quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Quarta-feira da XX Semana do Tempo Comum

“Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós”. A nossa lógica humana da recompensa. Em tudo queremos recompensas. E se isto já era no passado, dada a uma cultura judaica que vivia para o negócio, num mundo absorvido pelo capitalismo não estamos muito diferentes. São João Paulo II alertava, pouco tempo depois da queda do Muro de Berlim, para implantação de uma sociedade capitalista depois de se ter feito cair uma sociedade comunista. A verdade é que foi isso que aconteceu: saimos de uma sociedade atormentada pelo comunismo, para entrarmos numa sociedade monstruosa afogada num capitalismo e de um consumismo em que importa o ter. Cada vez mais escuto “eu tenho”, e menos “eu sou”. Mas afinal o que temos de facto? Colocamos muita importância nas coisas materiais, não nos conseguimos abstrair e viver com o essencial. Viver com o essencial. A qualidade de vida é isso mesmo, viver com o essencial. Não temos de viver na miséria, mas não temos de viver na luxúria. A verdade é que colocamos muita importância em coisas inúteis e complicamos a nossa vida e a vida dos outros. Passamos a vida em conflitos e achamos que todos têm alguma coisa contra nós e por isso a nossa resposta é a violência. Quantas famílias desunidas em conflitos quem em síntese são assuntos de “lana caprina”... Famílias essas que muitas vezes se dizem cristãs e até têm uma vida cristã normal. Em suma, se tivessemos Amor, não precisaríamos de recompensas.

jjmiguel