sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sexta-feira da XIII Semana do Tempo Comum

“Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?” Por momentos apetecia perguntar a estes fariseus: “E qual é o problema de se sentar à mesa com os cobradores de impostos e pecadores?” A verdade é que Jesus respondeu-lhes que não tinha vindo para chamar os justos, mas os pecadores. Temos muitas vezes a pretensão de dizer que não pecamos, são os outros que pecam. A nossa falta de humildade e o nosso orgulho levam-nos tão longe que nos cegam de quem somos de facto. Apontamos o dedo e julgamos porque não queremos ver quem nós somos. Quem somos nós? Somos pecadores tal e qual como todos. Temos as nossa falhas tal como todos os outros. Então porque é que apontamos dedos? Porque é mais fácil ver a telha de vidro no telhado do vizinho do que o nosso telhado de vidro. É mais fácil a sujidade do outro do que olha para a nossa. Jesus chama Mateus. Mateus era cobrador de impostos. Os cobradores nunca foram bem visto pela sociedade de Jesus, e hoje muito menos, pela função que exercem. Mas foi exactamente esses que Jesus escolheu. Os discipulos de Jesus eram pobres, não sabiam ler, nem tinham bibliotecas. Temos ideias muito românticas acerca da vida dos apóstolos, assim como achamos que todos os cristãos são santos e que neles se encontra a máxima moral. Os cristãos caminham para ser santos, mas não são santos. São homens e mulheres de carne osso, como eu, como tu, como nós, que aspiram à perfeição de vida, mas não são perfeitos. É por isso que a Igreja é “já” e um  “ainda não”, assim como toda a vida cristã, porém somos chamados a ser sinal da vida já aqui neste mundo da vida em Jesus Cristo.



jjmiguel