domingo, 24 de abril de 2016

No V Domingo da Páscoa

“Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” O Amor. O que faz de nós discípulos de Jesus Cristo é o Amor. Hoje vivemos a plenitude da carência do amor. Amar é querer o bem do Outro. Quando olhamos ao nosso redor o que vemos é um puro atropelo das nossas relações com o Outro. Vivemos em ambições desreguladas de um querer mais e mais. Muitas vezes alinhamos na procura desmedida de fazer carreira a tudo o custo nem que para isso tenhamos de pisar outros à nossa volta. Na verdade, não há que apontar culpar porque estas atitudes convirá dizer que são resultado de uma sociedade capitalista virada para uma sociedade altamente vincada pelo poder do mérito. Perante isto ficamos cegos, surdos e mudos e não temos tempo para centralizar a nossa vida no essencial da nossa vida cristã - Jesus Cristo. Ora, tive conhecimento que as minhas reflexões e as minhas considerações, neste espaço, andam por aí a ser escrutinadas e parece que estão a causar algum mal-estar e má-disposição. Na verdade, não quero causar qualquer mal-estar em alguém, ou até que exista alguém escandalizado. Tudo o que tenho dito, é dito com base na minha experiência de vida cristã e de Igreja (e que se diga de passagem, já lá vão uns aninhos...) E por isso se necessário poderei fundamentar tudo o que afirmei, porque tudo parte da minha experiência de ver e ouvir. Amo Jesus Cristo, amo a Igreja, assim como sou fiel ao Vigário de Cristo na terra, seja ele o Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI, como o actual Papa Francisco, assim como serei a qualquer outro. Bem como, não sou nem da Direita, nem da Esquerda. Assim como não faço parte da Ala Progressista, nem da Ala Conservadora da Igreja. Assim como, não vivo minimamente interessado em alguns actos mesquinhos e que provocam a má-língua, bem como desfocam a nossa vida do essencial da nossa vida cristã – o amor em Jesus Cristo. Procuro sempre equilibrios, e de cada vez que escrevo é porque também muitas vezes oiço e escuto a todos sobre determinado tema. Sem dúvida, que hoje vivemos com muito medo. Medo de um futuro incerto, medo de um desconhecido, acima de tudo, com medo de amar. Vivemos afogados e asfixiados de preconceitos porque temos medo de ir ao encontro do Outro. Vivemos mergulhados nos nossos espaços de conforto e no nosso cómodo e quando surge alguma coisa diferente a nossa atitude é de nos fecharmos, mas é preciso dar um primeiro passo com vista a podermos desbravar aquele espaço que não conhecemos. O mundo pula e avança quando temos a capacidade de sair dos nossos espaços de conforto e ir ao encontro do Outro. Como podemos ir até às periferias da nossa existência se vivemos ainda mergulhados nos nossos espaços de conforto, no nosso cómodo?

jjmiguel