sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A minha casa será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões.

Há algum tempo conversava com alguém acerca das grandes catedrais espalhadas um pouco por toda a Europa e chegávamos à conclusão que estavam transformadas em locais de turismo para turista ver. Na verdade, não podemos esconder que são templos de uma construção sublime e de uma colossal beleza, que nos desperta o espírito para algo que nos religa para algo que nos é desconhecido e que nos remete para a Paz e para o Silêncio. Pessoalmente, não compreendo quando alguns fazem de um espaço sagrado um local para colocar a conversa em dia. Assim como não compreendo como é que uma igreja paroquial está fechada uma semana inteira, (em alguns casos só abrem de mês a mês) abrindo só ao domingo, quando deveriam estar abertas todos os dias. Qualquer igreja, seja ela de que tipo construção for é um espaço que nos deve elevar a mente, a vontade e o coração para o Alto. Uma igreja poderá ser local de visita, mas também local de silêncio que nos deve fazer voltar para o nosso interior. Com alguma razão Jesus dizia para não fazermos da casa de seu Pai um covil de ladrões. Palavras duras, mas que fazem todo o sentido, na actualidade. O ambiente sagrado não é local de turismo, o ambiente sagrado é local de interioridade e de voltarmo-nos para Aquele que é a vida. Porém, convém dizer que nada tenho contra a quem visita os grandes monumentos porque nos remetem também para uma identidade cultural à qual a Europa não a pode renegar e essa é a identidade cristã. Por outro lado, lado estes monumentos são também eles locais de encontro e de contacto para crentes e não-crentes. Locais de contacto com o Senhor da Vida... 

jjmiguel, ar