segunda-feira, 4 de julho de 2016

Segunda-feira da XIV Semana do Tempo Comum

“Riram-se d’Ele”. Todos nós gostamos de traçar planos e fazer futurologias. Mas muitas vezes esquecemo-nos de um pormenor: não somos nós que comandamos a nossa vida. A nossa vida é um caminho com linhas rectas, mas que tem algumas curvas, algumas lombas. Porém, vivemos num sociedade em que se acha que tudo é feito em linha recta e em alta velocidade. Perdemos a noção do tempo e até do espaço. No entanto, o caminho da fé não é feito em linha recta, é feito do inesperado. A fé é por isso feita de esperança e confiança. Notai que há dois episódios neste texto: uma mulher que tocou em Jesus e ficou curada da sua doença; e uma menina que se pensava morta e que Jesus a retomou à vida. O povo ridicularizou Jesus ao rir-se, porque não acreditava. Hoje fazemos exactamente o mesmo quando acontece algo que na nossa lógica mundana é impossível. Na lógica divina não há impossíveis. E ridicularizamos, porque nos falta a metafísica. Não conseguimos sair do mundo racional, não nos conseguimos descolar do supérfluo da nossa vida, do nosso espírito mesquinho. Vivemos de “coisinhas” que mais parecemos crianças em tempos de infância. Jesus convida-nos a tocar. É este toque que nos falta. Um toque que não é feito por “yoga’s”, nem por outras actividades esotéricas. Buscamos tocar Jesus, ansiamos tocar em Jesus, mas preferimos tocar-Lhe por caminhos mais fáceis, e que desfocam o sentido da nossa vida. Em boa verdade, andamos a tocar em tudo, mas temos medo de tocar no essencial, porque esse essencial nos confronta e nos compromete. E, actualmente, a palavra compromisso mete medo. Mete medo porque queremos umas “fézadas”, em vez de uma Vida, de, na e para a Fé.

jjmiguel