secularizada. O que é Sagrado é sagrado e merece respeito. Por isso, não percebo como muitas vezes são tratados os objectos litúrgicos, não percebo porque se banaliza o papel e a função sacerdotal! Deixámos de ter a noção do símbolo. O simbolo religa-nos, faz-nos transcender, faz-nos penetrar no mistério de nós mesmos e por isso nos identificamos, e é por isso que é símbolo. Concordaria se a Santa Sé declarasse obrigatório o uso do hábito eclesiástico, fosse de que forma fosse. O sacerdote é um homem do sagrado e vive para o sagrado e deve demonstrar e não ter vergonha de ser sinal do sagrado no mundo. A sua vida é de Deus e para Deus. Assim como o hábito eclesiástico não é usado para impôr autoridade, nem muito menos para ser reconhecido, nem muito menos por vaidade. O hábito eclesiástico é usado em qualquer circunstância da vida do sacerdote, esteja onde estiver, porque o sacerdote vive Deus na sua vida, vive o sagrado. Ele deve inspirar e expirar do sagrado. Porém, não quero entrar em discussão nessas discussões que muito frequentemente animam muitas conversas clericais. Porém, digo e reitero, as pessoas têm necessidade de simbolos e de se identificar com o que lhes possa dar sentido. O Pão e o Vinho, são muito mais que símbolos do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, ou um faz de conta (como já ouvi numa catequese), são a presença real de Jesus Cristo no meio do Mundo. Além disso, damos muita importância ao acontecimento eucarístico, mas pouca importância ao acontecimento da proclamação da Palavra. A Palavra também deve ser para nós comunhão. Também dela nos devemos alimentar e muitas vezes muito pouca importância lhe damos. Tudo na Eucaristia é Vida e Luz. Penetrar no mistério eucaristico é deixarmo-nos mergulhar no Deus que faz parte da nossa história, fazendo-se um de nós e deixando-nos um memorial que em cada Eucaristia actualizamos à luz da nossa vida. Por isso, a Eucaristia, tal como a Palavra é viva, eficaz e actual e não meros teatros do passado. 

jjmiguel

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo

“Bebereis do cálice.” Estamos a dispostos a beber do mesmo cálice de Jesus? Como cristãos assumimos na nossa vida a vida de Jesus? Os cristãos devem ser imitadores de Cristo até na Paixão, Morte e Ressurreição. Por isso, os discípulos são chamados ao serviço na caridade do Outro no nosso irmão. Os cristãos não são chamados a ficar nas suas conchas e muito menos a viverem permanentemente em sacristias balofas. A alegria do Evangelho deve ser espelhada em cada rosto cristão. Por isso é necessário testemunho. Os cristãos católicos em Portugal estão a ser confrontados com algumas situações que deverão merecer a nossa atenção. Falo neste momento da legislação que está para seguir em relação aos colégios privados. Não irei discutir as questões de financiamento, nem outras matérias. Será necessário dizer que uma boa fatia dos colégios privados em Portugal estão na posse da Igreja. Se esta questão não é uma afronta à Igreja Católica, então o que é? Por outro lado, os pais, responsáveis pela educação dos seus filhos, se de facto têm possibilidades para colocar os seus filhos em colégios privados, porque é que não o hão-de fazer? E se são colégios católicos, porque é que os pais não poderão usufruir dessa educação e desses valores para os seus filhos? Ora, se os pais, em muitos dos casos colocam os filhos em colégios privados, seria justo perguntar-se como anda o ensino público em Portugal? Ao que tenho conhecimento é uma vergonha. Basta perguntar a quem circula pelas escolas públicas, porém ressalvar que existem parcas excepções. O Estado é laico, mas não obriguem as pessoas a serem laicas, isso é retirar a liberdade. Impressionante como ideologias que profetizam a liberdade, e em matérias de liberdade religiosa tomam estas atitudes. Os católicos andam calados demais. Falar de educação é falar de família. O que tem feito o Estado em prol da família? Desestruturá-la, claro está... Oxalá o feitiço não se volte contra o feiticeiro!

jjmiguel

terça-feira, 24 de maio de 2016

A Deus tudo é possível

“Receberá cem vezes mais.” Durante a semana passada deixei-vos alguns textos compilados do Catecismo da Igreja Católica, bem como da Exortação Apostólica “Amoris laetitia” sobre os sacramentos. Na verdade, foi uma iniciativa minha para aproximar as pessoas do contacto com textos do Magistério, uma vez que é manifesto o desconhecimento do muito pensamento da Igreja acerca de muitas questões que são colocadas hoje um pouco por toda a sociedade e até pelos cristãos. A Igreja não pode perder a perspectiva do Evangelho como esta boa notícia. Uma boa notícia que pode ser denúncia do mal e que é gerador para um mergulho no oceano do sofrimento. Jesus no Evangelho deste dia diz que “todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições.” Jesus fala-nos numa recompensa em nome do Evangelho, mas fala do lado negro desse dar a vida pelo Evangelho – as perseguições. As perseguições são a Cruz para os cristãos. Ora viver uma vida cristã, sem Cruz, anunciar e falar de Jesus Cristo sem a Cruz é como ser pão sem sal. Os cristãos são sal e devem temperar o mundo. Se hoje o mundo não é temperado por este sal é porque os cristãos também não estão a ser sal no mundo. Quem escolhe a vida de Jesus Cristo, habilita-se a perseguições, porque a Igreja não pode perder a sua voz profética, embarcando na torrente secularizante do mundo. A Igreja e os cristãos devem ser presença e luz de Deus no mundo.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ele vos guiará

“Vai vender o que tens”. A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado. A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam, Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, designa, desde tempos antigos, com o nome de táxeis (em grego), ordines (em latim): a liturgia fala assim do ordo episcoporum – ordem dos bispos –,do ordo presbyterorum - ordem dos presbíteros – e do ordo diaconorum –ordem dos diáconos. Instituído para anunciar a Palavra de Deus e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e a oração, aquele sacerdócio é, no entanto, impotente para operar a salvação, precisando de repetir sem cessar os sacrifícios, sem poder alcançar uma santificação definitiva a qual só o sacrifício de Cristo havia de conseguir. Cristo, sumo sacerdote e único mediador, fez da Igreja «um reino de sacerdotes para Deus seu Pai». Toda a comunidade dos crentes, como tal, é uma comunidade sacerdotal. Os fiéis exercem o seu sacerdócio baptismal através da participação, cada qual segundo a sua vocação própria, na missão de Cristo, sacerdote, profeta e rei. É pelos sacramentos do Baptismo e da Confirmação que os fiéis são «consagrados para serem [...] um sacerdócio santo». O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis – embora «um e outro, cada qual segundo o seu modo próprio, participem do único sacerdócio de Cristo»  – são, no entanto, essencialmente diferentes ainda que sendo «ordenados um para o outro». Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da vida baptismal – vida de fé, esperança e caridade, vida segundo o Espírito – o sacerdócio ministerial está ao serviço do sacerdócio comum, ordena-se ao desenvolvimento da graça baptismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e guiar a sua igreja. E é por isso que é transmitido por um sacramento próprio, que é o sacramento da Ordem. Todos os ministros ordenados da Igreja latina, com exceção dos diáconos permanentes, normalmente são escolhidos entre os homens fiéis que vivem como celibatários e querem guardar o celibato "por causa do Reino dos Céus" (Mt 19,12). Chamados a consagrar-se com indiviso coração ao Senhor e a "cuidar das coisas do Senhor", entregam-se inteiramente a Deus e aos homens. O celibato é um sinal desta nova vida a serviço da qual o ministro da Igreja é consagrado; aceito com coração alegre, ele anuncia de modo radiante o Reino de Deus. Na Igreja latina, o sacramento da Ordem para o presbiterado normalmente é conferido apenas a candidatos que estão prontos a abraçar livremente o celibato e manifestam publicamente sua vontade de guardá-lo por amor do Reino de Deus e do serviço aos homens. Em virtude do sacramento da Ordem, os sacerdotes participam das dimensões universais da missão confiada por Cristo aos Apóstolos. O dom espiritual que receberam na ordenação prepara-os, não para uma missão limitada e restrita, «mas sim para uma missão de salvação de amplitude universal, "até aos confins da terra", «dispostos, no seu coração, a pregar o Evangelho em toda a parte» Os presbíteros, elevados pela ordenação à Ordem do presbiterado, estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese, a cujo serviço, sob o bispo respectivo, estão consagrados, formam um só presbitério.


Do Catecismo da Igreja Católica, nº 1533, 1537, 1540, 1546, 1547, 1565, 1568, 1579 e 1599

domingo, 22 de maio de 2016

Na Solenidade da Santíssima Trindade

“Tudo o que o Pai tem é meu.” O Amado é o Pai que dá e entrega o Seu Filho à História. O Amante, o Filho, que obedece ao Pai e se faz carne para se encontrar com o Homem e participar na história humana, num puro acto de amor. O Unificador é o Espírito Santo que dá a liberdade de amar e tudo unifica. Porém, sem confusão, nem separação, não podemos dissociar estas três pessoas. Pai, Filho, Espírito Santo são uma só. As três são unidade numa só. As três pessoas são a unidade do Homem. Como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o Mundo creia que Tu me enviaste… Eu neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e o amaste como tu me amaste” (Jo. 17, 21.23). A história da Páscoa é a história eterna do Amor. Deus fez-se presente na nossa história pela encarnação do Seu Filho que sofreu e morreu por nós, e Deus o ressuscitou ao terceiro dia, como sinal do amor, de vida e esperança a todos os homens e mulheres de boa vontade. A questão trinitária foi durante muito tempo, e ainda actualmente, motivo de muita discussão e produção de pensamento teológico. Na Trindade contemplamos um só Deus, em três pessoas. Deus é multiplicidade na unidade. Neste sentido não podemos contemplar a Santíssima Trindade numa perspectiva de relação. Esta relação eleva-nos para o sentido de paternidade e de filiação. O Pai só é pai pelo Filho e o Filho só é filho pelo Pai, deste Amor brota o Amor que é o Espírito que os anima na relação. Neste dia seja o mistério trinitário como contemplação para o Amor. Amar e ser amado, eis a vocação humano que se conecta ao mistério da Trindade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo.


jjmiguel

sábado, 21 de maio de 2016

Deixai vir a mim

“Quem não acolher o reino de Deus.” Na tradição litúrgica, tanto no Oriente como no Ocidente, temos, desde os tempos antigos, testemunhos de unções de doentes praticadas com óleo benzido. No decorrer dos séculos, a Unção dos enfermos começou a ser conferida cada vez mais exclusivamente aos que estavam prestes a morrer. Por causa disso, fora-lhe dado o nome de «Extrema-Unção». Porém, apesar dessa evolução, a liturgia nunca deixou de pedir ao Senhor pelo doente, para que recuperasse a saúde, se tal fosse conveniente para a sua salvação. Todas as vezes que um cristão cai gravemente enfermo, pode receber a Santa Unção; e também quando, mesmo depois de a ter recebido, a doença se agrava.


Do Catecismo da Igreja Católica, nº 1512 e 1529

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira

“Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.” As palavras do Evangelho de hoje levam-nos para o Matrimónio, a questão do divórcio e recasados. Para que não se viva com o que uma imprensa mal intencionada afirma e que pode cair em más interpretações aqui ficam as palavras do Santo Padre. Note-se perfeitamente bem que o Papa não fala na questão sacramental do Matrimónio, o que significa que o Papa não diz que os recasados devem ir à comunhão. Uma afirmação dessas é falsa e contraditória com as palavras do Papa. Dito claramente os recasados não podem ir à comunhão, o Papa fala de acolhimento e abertura por parte das comunidades cristãs a esses casais e a esses casos. E esse é o problema... há comunidades cristãs que olham com desdém os casais recasados, e em alguns casos a repulsa vem mais por parte dos leigos que parte do sacerdote. Felizmente, conheço algumas excepções... Portanto estamos diante de uma mudança de mentalidade cultural, porém não quer dizer com isto que os recasados possam ir à comunhão. Acolhimento e abertura é uma coisa, o acto de ir à comunhão é outra e só pode ser entendida ao nível sacramental e doutrinal. Mas diz-nos o Papa:  

Acolho as considerações de muitos Padres sinodais que quiseram afirmar que «os baptizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evitando toda a ocasião de escândalo. A lógica da integração é a chave do seu acompanhamento pastoral, para saberem que não só pertencem ao Corpo de Cristo que é a Igreja, mas podem também ter disso mesmo uma experiência feliz e fecunda. São baptizados, são irmãos e irmãs, o Espírito Santo derrama neles dons e carismas para o bem de todos. A sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais, sendo necessário, por isso, discernir quais das diferentes formas de exclusão actualmente praticadas em âmbito litúrgico, pastoral, educativo e institucional possam ser superadas. Não só não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e maturar como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que sempre os acolhe, cuida afectuosamente deles e encoraja-os no caminho da vida e do Evangelho. Esta integração é necessária também para o cuidado e a educação cristã dos seus filhos, que devem ser considerados o elemento mais importante«como irmão e irmã» que a Igreja lhes oferece, assinalam que, se faltam algumas expressões de intimidade, «não raro se põe em risco a fidelidade e se compromete o bem da prole.» Se se tiver em conta a variedade inumerável de situações concretas, como as que mencionamos antes, é compreensível que se não devia esperar do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa geral de tipo canónico, aplicável a todos os casos. É possível apenas um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos casos particulares, que deveria reconhecer: uma vez que «o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos», as consequências ou efeitos duma norma não devem necessariamente ser sempre os mesmos. Os sacerdotes têm o dever de « acompanhar as pessoas interessadas pelo caminho do discernimento segundo a doutrina da Igreja e as orientações do bispo. Neste processo, será útil fazer um exame de consciência, através de momentos de reflexão e arrependimento. Os divorciados novamente casados deveriam questionar-se como se comportaram com os seus filhos, quando a união conjugal entrou em crise; se houve tentativas de reconciliação; como é a situação do cônjuge abandonado; que consequências têm a nova relação sobre o resto da família e a comunidade dos fiéis; que exemplo oferece ela aos jovens que se devem preparar para o matrimónio. Uma reflexão sincera pode reforçar a confiança na misericórdia de Deus que não é negada a ninguém». Trata-se dum itinerário de acompanhamento e discernimento que «orienta estes fiéis na tomada de consciência da sua situação diante de Deus. O diálogo com o sacerdote, no foro interno, con corre para a formação dum juízo correto sobre aquilo que dificulta a possibilidade duma participação mais plena na vida da Igreja e sobre os passos que a podem favorecer e fazer crescer. Uma vez que na própria lei não há gradualidade, este discernimento não poderá jamais prescindir das exigências evangélicas de verdade e caridade propostas pela Igreja. Para que isto aconteça, devem garantir-se as necessárias condições de humildade, privacidade, amor à Igreja e à sua doutrina, na busca sincera da vontade de Deus e no desejo de chegar a uma resposta mais perfeita à mesma ». Estas atitudes são fundamentais para evitar o grave risco de mensagens equivocadas, como a ideia de que algum sacerdote pode conceder rapidamente « excepções», ou de que há pessoas que podem obter privilégios sacramentais em troca de favores. Quando uma pessoa responsável e discreta, que não pretende colocar os seus desejos acima do bem comum da Igreja, se encontra com um pastor que sabe reconhecer a seriedade da questão que tem entre mãos, evita-se o risco de que um certo discernimento leve a pensar que a Igreja sustente uma moral dupla."



Franciscus PP.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Todos serão salgados com fogo

“O sal é coisa é boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo?” A Confirmação completa a graça baptismal; ela é o sacramento que dá o Espírito Santo, para nos enraizar mais profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais solidamente em Cristo, tornar mais firme o laço que nos prende à Igreja, associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada de obras. A Confirmação, tal como o Baptismo, imprime na alma do cristão um sinal espiritual ou carácter indelével; é por isso que só se pode receber este sacramento uma vez na vida. O candidato à Confirmação, que atingiu a idade da razão, deve professar a fé, estar em estado de graça, ter a intenção de receber o sacramento e estar preparado para assumir o seu papel de discípulo e testemunha de Cristo, na comunidade eclesial e nos assuntos temporais.


Do Catecismo da Igreja Católica, nº 1316, 1317 e 1319

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Quem não é contra nós é por nós

“Ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de mim.” No centro da celebração da Eucaristia temos o pão e o vinho que, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o corpo e o sangue do mesmo Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua a fazer, em memória d'Ele e até à sua vinda gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua paixão: «Tomou o pão...», «Tomou o cálice com vinho...». Tornando-se misteriosamente o corpo e o sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a assembleia eucarística. A sua cabeça está o próprio Cristo, que é o actor principal da Eucaristia. Ele é o Sumo-Sacerdote da Nova Aliança. É Ele próprio que preside invisivelmente a toda a celebração eucarística. E é em representação d'Ele (agindo «in persona Christi capitis – na pessoa de Cristo-Cabeça»), que o bispo ou o presbítero preside à assembleia, toma a palavra depois das leituras, recebe as oferendas e diz a oração eucarística. Todos têm a sua parte activa na celebração, cada qual a seu modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os que distribuem a comunhão e todo o povo cujo Ámen manifesta a participação.

Do Catecismo da Igreja Católica, nº 1333 e 1348

terça-feira, 17 de maio de 2016

Tinham medo

“Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos.” O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e Reconciliação.Só Deus perdoa os pecados. Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: «O Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados» (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: «Os teus pecados são-te perdoados!» (Mc 2, 5) (35). Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome. Cristo quis que a sua Igreja fosse, toda ela, na sua oração, na sua vida e na sua actividade, sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que Ele nos adquiriu pelo preço do seu sangue. Entretanto, confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico. É este que está encarregado do «ministério da reconciliação» (2 Cor 5, 18). O apóstolo é enviado «em nome de Cristo» e «é o próprio Deus» que, através dele, exorta e suplica: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20).


Do Catecismo da Igreja Católica, nº 1440, 1441 e 1442

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Eu creio

“Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé.” Ao ler as palavras do Evangelho de hoje um pensamento me surgiu. Somos este pai que pede a Jesus para expulsar do seu filho o espírito impuro. A nossa fé é muito pequena diante da Verdade da Vida. Ao longo da meditação fui levado a pensar em relação a todos aqueles que hoje são batizados e a forma como hoje é tratado o sacramento do batismo. Quando pedimos o batismo à Igreja é porque na verdade queremos educar os nossos filhos nas verdades e nos valores do Evangelho de Jesus Cristo e não por uma questão de tradição ou de modismos. Significa isto que quando se é pai e mãe, vivendo um matrimónio cristão, se tem o dever de educar os filhos na fé cristã, como vem descrito no ritual do Matrimónio e não o contrário. O contrário será o desresponsabilizar-se da educação cristã dos filhos e colocar essa responsabilidade nas mãos do catequista ou da Igreja. Deste modo, não percebo como é que se sendo casal católico se deixa nas mãos dos filhos a escolha da religião. Bem como, também não percebo para que se é padrinho e madrinha de batismo, quando a finalidade destes é ajudar a criança na sua formação e educação cristã, afinal, não se é padrinho e madrinha de batismo porque “fica bem”, ou por tradição, ou por outras razões quaisquer. Significa isto que os pais, bem como os padrinhos devem acompanhar os filhos/afilhados na frequência da Catequese, da Eucaristia, bem como, em casa, falar-lhes e dar-lhes a formação e a educação cristã que no dia do Matrimónio e no dia do Batismo juraram diante de Deus dar ao seu filho/afilhado. Se isto não acontece é se mentiroso. Assim como não se pede o batismo à Igreja em adulto, pelo simples facto de se poder casar pela Igreja, ou para se ser padrinho/madrinha de batismo. Assim como também não se pede o batismo à Igreja porque é para se ser protegido por uma força esotérica qualquer, ou para outros fins. Quando se pede o batismo à Igreja é porque se acredita em Jesus Cristo e na Sua Igreja. No caso do pai ou da mãe ser solteira, ou em outras quaisquer circunstâncias, a palavra acolhimento, faz todo o sentido. Porém, deixai-me que diga em vez de se rejeitar o batismo a uma criança de pai ou mãe solteira, porque não se vê aí uma oportunidade para se falar desta Boa Nova que é o Evangelho a esses pais que pelas circunstâncias da vida estão sozinhos e que outro ser humano não tem culpa disso. Se um pai ou mãe solteira pede o baptismo à Igreja, seria uma boa oportunidade para a Igreja falar do Evangelho, e pelo contrário, como se sabe em alguns casos, de fechar portas. Abrir as portas, para quem não conhece o Evangelho. O tempo que se passa com discursos retrógrados e conservadores e de puro puritanismo balofo, ver nestas pequenas coisas oportunidades para anunciar a boa notícia do Evangelho seria uma uma boa oportunidade.  Desculpai a frontalidade, mas acho que estamos num momento em que tem de existir frontalidade em algumas questões doutrinais e não fechar os olhos. Os cristãos não podem ter uma linguagem de “nim”, mas da sua boca ou sai “sim” ou “não”. “Eu creio Senhor, mas ajuda a minha pouca fé.”

jjmiguel

domingo, 15 de maio de 2016

Na Solenidade de Pentecostes

A Paz. Jesus saúda os discípulos com a Paz! Eis o desígnio daqueles que são baptizados pelo fogo purificador do Espírito Santo. Os cristãos são sinal da Paz e esse deve ser o seu testemunho no mundo actual. Felizes os pacificadores, felizes todos aqueles e aquelas que são sinal da Paz e da Concórdia. Somos embaixadores da Paz. Há no meio de nós, cristãos, alguns intrusos que são tudo menos sinal de Paz. Há comunidades religiosas e paroquiais em que tudo abunda, menos a paz. O cristão ou cristã, que não seja sinal da Paz no seu ambiente não é testemunha desta Paz que é Jesus Cristo. Por isso a Igreja, deverá ser sinal desta Paz e desta Concórdia. Na verdade, há quem goste de viver e ver outros em conflitos, gostam dos conflitos, alimentam-se dos conflitos, como do pão para a boca, o pior é que na sua boca se afirmam como discípulos de Jesus Cristo. Como se pode ser discípulo do Senhor se não se é sinal de Paz e de Concórdia? Honra seja feita à diplomacia vaticana que fez entrar pela ilha de Cuba, a Paz. Assim foram reatadas as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Estado Cubano. Porém, deixo um alerta: não se substitua o comunismo pelo capitalismo na ilha cubana e não se mergulhe o mesmo estado no maior dos males do séc. XX: numa sociedade de consumo, dando origem às ambições, à ganância, o que certamente levará a ódios e por consequência à falta de paz, porque em boa verdade, se o comunismo já provou não ser um modelo pacífico, o capitalismo está a prová-lo que de Paz não tem nada. Neste Domingo de Pentecostes, possamos rezar para que a Igreja de Cristo continue o seu trabalho pela Paz, em especial na Síria e que possa pressionar a Comunidade Internacional no âmbito da situação dos refugiados que estão a entrar pelo território europeu, deixando a Europa sem uma capacidade de resposta. Neste sentido, deixemos que seja o Espírito Santo de Deus a dirigir os nossos corações para a resolução da situação mundial actual, para que os fins justifiquem os meios em nome da Paz e do Amor entre os Povos.

jjmiguel

sábado, 14 de maio de 2016

Chamo-vos amigos

“Fui eu que vos escohi e destinei.” Nesta colossal vinha foi o Nosso Mestre e Senhor que nos escolheu. Por isso, relembro as palavras do nosso Papa Emérito, Bento XVI, a quando da sua eleição como sucessor de Pedro: “Humilde servo...” Somos todos humildes servos nesta vinha. A vinha não é nossa, e nada disto é nosso, somos simplesmente servos, servindo a um só Senhor, e dessa forma é para Ele a quem nos devemos dirigir quando os trabalhos e as canseiras da vinha não vão bem. É escusado vivermos com tanta ansiedade, com tanta pressão no trabalho, porque em última instância Ele tudo nos dá pelo poder da oração. Faz-nos falta confiar mais, faz-nos falta uma relação íntima com Jesus no nosso coração. A quem iremos quando nos faltam palavras que nos podem devolver a paz? Com certeza, que todos recorrem a um bom amigo. Ora, Jesus, é esse bom amigo que sempre espera por uma palavra nossa. De que vale procurarmos na nossa solidão quem nos conforte, quando temos um amigo que a qualquer hora do dia e da noite nos conforta e nos devolve a serenidade, a paz. Mas, como é isso, se não vemos, se não ouvimos e se não tocamos nada à nossa volta? E o tempo que te consomes histericamente com essa pergunta de que não vês, não ouves, não tocas, já pensaste em fazer silêncio e sentir o Amor que Ele tem por ti? Vivemos hoje uma sociedade em que temos tudo e tudo nos falta... Porquê? Porque nos faz falta oração, silêncio e auscultar o que vai bem dentro de nós... Será que estamos dispostos a isso? Hoje a Igreja coloca-se ao nosso dispôr um manancial de tecnologia de comunicação para nos auxiliar à oração e ao silêncio interior, será que utilizamos bem esses meios, em ordem à oração e ao nosso silêncio? Ou será que é mais ruído? Se assim for de nada vale tanta tecnologia e tanto meio de informação e comunicação.

jjmiguel

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora

Em Portugal, por momentos o Mundo faz uns minutos de silêncio para contemplar e venerar a imagem de Maria, a Senhora de Fátima. Por momentos deixemos que o nosso espírito se possa ajoelhar na Capelinha das Aparições em Fátima e meditemos nas palavras do Apóstolo: “Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte, nem luto, nem gemidos, nem dor, porque o mundo antigo desapareceu. Disse então Aquele que estava sentado no trono: “Vou renovar todas as coisas.” Em pleno espaço sagrado rezemos unidos pela Paz no Mundo, em especial pela Síria e Médio Oriente, pela concórdia dos povos. Rezemos unidos por todos aqueles que por motivos de guerra e de outras circunstâncias se refugiam em busca da Paz e do Amor, para si e para a sua família, noutras terras. Rezemos pelo Santo Padre, o Papa Francisco, para que a Mãe lhe possa dar força e coragem para conduzir a barca de Pedro, no meio das tempestades internas e externas. Rezemos por toda a Igreja, para que seja sinal desta Cidade de Deus junto dos homens e mulheres de boa vontade e todos juntos possamos construir a civilização do Amor. Rezemos pela nossa sociedade, para que o lugar da ganância, da ambição e do ódio, dê lugar à perserverança, ao amor e à vida. Nas tuas mãos, Mãe, colocamos-te a nossa vida, o nosso quotidiano: o meu irmão que sofre, o meu filho que não tem emprego, a minha filha que se divorciou, aquele casal recasado, a minha sogra que me injuriou, a minha colega de trabalho que difamou... Nas tuas mãos coloco-te o meu ser, sei que às vezes posso ser sinal de ódio, de rancor... Sei que muitas vezes não sei perdoar ao meu marido, à minha esposa, aos meus filhos, olho com desdém os sem-abrigos e os refugiados, sei que muitas vezes tenho reacções xenófobas, muitas vezes na minha descrença, cansado(a)... Olha os nossos pecados, restitui-nos à graça para que obtenhamos a vida e faz-nos chegar ao teu Filho Jesus Cristo... Nas tuas mãos, Mãe...

jjmiguel

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Por aqueles que vão acreditar em Mim

Neste dia deixo-vos esta oração com palavras de paz, retiradas do Missal Romano, para que possa ser um ponto de partida para o dia...


“Senhor Jesus Cristo, que disseste aos vossos Apóstolos: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz: não olheis aos nossos pecados mas à fé da vossa Igreja e dai-lhe a união e a paz, segundo a vossa vontade, Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.” - Ámen 

Do Missal Romano
jjmiguel

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Dei-lhes a tua palavra

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” Jesus mantém-se em oração. Neste dia de vida e de graça quero recordar as palavras de São João Paulo II na sua chegada a Portugal que hoje de um modo muito especial quero recordar, porque são para mim de benção e graça e para a minha vida e me fizeram ser chamado para este combate da fé. Juntamente convosco que me acompanhais e que rezais por mim, para que continue com esta força que Deus semeou em mim naquele dia grande para Portugal e para o mundo. Aqui ficam as palavras, que sejam de benção e graça para vós e para mim:
“Estes valorosos missionários, servidores de Cristo e da sua Igreja e glória de Portugal, que, com o seu ardor, a sua dedicação desinteressada e generosa, levaram assistência espiritual a tantos irmãos espalhados pelo mundo, não deixaram também de contribuir para o seu desenvolvimento, ajudando-os a progredir na satisfação das carências fundamentais e a cultivar a dignidade da pessoa humana. Assim, ao evangelizarem a Boa-Nova da salvação, prestaram-lhes um serviço humano; e também por isso são credores da nossa admiração e reconhecimento.
E os portugueses que ficaram não viveram sem dificuldades a sua caminhada histórica. Mas ao longo dela, souberam dar mostras de qualidades não comuns de coragem, de capacidade de resistir e suportar provações e riscos e da perseverança, que denotam uma fibra moral e uma força espiritual que, hoje como ontem, hão-de sustentar e animar os filhos desta Nação nas lutas do presente, de fronte erguida, a olhar com pundonor e esperança o futuro.
Numa participação responsável e com a generosa contribuição de todos para o bem comum, a eliminação da pobreza, a ajuda aos marginalizados ou que se sentem desenraizados, a perspectiva de emprego para todos – especialmente para os briosos jovens desta terra – a estruturação de condições de vida, assistência e segurança, nos campos económico e social, passando pela saúde, instrução, trabalho, família e terceira idade, hão-de continuar a ser decididamente empenho colectivo de um Povo consciente dos valores característicos da sua comunidade e ufano de os testemunhar na sua vida política e social.
A consciência histórica e a fé cristã dos portugueses, não disjunta da exigência le uma relação honesta para com a verdade, como condição de liberdade autêntica, hão-de continuar a convencê-los também hoje, certamente, de que, sem excluir o legítimo pluralismo são e responsável, só o amor constrói; de que a chave para a solução dos seus problemas e da sua prosperidade também é feita de sentido humano e cristão dos valores, caldeada na justiça e temperada na solidariedade, na fraternidade e no amor entre homens-irmãos.”


Joannes Paulus PP. II, 
à nação portuguesa – 11 de Maio de 1982

terça-feira, 10 de maio de 2016

Tudo o que é meu é teu

“Manifestei o Teu nome ao homens.” O Apóstolo apresenta Jesus em oração. Jesus prepara-se para manifestar a revelação do Amor de Deus aos homens. Ser seguidor de Jesus Cristo é manifestar o nome de Deus a todos os homens e mulheres de boa vontade. É com o nosso testemunho de vida que podemos ser sinal de Deus. Da forma como amamos, da forma como sofremos, da forma como nos alegramos, da forma como nos compadecemos na nossa relação com os outros. E frequentemente é tão difícil passar este testemunho de vida e de esperança da vida em Jesus Cristo. Vivemos num mundo do “bota-abaixo” que sinceramente já não se sabe o que dizer, o que falar... Resta-nos agarrarmo-nos à Cruz e pedir que nos dê força para que possamos continuar este caminho da vida. Olhamos à nossa volta e vemos um mundo de orgulhos, de ganâncias, de soberbas, em que parece que a vida humana se tornou cada vez mais banal. Vivemos num mundo cheio de tecnologias, de facilitismos que tudo nos parece fácil e que a felicidade para que é já “num ali”... E sinceramente frequentemente vem aquela tentação de fazer como Pedro: abandonar tudo, deixar tudo, porque passamos a vida toda a dizer o mesmo. Falamos de Amor e Amor, de Vida e Vida, de Esperança e Esperança. Mas qual Amor, qual Vida, qual Esperança? Tudo efémero neste mundo quando a nossa verdadeira felicidade está simplesmente Naquele que nos conforta. No outro dia numa reportagem da RTP, depois dos bombardeamentos à cidade de Alepo, na Síria, vi uma criança que chorava e que lançava uma pergunta ao mundo: “Porque é que nos fazem mal, nós não fizemos nada?” A pergunta furou-me o coração como um espada e perguntava-me: “Onde estás, Tu? Onde estás? Porquê O Teu silêncio?” E sinceramente questionava-me será que Tu existes de facto? Ou será que tudo não passa de uma invenção nossa para nos apaziguar a alma diante de tanto sofrimento. Mas ao mesmo tempo o silência diante de tanta revolta fazia-me contemplar a Cruz do Nosso Mestre e Senhor e perguntava-me porque é que teve de ser assim? Porque é que tiveste de morrer numa Cruz? E pensava no mal que brota do coração do homem e não do coração de Deus. “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem?” Saber perdoar diante de todos estes gritos de angústia, resultado de um mal que parte do homem e que nos impele para a luta, para combater este bom combate e fazer prevalecer o Amor. Sim, meus caros e minhas caras, só mesmo o Amor poderá vencer perante a dor da perda, a dor da doença, as dores da vida. Há quem pense que existe vida sem dor. Que ilusão! Da dor, renasce a vida e a esperança e por isso não tenhamos medo, porque da Cruz rasgou-se o véu e irradiou a Luz. Por isso nesta hora, homens e mulheres de boa vontade, crentes e não-crentes somos chamados à limpeza da nossa Casa Comum, porque todos nós temos espaço no interior desta nossa Casa.

jjmiguel

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Eu venci o mundo


“Tende confiança. Eu venci o mundo.” Jesus profere esta afirmação depois de ter dito aos discipulos que tinha chegado a hora de se dispersarem e que O deixariam só, mas o Pai estava com Ele. Porém alerta os discipulos que no mundo iriam sofrer muitas tribulações. E deixa estas palavras de conforto: “Tende confiança. Eu venci o mundo.” Na realidade, não há testemunhos de que “os Doze” tenham estado junto à Cruz de Jesus, à excepção do Apóstolo, o que deixa em suspenso que muito provavelmente o grupo dos Doze teriam abandonado Jesus e dispersado com medo das represálias. Porém, esta palavra do Evangelho também poderá ter outra leitura... Os discipulos de Jesus são enviados e dispersos a transportarem em vasos de barro este tesouro de vida e de esperança que é a vida em Jesus Cristo. Por isso, convém que os discipulos de Jesus não tenham medo do mundo, mas vivam no mundo com todas as coisas boas e más que o mundo tem para oferecer. Os discipulos tão pouco são franco-atiradores dispersos, mas antes sinal desta colossal videira que é Jesus Cristo, que vivem em cada ambiente que frequentam a vida do Seu Mestre e Senhor – Jesus Cristo. Muitas serão as tribulações, mas é em Jesus Cristo que estará certamente a nossa força e a nossa coragem, porque tudo podemos Naquele que nos conforta.

jjmiguel

domingo, 8 de maio de 2016

Na Solenidade da Ascensão do Senhor

A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e acções hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.


Franciscus PP.

sábado, 7 de maio de 2016

Ele vo-lo dará

“Saí de Deus e vim ao Mundo.” Felizes os olhos que viram, felizes os ouvidos que ouviram, felizes os que contemplaram diante de si Deus feito homem. Felizes, nós, que não ouvimos, não vimos, não contemplamos, mas que continuamos a acreditar Naquele que era a Palavra e o pensamento e que permaneceu diante de nós. Connosco fez parte da nossa história, fez parte dos nossos espaços, connosco convivei e nos transmitiu uma mensagem muito importante sintetizada numa palavra: o Amor. Vivemos sedentos de Amor, de Paz, de Justiça e de Alegria. Palavras que traduzem aquilo que é o Reino de Deus que deve começar no coração de cada um de nós já aqui neste mundo delimitado por tempos e espaços, para que nos possamos aproximar de um mundo onde não existe tempo, onde não existe espaço e onde só o Amor permanece. Ao contacto com Jesus tudo retoma a vida. Conheço alguns casos da vida mergulhados completamente em densas trevas e que ao toque com a vida de Jesus tudo tomou nova cor e a Luz irradiou de uma vez por todas as trevas. O Amor salva, meus caros e minhas caras! Não necessitamos de profetas das desgraças, mas necessitamos de profetas que nos falem das coisas do interior, porque Deus bem nos conhece por dentro e por fora. No entanto, o mal terá que ser denunciado, para que possa se possa ser superado com o bem. Não foi isso que aconteceu em Sexta-feira Santa? Não tinha que Jesus morrer e ressuscitar, para que o mal fosse banido de uma vez para sempre e o Amor tivesse a última palavra, porque só o Amor tem a última palavra no que diz respeito à vida e à sua dignidade. A Cruz ainda nos escandaliza, porque não nos queremos confrontar até onde pode ir o homem na arte do mal. Mas a Cruz não nos pode escandalizar, porque ela terá de ser erguida para que possamos limpar os nossos lugares existenciais pantanosos e aí fazer emergir um jardim onde reine a Vida e o Amor, e assim contruir uma nova civilização – a Civilização do Amor. 

jjmiguel

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria

“Chorareis e lamentar-vos-ei”. O Papa Francisco certo dia deixou uma pergunta: “Porque é que sofrem as crianças?” E continuava dizendo que “existe uma compaixão mundana”, e com toda a razão o diz. Faz-nos falta chorar. Temos vergonha, temos medo de chorar. Temos medo de partilhar afectos porque se partilhamos afectos somos discriminados. Se damos qualquer expressão de afecto podemos ser apontados. O Papa também nos diz que devemos aprender a chorar. Sinceramente, espanta-me como é possível viver numa sociedade livre, numa sociedade em que todos nós possamos expressar sentimentos e sejamos limitados nos sentimentos. Se agora estais tristes, a vossa tristeza será convertida em alegria. Muito francamente, vivemos a vida a engolir doses colossais de sofrimento, porque estamos a fazer uma grande força para não chorar. Chorai, chorai... porque isso é sinal de que vos revolta as obras do príncipe deste mundo. Não tenhamos vergonha de chorar, não tenhamos medo de expressar bem o que vai no nosso interior. Tenhamos essa liberdade. Há uma ideia de que chorar é algo negativo, mas não o é. Choramos de alegria, mas também podemos chorar por sofrer. E hoje diante de um mundo em colossal sofrimento, não choramos o Mundo, porque parece que estamos coniventes com o mal deste mundo. Chorar é sinal de que não estamos coniventes com o mal, mas sinal de que queremos superar o mal. Está na hora de chorar, para nos erguermos, para sairmos dos nossos campos de conforto para dar. Dar, sem receber nada em troca. E isso é manifestar o mais divino de todos os senimentos da obra do Criador – o Amor de onde brota a vida e a vida em abundância. 

jjmiguel

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Procurais entre vós compreender as minhas palavras

“Que significa isto que nos diz...?” Jesus fala aos seus discípulos e diz que dentro de pouco tempo já não O verão e que depois O voltarão a ver. Muito francamente, colocar-Me-ia na pele dos discipulos de Jesus e também não entenderia o que Ele queria dizer. Pensaria até que Ele estaria louco. Mas Jesus, tal como falava com os seus discípulos e eles não O entendiam, também nós ainda não entendemos a linguagem de Jesus para connosco durante este caminho que é a vida. Passamos a vida descodificar uma linguagem encriptada que a maior parte das vezes temos dificuldade em querer entender. E muitas vezes temos medo de entender. É esse medo que nos desfoca por vezes do inevitável que é a nossa vida e que está submetida muitas vezes a uma lei natural que nós teimamos em querer transformar em lei positiva. Mas, no entanto, carissimos e carissimas, podemos mudar a lei positiva, mas a lei natural jamais a poderemos mudar. Por isso, podemos chorar agora, podemos agora agonizar, mas a nossa esperança é que um dia essa tristeza se irá transformar em alegria, porque Ele venceu o Mundo, porque o Amor rasgou o véu do templo em dois e emergiu a Luz da Vida por toda a terra. Saibamos abrir o nosso coração...

jjmiguel

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Tenho ainda muitas coisas para vos dizer

“Quando vier o Espírito da verdade.” Somos muitas vezes confrontados com muitas situações na nossa vida que não sabemos o que dizer, o que fazer como discípulos do Senhor. Desde situações de sofrimento pleno, ou situações em que pura e simplesmente não existe um rumo e um sentido. Por vezes o mal afoga-nos e asfixia-nos. Nesses momentos muitos de nós colocamo-nos aos gritos, desesperados sem saber o que fazer... Por isso será importante o silêncio orante, para que possamos escutar o Espírito da Verdade, para que nos possamos erguer novamente e em nós possa renascer a vida e a esperança. O Silêncio num tempo de gritarias loucas e de um mar imenso de informação também ele deveria ser notícia, para que possamos abrir o coração ao Espírito da Verdade e Este nos possa guiar para a verdade.


jjmiguel

terça-feira, 3 de maio de 2016

Senhor, mostra-nos o Pai

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Jesus é Caminho para Deus. Ele é Aquele a que nos foi revelado o rosto de Deus, com rosto humano, porque não teríamos outra forma de conhecer o caminho para Deus. Por isso, revelou-nos a Verdade das nossas vidas. Vidas que se fazem de paixões, de sofrimentos e que são geradoras de vida. Por isso olhar para a Cruz e ficarmo-nos pela morte, pelo sofrimento não terá sentido algum. Assim como contemplar a Cruz como sinal do mal e ficarmo-nos só pelo mal, não faz sentido. A Cruz deverá ser sinal de superação do mal. A Cruz deverá ser superação do nosso pecado e do nosso sofrimento. Desta forma os cristãos deverão ser sinal desta Cruz que é vida e esperança no Mundo. O cristão é no mundo também ele este caminho, esta verdade e esta vida que é Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida para o Pai, porque em tudo a vida do cristão deverá ser a vida de Jesus Cristo.

jjmiguel

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Ele dará testemunho de mim

“Hão-de expulsar-vos das sinagogas.” Em boa verdade, quando nos vemos confrontados com a vida em Jesus Cristo, em muitas das situações tentamos fugir, porque a vida em Jesus Cristo não é tudo uns quadros muito bem pintados. A vida em Jesus Cristo em muitos dos casos trata-se de testemunho. Como testemunhamos nós esta vida, na nossa vida quotidiana próximos dos nossos irmãos? Quantas vezes já estivemos em grandes diálogos com ateus e muitas vezes tivemos dificuldades em fazer valer os nossos argumentos. Tenho conhecimento de muitos e muitos casos da vida prática seja em ambiente familiar, seja em ambiente de trabalho, de cristãos que vivem uma perseguição silenciosa, porque fazem valer e são luz desta vida que é Jesus Cristo. Na verdade, necessitamos de cristãos que confessem, que edifiquem e que caminhem em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado.

jjmiguel

domingo, 1 de maio de 2016

No VI Domingo da Páscoa

Jesus é a revelação de Deus ao Mundo. Num mundo em que cada vez mais se vive o poder da Palavra, seria importante que a Palavra fosse de facto notícia. Vivemos e escutamos hoje muitas e muitas palavras. Mas qual a verdadeira Palavra? A verdadeira Palavra está pura e simplesmente em Jesus Cristo e no seu Evangelho. Sinceramente, todos ficamos muito estupefactos com o que diz o Papa Francisco, mas muito francamente que novidade tem? As palavras de Francisco são palavras da novidade que é o Evangelho, mas que na gritaria da vida hodierna esquecemos e temos sido arrastados por mensagens que nos desfocam do essencial e da dignidade da nossa vida. Porém, desculpai, mas não coloquemos na boca de Sua Santidade aquilo que muitas vezes poderá não ser a mensagem que o Santo Padre nos quer transmitir. Palavras retiradas de contexto poderão dar muito jeito, mas podem desviar-nos do essencial. É por isso que reitero que é importante que se leia tudo o que é dito e afirmado pelo Santo Padre. Se damos tanta importância à Comunhão durante a Eucaristia, porque não damos também importância à proclamação da Palavra? Se a Comunhão nos alimenta, também a Palavra nos deverá alimentar. Actualmente ligamos a televisão, a internet e vemos e escutamos muitas palavras, mas uma só é a essencial – a Palavra da Vida e é essa que devemos escutar para a podermos comungar e saborear no dom e na graça que é a nossa vida em Jesus Cristo.

jjmiguel