quarta-feira, 8 de junho de 2011

A caminho da Festa de Pentecostes

Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele a realizar na terra, no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para santificar continuamente a Igreja e assim dar aos crentes acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito.

Ele é o Espírito da vida, a fonte da água que jorra para a vida eterna; por Ele o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até que um dia ressuscite em Cristo os seus corpos mortais.
O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo; neles ora e dá testemunho da adopção filial. Com diversos dons hierárquicos e carismáticos dirige a Igreja e leva-a ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e no ministério, e enriquece-a com os seus frutos.

Com a força do Evangelho faz rejuvenescer a Igreja, renova-a constantemente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: "Vinde!"
Assim se manifesta a Igreja como um povo unido pela unidade Pai e do Filho e do Espírito Santo.
A totalidade dos fiéis, consagrada pela unção do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé. O povo de Deus goza desta infalibilidade, através do sentido sobrenatural da fé, quando, na sua totalidade, a hierarquia e os fiéis leigos, manifestam um consenso universal em matéria de fé e costumes.

Com este sentido da fé, formado e sustentado pelo Espírito da Verdade, o povo de Deus, sob a direcção do sagrado magistério a que fielmente se conforma, já não recebe a palavra dos homens mas a verdadeira palavra de Deus, adere indefectivelmente à fé que foi transmitida aos santos de uma vez para sempre, penetra-a mais profunda e rectamente, e cada vez mais plenamente a põe em prática na sua vida.

Além disso, o Espírito Santo não só santifica e dirige o povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e os adorna com virtudes, mas distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz, concede também aos fiéis de todas as classes graças especiais, que os tornam aptos e disponíveis para assumir as diversas obras e missões úteis à renovação e maior incremento da Igreja, segundo aquelas palavras: A cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum.

Estes carismas devem ser recebidos com acção de graças e consolação, pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja.


Da Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja, Nn. 4, 12