sexta-feira, 15 de julho de 2016

Sexta-feira da XV Semana do Tempo Comum

“Não teríeis condenado estes que não têm culpa”. Um dia um senhor disse: “Deus está morto”. A frase à época, e ainda actualmente é uma bomba para as mentes mais sensíveis. A verdade é que Friedrich Nietzsche, por mais que nos doa tinha razão. O Homem do séc. XX matou Deus, ou seja, renegou-O para segundo plano. O sagrado foi colocado na gaveta. O Homem matou Deus, mas criou um deus com num Super-Homem, que se traduz em manifestações esotéricas e em muitas hipotéticas energias espirituais que no fundo não nos trazem respostas. O que assistimos hoje é a um farisaísmo cristão sem precedentes. Vivemos de regras, de leis e mais leis e onde fica o acolhimento, a hospitalidade? Apontamos dedos, julgamos tal e qual como se fossemos altos magistrados de toga sentados no banco de um tribunal. Quantos e quantas de nós, durante as celebrações nas nossas paróquias não dizem: “Olha aquele vem vestido assim?”; “Olha o Coro é uma vergonha! Não cantam nada!”; “O padre não tem o dom da palavra, não presta para o sermão!”; “Então aquele é homossexual e vem à missa?”; “Então aquela é divorciada e vai comungar?” Triste povo, muito triste... Andamos a desperdiçar energias em futilidades. Como cristãos, o tempo que falamos dos outros e olhássemos para nós e para o nosso caminho espiritual. Afinal, que caminho fazemos com Jesus? Ele é o centro da nossa vida? Falamos de tudo menos de Jesus Cristo! Tenho conhecimento de que muitos deixam de ir à missa e de acreditar na Igreja, só porque “o padre fez aquilo e não devia ter feito e já não volto lá a meter os pés...”; ou só porque “o que é que vou fazer à missa, os que lá vão ainda são piores do que eu...” Vivemos muito preocupados com a vida dos outros, quando uma só coisa é necessária: Jesus Cristo e o Seu Evangelho e nada mais. Desculpai a comparação, mas todos temos tempo para ir ver jogar o nosso clube de futebol, ou para ir para outro tipo de eventos, mas nem sequer temos uma hora por semana para estar com o Nosso Mestre e Senhor. Sendo assim, para que nos batizamos, casamos ou queremos funeral pela Igreja? Será que Jesus Cristo não será mais importante que tradições e devoções que em nada nos fazem caminhar...? Jesus Cristo tinha razão: “Deixai que os mortos sepultem os seus mortos...”

jjmiguel