segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma questão de verdade moral...

"O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu este domingo em Braga exigiu “verdade” diante do atual momento político e económico do país, alertando para os que se “servem dos bens públicos”

“Sem verdade nem moral nas atitudes degrada-se a vida pública mediante a instituição de redes e grupos de influência que se servem dos bens públicos com o fim de enriquecimento pessoal”, disse o arcebispo Jorge Ortiga.

Na homilia proferida durante a ordenação episcopal de Pio Alves, novo bispo auxiliar do Porto, o também responsável pela arquidiocese de Braga afirmou que “sem verdade nem moral nas atitudes” se “degrada a vida pública mediante a instituição de redes e grupos de influência que se servem dos bens públicos com o fim de enriquecimento pessoal”.

Para o presidente da CEP, existe na sociedade uma “histérica e estéril procura de verdade”, a que os católicos devem reagir, num “cenário quase trágico para a sociedade contemporânea”.

“Inundados pelo ceticismo existencial e sem promessa de futuro, estatizados por um mal-estar político, económico-financeiro, nós cristãos acreditamos que podemos chegar à verdade pelo pensamento, pela experiência da fé, pelo amor e pela esperança, como exercício autêntico da amizade com Deus e da caridade para com os irmãos”, afirmou.

Segundo o arcebispo de Braga, falta “uma consciência moral coletiva capaz de gerar confiança e entrega gratuita às causas humanas”, pelo que “urge uma mudança de paradigma social que todos reconhecem como óbvia e necessária”.

“Enquanto as vítimas da história, da mentira e da maldade humanas não forem justificadas, permanecerá a impunidade e o descrédito de toda sociedade e das estruturas públicas responsáveis pela sadia convivência entre todos os cidadãos”, alertou.

Hoje, em Beja, o bispo António Vitalino afirmou que o povo português “precisa de ganhar confiança naqueles que se apresentam como candidatos ao governo deste país”, perspetivando as eleições legislativas de 5 de junho.

“Creio que esta confiança terá de basear-se no testemunho de uma vida moral, com critérios observáveis e válidos para todos”, afirma o prelado na sua nota semanal para a «Rádio Pax», também enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Beja deixa votos de que se promova “uma vida nova de pessoas, políticos e governo prontos para a verdade, a transparência e o interesse pelo bem comum”. "


in Agência Ecclesia, 11/04/2011