sábado, 16 de julho de 2016

Sábado da XV Semana do Tempo Comum

“Não discutirá nem bradará, e ninguém ouvirá nas praças a sua voz.” Todos esperaríamos que Jesus viesse por aí fora a bradar e até viesse colocar a justiça no Mundo. No fundo vivemos na espera, tal como os judeus, que Jesus venha restaurar o Mundo como se de um governante se trate. Quem pensa assim, seria melhor repensar a sua Fé. Jesus não vem fazer por aí “armar barracas”, nem muito menos é um líder popular que vem satisfazer a todos. Jesus não se ouve, Jesus fala ao interior no nosso coração. O Mundo tem falta de O escutar no seu coração. Porque na verdade a revolução que todos nós ansiamos nos dias de hoje, não será com certeza aos gritos histéricos no meio das ruas, nem muito menos uma luta de classes. A “luta” essa é no coração de cada homem e mulher de boa vontade. É no coração que se dá a revolução. A fé cristã não é uma fé de grandes fenómenos, nem de milagres para se verem com olhos humanos. Descupai a expressão, mas “o Homem tem de baixar a bola” diante de coisas que o transcendem e para as quais a sua Razão não tem explicação. A oração é uma coisa muito séria, os sacramentos não são meros acontecimentos sociais. Missas, casamentos, primeiras-comunhões, confissões, batizados, funerais não são acontecimentos banais. Assim com as igrejas não são “mercados” para se fazerem negócios. Hoje, pela experiência que tenho tido, ao entrar em certas igrejas oiço de tudo menos o silêncio sagrado. Bem, como os objectos litúrgicos (cálice, patena, etc...), não são meros objectos que se ponham ali em cima de uma mesa qualquer e sejam assim banalizados. Bem como o Altar não é um espaço qualquer para por vezes assistirmos a cenas de circo. Eu sei que isto acontece... Lamento! Tudo isto é ao estado a que chegamos quando não reconhecemos o Sagrado na nossa vida. Peço desculpa se sou duro nas palavras, mas é duro demais ver e assistir como conseguimos tornar banal, o que não pode ser banalizável e Deus não pode ser banalizado.

jjmiguel