segunda-feira, 21 de maio de 2012

Das Conferências do Bem-aventurado Tito Brandsma, carmelita holandês, mártir

Por muito que amemos a paz e todos tenhamos no fundo do coração a esperança
de que a nossa acção em seu favor não será inútil, nem vós nem eu podemos
escapar à pressão destes tempos. Significa isso que não podemos
libertar-nos da dúvida geral de que, segundo as leis da História, alguma
coisa possa mudar: de cada vez que uma guerra sucede a outra, é um golpe
mortal que a causa da paz recebe. Vivemos ainda demasiado sob a influência
daqueles que defendem que recorrer às armas para vencer a guerra é o melhor
caminho para alcançar a paz. [...]

É no entanto extraordinário verificar que, ao longo dos séculos,têm
constantemente surgido heróis e mensageiros de paz. Encontramos estes
mensageiros, estes apóstolos de paz, em qualquer tempo e em qualquer lugar
e, hoje em dia, por sorte que até nem faltam. Mas nenhum desses mensageiros
de paz alcançou eco tão duradouro como Aquele a Quem[...] chamamos
Príncipe da Paz (Is 9,5). Permitai que vos relembre quem é este Mensageiro.
No Domingo de Páscoa, parecia que os Apóstolos haviam perdido toda a
esperança, depois da morte de Cristo na cruz. E, quando aos olhos do mundo
a missão de Cristo estava acabada e mais não era do que um fracasso para
esquecer, eis que Ele lhes aparece, reunidos no Cenáculo com medo dos seus
opositores e, em vez de declarações beligerantes contra os Seus
adversários, ouvem-n'O dizer-lhes: «Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz, e
não é à maneira do mundo que vo-la dou!»(Jo 14,27).

Gostava de repetir-vos esta palavra, de fazê-la ressoar pelo mundo fora,
sem sequer me preocupar com quem a ouvirá. Gostava de repeti-la tantas
vezes que, mesmo que [...] não a aceitássemos, acabaríamos por escutá-la
até chegarmos a compreendê-la.

in evangelhoquotidiano.org