sábado, 22 de setembro de 2012

De São João Crisóstomo, presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja

Se hoje não tiver persuadido o meu auditório, talvez o venha a fazer amanhã, daqui a três ou quatro dias, ou até mais tarde. O pescador que inutilmente tenha lançado as redes o dia todo, à noitinha, antes mesmo de partir, por vezes apanha o peixe que não conseguiu apanhar durante o dia. E, mesmo que não obtenha boas colheitas durante vários anos, o agricultor não deixa de trabalhar a terra, porque acontece amiúde num só ano conseguir suplantar com abundância todas as perdas anteriores.


Deus não nos pede para sermos bem-sucedidos, mas para sermos trabalhadores, e o nosso trabalho não será menos recompensado só porque ninguém nos escuta. [...] Cristo sabia muito bem que Judas não converteria e, no entanto, tentou convertê-lo até ao fim, censurando-lhe a sua falta nos mais tocantes termos: «Amigo, a que vieste!» (Mt 26,50 [Vulgata]); ora, se Cristo, modelo dos pastores, trabalhou até ao fim na conversão dum homem desesperado, o que não devemos nós fazer por aqueles nos quais nos é pedido que ponhamos sempre a nossa esperança?

in evangelhoquotidiano.org