domingo, 13 de outubro de 2013

No XXVIII Domingo do Tempo Comum

Os leprosos eram considerados "impuros" e portanto excluídos da comunidade civil e do culto, vivendo em lugares afastados. Como a doença era incurável, a única esperança que esperavam os dez leprosos era um milagre. Por isso, quando se aproximam de Jesus suplicam-lhe que tenha compaixão deles. Jesus cura-os, mas somente um regressou para Lhe dar graças.
O agradecimento é muito importante, não porque Deus necessite dele, mas porque ser agradecido é uma virtude essencial da pessoa favorecida, que reconhece com humildade o favor recebido. Os outros nove ficaram limpos da lepra mas continuaram escravizados pelo seu orgulho. Até que não se dêem conta que a única forma de evitar "as lepras"(o pecado) é livrar-se de tudo aquilo que divide o mundo: violência, discriminação, maldade, injustiça, não poderão descobrir a novidade do Reino de Deus. Os orgulhosos, os leprosos no seu coração, os que não têm fé, não têm nada que agradecer. Eles não podem ficar limpos nem ser reabilitados como pessoas.
O agradecimento deve ser sincero, pois muitas dizemos "obrigado" por sair da boca para fora. Algo nos deve questionar: não somos mais dez o que temos amanhecido hoje com vida, os que gozamos de saúde, os que estamos livres e temos o necessário para viver?
Talvez temos perdido a admiração por Deus, pelas suas obras, e pelas pessoas que nos tem ajudado. Celebramos a Eucaristia - a grande oração de acção de graças a Deus - talvez todos os dias, mas com coração sincero. O lamento de Jesus pela falta de agradecimento dos nove leprosos poderia estar dirigido também a muitos de nós.
in "El Domingo", San Pablo, Bogotá 2013