domingo, 13 de novembro de 2016

No XXXIII Domingo do Tempo Comum - Lc. 21, 5-19

“Mas não será logo o fim.” A liturgia encaminha-nos para o fim de um ano liturgico que acontecerá no próximo domingo com a Solenidade de Cristo-Rei. Jesus dá-nos conta neste evangelho de guerras, de fenómenos, de perseguições aos cristãos, porém não será o fim. E de facto não é o fim. Há muitas correntes fundamentalistas que fazem a previsão do final de todas as coisas, que profetizam o fim do mundo. Bem como outros que profetizaram o fim da História. A História não acaba e o mundo muito menos. Acaso um artista poderá destruir a sua obra? Acaso Deus, Criador de todas as todas coisas quer acabar com o que criou? E nós, homens e mulheres, que nos foi dada a incumbência de gerir esta casa comum, como a temos gerido? Somos racionais demais para pensarmos que a vida se confina a este mundo. A vida é muito mais do que podemos ver e querer abarcar todo o mistério é um acto de pura ignorância e ao mesmo tempo de arrogância. Um acto de ignorância porque quanto mais se quer conhecer, menos se conhece; e de arrogância porque não aceitamos que toda a nossa vida é mistério. O Homem não gosta do mistério, mas viver o mistério é inevitávelmente viver a vida hoje na sua plenitude, o amanhã será sempre um mistério. Não aceito também a expressão “carpe diem” de Horácio, mas aceito que a nossa vida terá de ser um caminho em ordem à procura da nossa plena felicidade. Para isso não podemos viver agarrados a profecias de morte, mas antes a profecias que sejam anúncio da vida e para a vida. Acaso não teremos melhor profeta que Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida para o Pai?


jjmiguel