domingo, 17 de julho de 2016

No XVI Domingo do Tempo Comum

“Marta atarefava-se com muito serviço”. Andamos todos muito atarefados e com agendas cheias de nada. Dados recolhidos junto de algumas comunidades que promovem retiros espirituais os números de pessoas que frequentam têm aumentado nestes últimos anos. Assim como também dados recolhidos junto de livrarias e editoras tem aumentado a procura de livros de auto-ajuda, bem como a procura por outros caminhos esotéricos tem-se manifestado um grande aumento. Assim como, as conversões a outras religiões e espiritualidades (algumas vezes mal conhecidas) também tem aumentado e notado. Tudo isto manifesta duas coisas: primeiro: o Homem não pode viver sem Religião; segundo  - precisamos de parar neste inferno de um Mundo cheio de coisas vazias. Estamos cheios de coisas vazias que em nada nos alimentam, a nossa fome de espírito. Muito francamente, não me incomoda as conversões, ou as reconversões a outras espiritualidades, como também não me incomoda a procura pelos livros de auto-ajuda, bem como não me incomoda a procura por sensibilidades mais esotéricas. Na verdade isso tudo buscas de caminho, de um caminho sem sentido. O que de facto preocupa é a superficialidade e a banalidade espiritual em que nós mergulhamos. O Homem necessita de profundidade espiritual, de recuperar o sagrado na sua vida. Muito frequentemente falo em caminho espiritual cristão e o que acontece é que sinto que as pessoas fogem desse caminho espiritual cristão como o diabo foge da Cruz. Em seguida, pergunto-me, mas afinal o que é que esta gente procura para a sua vida? O fácil? Uma felicidade fácil? Uma vida sem sofrimento? Uma vida sem a Cruz? Ora a vida para um cristão sem a Cruz é uma vida mundana. É necessário entender que não há vida sem a morte, nem morte sem a vida. É preciso morrer para ressuscitar, é preciso cair para nos levantarmos. Um caminho não é uma linha recta, muito menos o caminho de Deus... Então de que caminho procuramos?

jjmiguel