quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Quinta-feira da XX Semana do Tempo Comum

“Muitos são os chamados, mas pouco os escolhidos”. A Religião é este religar, o religar à nossa Origem. Por isso a Religião deve ser para o Homem significado de Paz e de Amor. E o Homem não pode viver sem Religião, ele é eminentemente religioso. Durante muito tempo existe um combate feroz silencioso numa tentativa de acabar com a Religião e retirar Deus da vida do Homem. Deus foi retirado da vida do Homem, certo é que o Homem vai ao seu encontro. Pergunto: se querem viver num Mundo sem Deus e sem Religião, então porque é que vão aos bruxos, cartomantes, mediun’s, astrólogos...? Aliás todos os dias de manhã nas nossas televisões é o que temos... Além disso, há uma outra questão: como  é que se professa uma Religião sem se conhecer a fundo os seus princípios? Simplificando: como é que se diz “eu sou muçulmano...” se depois não se vive nada do Islamismo na vida quotidiana? Como é que se diz “eu casei-me pelo Budismo” se depois não se vive nesse casamento os príncipios budistas na vida quotidiana? E o mesmo se passa no Cristianismo. Como é que se pode deixar o Cristianismo e ir para outras religiões se nem sequer conhecemos o Cristianismo? Ora uma das críticas que se tem feito à Igreja é que a Igreja não dá formação aos cristãos... Ao ouvir esta afirmação, entendo-a, mas só não consigo perceber porque é que quando a Igreja se abre a esse tipo de formação, os seus participantes, afinal, são aqueles que já conhecem minimamente o Cristianismo. Há dias ouvia na rádio que era necessária uma Biblia para crentes e não-crentes. Que significa isto? A Biblia só tem uma linguagem. A Palavra de Deus só tem um sentido e não os sentidos que lhe queremos dar, além disso querer ler a Biblia à luz da ciência será um bom exercício, mas é preciso que se chegue a alguma conclusão. Muito francamente, negamos Deus, porque não nos queremos confrontar com a nossa Verdade. Por isso, concordo com o Papa Francisco quando diz que “o mundo perdeu a paz”, porque em última instância a guerra que estamos a assistir é uma guerra que não é religiosa, mas que é contra a Religião. E desse modo seria útil que os líderes religiosos tomassem as devidas medidas para afrontar quem ainda acha que “a Religião é o ópio do Povo”.

jjmiguel