domingo, 11 de setembro de 2016

No XXIV Domingo do Tempo Comum - Lc 15, 1-32

“Porque este teu irmão estava morto e voltou à vida.” No evangelho deste domingo, enquanto lia, não pude de pensar na força vital e poderosa que é o Amor. Quem ama, tem vida e transpira vida pelos poros da sua pele e contamina os outros que estão à sua volta. Não posso de deixar de tomar nota de uma frase de Nicolau Maquiavel “Os homens ofendem mais os que amam, dos que temem”. Esta frase é na verdade uma constatação no mundo actual. Uma boa parte de muitos trarão na sua memória os acontecimentos neste dia em Nova York, com os ataques violentos ao WTC em 2001. Volvidos que são alguns anos, será necessário parar para ler esta leitura do evangelho de Lucas e fazer silêncio para que a Palavra possa penetrar no nosso interior. Uma frase sábia do Papa Francisco: “O Mundo perdeu a paz!” Acrescento às sábias palavras de Sua Santidade que o mundo perdeu a paz, porque perdeu a capacidade de amar, de perdoar, de respeitar, de tolerar e tudo isto advém da carência de Amor em que cada um de nós vive. Hoje vivemos uma banalidade colossal deste sentimento e que nos faz perder desde a nossa capacidade de memorizar até à nossa capacidade de perceber que somos alguém. Sem memória, sem identidade, morremos. Tantos de nós que já estamos mortos. Tantos de nós que assassinamos outros com as nossas atitudes e quantos de nós sobrevivem a atentados terroristas que provêm do nosso coração. Ficamos por vezes tão felizes com a desgraça dos outros. Jesus vem dizer o contrário: “Olhai este pobre, esta prostituta, este marginal, este pecador, alegrai-vos porque ele voltou à vida.” Não apontemos dedos, mas antes saibamos estender a mão a quem é diferente, para que possamos dar a vida e a vida em abundância e esse é a missão de qualquer cristão no Mundo.


jjmiguel