quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Quinta-feira da XXI Semana do Tempo Comum

Um mês depois da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia fica o testemunho na primeira pessoa do nosso enviado especial a terras polacas...

"A minha ida a Cracóvia nada mais foi do que a construção de um caminho. A essência da alegria despertou quando eu coloquei o pé em Cracóvia, quando fui humildemente recebido em Chelmek. Claro que todos os dias foram verdadeiros desafios, desde as demoradas viagens de comboios até às refeições, que de longe eram as que nós estávamos habituados. Mas a ida a Cracóvia não se tratou apenas de um momento cultura e de construção de identidade, a ida a Cracóvia foi também e, como já disse, uma construção de um caminho. Lá foi possível ver a génese de um Cristianismo juvenil que floreava à face de uma camada juvenil. Na minha opinião ali foi efetivamente possível entender o conceito de Cristianismo fora do lugar, ou seja, onde cada um é desafiado a manifestar aos outros estas ideia de “amor ao próximo”. Não obstante a ideia de um amor além-fronteiras, a JMJ constitui em mim, um novo desafio para que cada jovem, seja capaz de ver num rosto diferente, numa cultura diferente, este Cristo multicultural. Não se trata apenas de um Cristo que é meu, mas de um Cristo que é de todos. Esta construção de identidade foi feita graças ao testemunho que eu vi, em cada jovem, em cada olhar e, até em cada abraço. Lá fui capaz de ver jovens, com o mesmo ideal e, com o mesmo “ídolo”, este Jesus Cristo que nos é dado pelo amor de cada um!
Pois, em cada conversa, em cada troca de objetos e, em cada abraço, eu senti o verdadeiro Cristo em cada um! Talvez o encontro verdadeiro é no momento em que o Papa passa pelos jovens pois, foi possível ver aí, essa ânsia de um pequeno contacto visual com o Papa. Estes jovens que ansiavam este encontro eclodiu em mim, esta sensação de procura de Cristo e, do acolhimento a Cristo, naquele momento o tempo em mim parou, mas é uma paragem concreta, uma paragem em que se esquece tudo o que acontece à nossa volta. Mas eis que surge uma pergunta “Era mais importante ver o Papa ou sentir este amor de e para Cristo?” Ver o Papa é importante, mas ver e sentir em cada jovem esta procura do amor de e para Cristo é como o clímax da fé daqueles jovens, porque o caminho pode ser muito bem feito, mas a meta, quando é vista como uma conquista, todos os problemas neste caminho desaparecem e, ali a meta foi ver no Papa o testemunho verdadeiro do amor de Cristo para cada um de nós e, partir de cada um de nós este amor para Cristo. 
Por fim, não esquecer a vitória de uma conquista. Pois todos os caminhos feitos em Cracóvia foram como um caminho em direção ao calvário, na medida em que por dificuldades de infraestruturas foi difícil muitas vezes alcançar o nosso objetivo, mas mesmo tendo essas dificuldades foi possível, com a fé, chegar ao lugar pretendido. Que dizer mais? Que estas jornadas permitiram encontrar em cada jovem, este Jesus Cristo que é a nossa vida! Ver em cada rosto de cada jovem, um olhar misericordioso para com todos, detalhando em cada gesto um gesto de amor e de misericórdia."


André Araújo, 
enviado especial Ambasciatore Romano à JMJ 2016 de Cracóvia