domingo, 12 de junho de 2016

No XI Domingo do Tempo Comum

“São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” Jesus tinha sido convidado para comer em casa de um fariseu e uma mulher pecadora veio banhar-Lhe os pés, e chorava ao mesmo tempo que enxugava as lágrimas com os seus cabelos. O fariseu começou a murmurar como é que Jesus consentia que uma pecadora Lhe banhasse os pés e que Lhe tocasse. Então Jesus conta uma parábola para nos dar a revelar que a lógica de Deus não é a nossa. Vivemos numa sociedade farisaica. Uma sociedade cheia de códigos sociais em que nos esquecemos de amar. Jesus não veio para os que têm saúde, para aqueles que vivem em mundos perfeitos. A Palavra fez-se carne para nos libertar das nossas trevas, de tudo aquilo que não nos deixa caminhar. Temos muito, a começar por mim, a tendência para “apontar dedos”, mas esquecemos os nossos telhados de vidro. Muito frequentemente estamos a participar na Missa e temos exactamente as mesmas reacções que este fariseu. O mesmo acontece na nossa vida social em que na nossa boca todos à nossa volta têm defeitos e pecados, mas nós nem sequer nos damos ao trabalho de olhar para nós e para o nosso interior. Muito frequentemente preocupamo-nos muito com a vida dos outros, mas esquecemos a porcaria (para não dizer outra coisa...) de vida que é a nossa. Seria tempo de olharmos mais para a saúde do nosso interior, e preocuparmo-nos menos com a saúde interior dos outros. Na verdade, quando falamos dos outros, falamos de nós mesmos, porque o coração fala do que vive e de como vive. E quanta hipocrisia nós temos, não só nas nossas comunidades cristãs, como também em toda a sociedade. É por isso estar atento e colocar em diálogo com Deus as nossas falhas, porque se o diálogo com Deus é para falar dos outros, Deus sabe o que fazer com cada um. Nós, porém, devemos preocupar-nos connosco e com o nosso caminho espiritual.


jjmiguel