segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Segunda-feira da XXIV Semana do Tempo Comum - Lc 7, 1-10

“Tão grande fé.” Na leitura da Palavra do Nosso Mestre e Senhor, pensava se muitas vezes nos sentiríamos dignos de estar na presença real de Jesus. De facto, diante de Jesus não podemos ficar de coração duro e frio e teremos que nos abrir à Sua Paz, à Sua Luz. Acontece que muitas vezes temos corações muito frios e muito duros que assim permanecem porque a nossa soberba e o nosso orgulho é de tal ordem que não nos conseguimos confrontar connosco próprios. O rosto de Jesus chama-nos para o nosso interior, para as nossas verdades que nos fazem doer e que nos desgastam e que nos levam à nossa corrupção interior. Por isso no encontro com Jesus somos colocados a nú perante a nossa real verdade, porque Jesus nos olha para dentro, porque nos conhece por dentro. Jesus não se fica somente pela nossa forma aparente. Jesus vai até às nossas profundas entranhas, mesmo as mais escuras e por isso temos por vezes muita dificuldade em compreender a Sua Palavra e a Sua mensagem, porque estamos centralizados demais em nós. Foi o que aconteceu a este centurião... O centurião diante de Jesus colocou-se todo nú, pois bem sabia os seus actos e Jesus não o repudiou, antes lhe disse que nunca tinha visto tão grande fé. Em boa verdade, acreditar em Jesus, não é caminho directo para o Céu, é antes demais um acto de arrependimento e conversão, para que no amanhã possamos melhores pessoas e esse é um caminho para a nossa santidade. Os santos não foram pessoas “certinhas”, foram homens e mulheres como todos nós que souberam reconhecer a sua humildade e a sua pequenez diante de Deus e dos homens.


jjmiguel